Apenas 3 meses após a contenção do segundo pior surto do vírus ebola na região, outra pessoa faleceu em decorrência da infecção causada pelo microrganismo na República Democrática do Congo, apenas uma semana depois de uma mulher de 42 anos ter sido vítima da doença. A informação foi confirmada pelo ministro da Saúde do país, Eteni Longondo, e pela Organização Mundial da Saúde em comunicado publicado nesta quinta-feira (12).
Esposa de um sobrevivente da condição, no primeiro caso, ela teria procurado tratamento pela primeira vez em 25 de janeiro, apresentando sangramento nasal. Em 4 de fevereiro, deu entrada em uma unidade de terapia intensiva e morreu no mesmo dia, tendo sido enterrada em 5 de fevereiro sem os cuidados preventivos.
No dia seguinte, após os resultados positivos dos exames, investigadores iniciaram procedimentos de rastreamento e, além de detectarem 117 indivíduos que com ela tiveram contato, descobriram que a mulher teria visitado ao menos 3 centros de saúde enquanto contaminada.
Ainda não está claro se a segunda vítima estaria relacionada à primeira.
Eteni Longondo, ministro da Saúde local.Fonte: Reprodução
Tudo indica que esse seja o começo do 12º surto de ebola por lá, que já dizimou milhares de pessoas nos últimos anos. A nova ameaça pode prejudicar ainda mais a infraestrutura de cuidados do país, já comprometida pela covid-19.
Cenário endêmico
Conflitos rebeldes em curso, pobreza extrema e infraestrutura precária são alguns dos fatores que frearam os esforços de combate à doença na República Democrática do Congo em 2014, ano em que agentes de saúde e pacientes foram mortos em ataques a clínicas, atrasando ainda mais a interrupção da disseminação. O ressurgimento, de acordo com a OMS, não foi, portanto, inesperado, uma vez que animais da região também carregam o patógeno.
Para evitar que os eventos mais recentes tomem proporções ainda maiores, autoridades nacionais comandaram a desinfecção das instituições visitadas pela última vítima e contam com apoio internacional no recebimento de vacinas para o território de Butembo, cidade no norte do Kivu, onde tudo ocorreu.
Caso ocorreu em Kivu, região da República Democrática do Congo.Fonte: Pixabay
Febre, fadiga e dores musculares fazem parte dos sintomas iniciais da contaminação por ebola, que incluem ainda vômitos, diarreia, erupção cutânea e, em alguns casos, sangramento interno e externo. Em outubro de 2020, a Food and Drug Administration, dos Estados Unidos, concedeu aprovação formal a um coquetel de anticorpos da empresa farmacêutica Regeneron, que demonstrou reduzir as taxas de mortalidade frequentes.
O tratamento é conhecido como REGN-EB3 e é comercializado com a marca Inmazeb, e a doença é, por enquanto, considerada endêmica, ou seja, atinge exclusivamente a população de uma região geográfica específica.
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