O Seade, fundação vinculada ao governo de São Paulo e centro de referência nacional em análises estatísticas socioeconômicas e demográficas, divulgou nesta terça-feira (20) uma estimativa preocupante para a população do estado: a esperança de vida ao nascer ficou, no ano de 2020, em 75,4 anos, voltando ao patamar de sete anos antes, em um inédito e histórico movimento de retrocesso.
Esse movimento é naturalmente atribuído à pandemia da covid-19 que, entre os mais de 370 mil brasileiros mortos, tirou a vida de pelo menos 89 mil paulistas. É a primeira vez que a expectativa de vida ao nascer cai no estado de São Paulo, desde que começou a ser calculada no ano de 1940. Em 2019, esse valor era 76,4 anos.
A chamada expectativa de vida ao nascer é o número médio de anos de vida esperados para um recém-nascido, se mantido o padrão de mortalidade existente no momento do nascimento, no espaço geográfico natal. Quando o aumento da esperança de vida ao nascer cai, isso significa uma piora nas condições de vida e saúde da população.
Diminuição na esperança de vida
Fonte: Fundação Seade/DivulgaçãoFonte: Fundação Seade
O demógrafo da Fundação Seade Carlos Eugenio Ferreira, um dos responsáveis pelo estudo, explicou ao G1 que a esperança de vida ao nascer é uma das métricas adotadas oficialmente pelas Nações Unidas para tentar explicar a mortalidade e poder comparar as estatísticas entre as diversas regiões.
Para Ferreira, embora tenha passado por fases com baixa elevação, como entre os anos 1980 e 2000 (que refletem o aumento da violência, acidentes de trânsito e epidemia da Aids), “a esperança de vida desde 1940 para cá sempre aumentou”. Isso ocorreu porque houve uma queda na mortalidade infantil que compensou as perdas na faixa etária de 15 a 34 anos ocorridas nas duas décadas citadas.
No entanto, com a pandemia, a população do estado de São Paulo perdeu um ano inteiro de esperança de vida entre 2019 e 2020, concluiu o cientista.
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