Há alguns anos, o CEO da Rocket Lab, Peter Beck, disse a investidores que, diferentemente da SpaceX de Elon Musk, não estava nos planos da empresa construir foguetes grandes ou reutilizáveis – e ele prometeu comer o seu chapéu se fizesse isso. Hoje, depois de anunciar uma parceria com a Vector Acquisition Corp para abrir o capital e arrecadar mais de US$ 4 bilhões, Beck degustou um boné:
A empresa vai vender suas ações na Nasdaq para renovar e aumentar sua frota atual de foguetes Electron (carga útil de 225 kg) e construir uma nova classe de foguetes reutilizáveis, com capacidade de transportar não apenas oito toneladas de carga como ainda levar astronautas a bordo: o Neutron.
Desde o ano passado que Beck já anunciava que o lanche indigesto era iminente, ao anunciar que tentaria um plano de recuperação dos Electron em uma operação envolvendo o acréscimo de um paraquedas ao foguete e um helicóptero de resgate.
Nicho constelar
Assim como o Falcon, o Neutron deve pousar em uma plataforma oceânica. E assim como a startup de Elon Musk, a empresa espera entrar na corrida pelos contratos para botar satélites em órbita e levar cargas para a Estação Espacial Internacional (ISS) e para a Lua, Marte e Vênus.
"As oito toneladas de carga útil do Neutron o torna o foguete de tamanho ideal para implantar lotes de satélites em planos orbitais específicos, criando uma abordagem mais direcionada e simplificada na construção de mega constelações", explicou Beck em comunicado.
O Electron (18 metros de altura, à esquerda), em comparação com o Neutron (40 metros, à direita).Fonte: Rocket Lab/Reprodução
A empresa quer uma fatia de um mercado hoje extremamente competitivo: o do lançamento de satélites de internet banda larga. Se a SpaceX e a Amazon (através da Blue Origin) têm sua própria frota de foguetes, outras como a britânica OneWeb (que planeja lançar até dois mil satélites) precisam de carona até o espaço.
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