Pesquisadores do Instituto de Ciência Industrial da Universidade de Tóquio, no Japão, desenvolveram um método inovador para produzir concreto sem cimento. A novidade, anunciada na última quarta-feira (14), pode ajudar a reduzir as emissões de carbono e facilitar a construção de edifícios em regiões desérticas, inclusive na Lua e em Marte.
Vários cientistas têm testado alternativas para substituir o cimento na produção do concreto, como escória de alto-forno e cinzas volantes. No entanto, tal abordagem se torna insustentável à medida que o fornecimento desses produtos está diminuindo, de acordo com o professor da universidade japonesa Yuya Sakai, autor principal da pesquisa.
A saída, conforme Sakai, é investir em materiais inesgotáveis com menos carga ambiental, como sua equipe fez, encontrando no tetraalcoxissilano o candidato ideal. A produção deste composto aconteceu em uma reação com álcool e um catalisador, removendo a água.
O concreto sem cimento pode trazer diversos benefícios, inclusive para o meio ambiente.Fonte: Universidade de Tóquio/Divulgação
“Nossa ideia era deixar a água para mudar a reação para frente e para trás da areia para o tetraalcoxissilano, para ligar as partículas de areia umas às outras”, explicou o pesquisador. O passo seguinte envolveu um verdadeiro trabalho de alquimia para encontrar a proporção exata de areia e produtos químicos, com o objetivo de obter um produto extremamente resistente.
Revolucionando a construção civil
Depois de colocar um copo de folha de cobre em um reator com areia e os demais materiais e variar sistematicamente as condições de reação (quantidades de álcool, areia, catalisador e agente de desidratação, o tempo de reação e a temperatura), eles encontraram o que procuravam.
“Obtivemos produtos suficientemente fortes com, por exemplo, areia de sílica, contas de vidro, areia do deserto e areia da Lua simulada”, revelou o coautor do estudo Ahmad Farahani.
Segundo ele, essas descobertas podem revolucionar a construção civil, tornando o setor “mais verde e econômico”, pois a técnica não requer partículas de areia específicas convencionais, além de ajudar o desenvolvimento espacial.
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