O conceito de turismo espacial não tem muito segredo e se refere a fazer um passeio de viagens em módulos especiais. O turista vira por alguns minutos, ou dias, um astronauta amador. Com isso, conhece a rotina de lançamentos de foguetes e da ida ao espaço no assento mais privilegiado possível.
Inicialmente, serão ao menos três modalidades de viagem espacial. A primeira oferece passeios mais simples, os suborbitais. O voo é considerado suborbital quando a nave chega no limite do que a gente chama de "espaço", ultrapassando os 100 quilômetros de altitude. Depois disso, ele retorna para à Terra. Além da vista sensacional do planeta, da Lua e das estrelas, você experimenta níveis menores de gravidade por alguns minutos.
Outro formato de viagem envolve passeios em órbita mais longos, para que os turistas aproveitem mais o clima do espaço. Mas aí a empresa provavelmente vai fazer outras tarefas, como lançar satélites e realizar pesquisas, aproveitando que já está lá em cima.
A viagem ousada envolve até uma estadia na ISS, a Estação Espacial Internacional, que abriga cientistas astronautas de várias partes do mundo. A estação fica a pouco mais de 400 quilômetros de altitude, o que significa uma viagem bem mais longa. Nela, é possível que os turistas passem alguns dias na área do país que realiza a viagem, caso eles topem fazer tarefas rotineiras lá na estação.
Para o futuro, a ideia é bem mais ambiciosa, como passeios na Lua ou em Marte. Já pensou como seria fazer viagens mais longas para “pontos turísticos” do espaço, por exemplo nas proximidades dos anéis de Saturno?
Planos para um futuro não tão distante
Isso pode parecer coisa de um futuro distante, mas aos poucos já está saindo do papel. A SpaceX, de Elon Musk, tem o projeto Starship para fazer viagens espaciais. O empresário japonês Yusaku Maezawa é o único turista privado confirmado até agora para o passeio ao redor da Lua e quer levar artistas na tripulação para que eles sejam inspirados pela vista.
A SpaceX ainda tem a vantagem de oferecer o equipamento para outras companhias, como a Axiom, que vai se especializar em turismo espacial usando a cápsula Crew Dragon. É o caso da Axiom Space, que definiu a tripulação da sua primeira viagem: três empresários e investidores, além de um astronauta veterano que vai atuar como comandante da missão. Tudo isso só foi possível por causa da missão bem-sucedida de maio de 2020, quando astronautas da NASA foram levados em segurança da Terra até a ISS pelo equipamento da empresa.
Falando das rivais, a Blue Origin, de Jeff Bezos, ainda nem começou a fazer missões oficiais, mas já realiza testes há alguns anos com voos suborbitais no foguete reutilizável New Shepard. E a Virgin Galactic está ainda mais avançada no setor, também prometendo começar o turismo espacial em breve.
A Rússia também está relativamente adiantada, com missões da Soyuz. A empresa Roscosmos já fechou uma parceria com a Space Adventures para oferecer serviços parecidos.
Quanto vai custar?
Embora a ideia seja muito boa, esse tipo de serviço tem suas limitações. O turismo espacial ainda é e sempre vai ser extremamente caro para os dois lados. As empresas responsáveis gastam bastante em equipamento, serviço e combustível a cada decolagem, e isso tende a aumentar ao longo dos anos.
Durante os próximos anos, a prioridade das empresas de exploração espacial ainda será o transporte de cargas por contrato, que é mais vantajoso, mais requisitado e até mais útil. Até por isso, as viagens turísticas não serão tão frequentes quanto um voo comercial. Além disso, a passagem é um item de luxo.
O trio que vai viajar pela Axiom pagou US$ 55 milhões cada, para serem os pioneiros e passarem uma semana na estação. Esse valor deve cair com o tempo, mas não a ponto de virar um preço popular. Portanto, celebridades e empresários bilionários mais discretos são o público-alvo desse tipo de "passeio".
Restrições
A viagem espacial também exige bem mais do que apenas ter muito dinheiro no bolso. Para aguentar a pressão física e psicológica, é necessário ter uma certa condição física e passar por alguns treinamentos meses antes da decolagem.
O primeiro civil que foi ao espaço pelos Estados Unidos foi o engenheiro Charles D. Walker, em 1984. E isso seria ampliado com a professora Christa McAuliffe em 86, mas ela fez parte da tripulação do voo da Challenger que explodiu logo após a decolagem. E acidentes com equipamentos não tripulados das empresas que foram citadas aqui acontecem, então ainda existe muito cuidado em enviar pessoas que não são oficiais do governo ou militares ao espaço.
Em resumo, finalmente o turismo espacial vai sim virar uma realidade, só que extremamente limitada e muito luxuosa. Porém quem estiver disposto a pagar e tiver coragem para encarar a viagem ao espaço, com certeza será recompensado com uma vista única.
E aí, o que você acha do turismo espacial? Acha que vai ser algo mais acessível no futuro ou só um passeio de luxo mesmo? Para onde você iria se pudesse escolher o itinerário? Conte para nós nos comentários.
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