A ButanVac, primeira vacina 100% nacional contra a covid-19 anunciada hoje (26) pelo Instituto Butantan, tem um diferencial importante em relação aos dois imunizantes atualmente em uso no Brasil. Ela será aplicada em dose única, o que em tese pode acelerar a vacinação da população.
Em desenvolvimento há um ano, ela utiliza a mesma tecnologia aplicada na produção da vacina contra gripe, também fabricada pelo instituto. Neste sistema, um vetor viral inativado que contém a proteína Spike do coronavírus é usado para induzir a resposta imune do organismo.
Outra semelhança com a vacina da gripe é o cultivo de cepas em ovos de galinha, eliminando a necessidade da compra de insumos importados, material exigido para a produção da CoronaVac e da vacina de Oxford. Dessa forma, a produção seria mais barata e rápida.
A ButanVac será produzida a partir de maio.Fonte: Flickr/Governo SP
Segundo o diretor-presidente do Instituto Butantan Dimas Covas, a nova vacina é eficaz contra a variante brasileira do coronavírus, surgida em Manaus, que tem se tornado a dominante no país, causando a explosão de casos das últimas semanas.
40 milhões de doses até o final de 2021
O ensaio clínico de fase 1 e 2 da ButanVac em humanos será iniciado assim que a autorização for dada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Estas fases, que servem para avaliar a segurança e a resposta imune da fórmula, terão a participação de 1,8 mil voluntários.
Na sequência, acontece a fase 3 do estudo, que necessita de uma nova autorização do órgão e envolverá 9 mil participantes. Nela, é possível verificar a eficácia do imunizante em humanos — os testes em animais se mostraram promissores.
A expectativa é de que 40 milhões de doses sejam entregues ainda este ano, caso a ButanVac seja aprovada pela agência. A produção da nova fórmula não interferirá no envase da CoronaVac, também realizado pelo instituto, segundo o Butantan.
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