Marte acaba de entrar para um grupo bem seleto do sistema solar. Depois da Terra, ele é o segundo planeta a ter seu núcleo medido e estudado por cientistas graças à espaçonave InSight da NASA.
Na superfície marciana desde 2018, a sonda investigou as profundezas ao analisar as ondas sísmicas emitidas pelo planeta vermelho. Dessa maneira, ela foi capaz de obter medições reais sobre o astro.
Em solo marciano desde 2018, a InSight analisa as ondas sísmicas do planeta vermelho.Fonte: NASA/Divulgação
A medição sugere que o raio do núcleo marciano é de 1.810 a 1.860 quilômetros – cerca da metade do tamanho do núcleo da Terra. Isso significa que ele é maior que as estimativas anteriores, mas menos denso do que o previsto.
Além do ferro e do enxofre que constituem grande parte da sua composição, o núcleo de Marte deve conter elementos mais leves, como o oxigênio. Essa última informação ainda será analisada pelos pesquisadores.
Planetas rochosos como a Terra e Marte são divididos em três camadas fundamentais: núcleo, manto e crosta. Então, saber o tamanho de cada uma dessas camadas é crucial para entender como o astro se formou e evoluiu.
Assim, o próximo passo dos pesquisadores será determinar como o núcleo denso e rico em metal se separou do manto rochoso à medida que o planeta esfriou. Provavelmente, o núcleo ainda está derretido do nascimento de Marte a cerca de 4,5 bilhões de anos.
Estrutura interna de Marte: núcleo, manto, crosta e atmosfera.Fonte: IPGP/David Ducros
Dificuldades da Missão InSight
As recentes descobertas são um alívio para a NASA, isso porque a sonda está tendo dificuldade para atuar em Marte devido ao acúmulo de poeira nos painéis solares. Além disso, o planeta está em um estágio da sua órbita em que fica mais distante do Sol.
“Isso nos fará reduzir o uso dos instrumentos nos próximos meses”, explica Mark Panning, um dos cientistas do projeto InSight, à Nature. Contudo, os pesquisadores ainda possuem um vasto material para ser analisado.
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