Uma revisão de estudo científico de Fase 3 publicada nesta terça-feira (2) na revista britânica The Lancet trouxe boas novas na arena de combate ao coronavírus: a vacina Sputnik V mostrou uma eficácia de 91,6% em regime de duas doses, além de bons resultados em relação à imunogenicidade e à segurança.
Desenvolvida pelo instituto russo de pesquisas Gamaleya, a Sputnik V fez sua análise inicial com 19.866 participantes e teve monitoramento contínuo. O imunizante russo é o quarto a ter seus resultados de fase 3 publicados em uma publicação científica de renome, o que significa que os dados foram revisados e validados por outros cientistas.
Todos os quase 20 mil voluntários do ensaio clínico receberam a primeira e a segunda doses da vacina Sputnik V ou o seu placebo, entre os quais 78 casos de covid-19 foram confirmados. No grupo de 2.144 idosos com mais de 60 anos que participaram do estudo, a taxa de eficácia foi de 91,8%, praticamente a mesma do grupo mais jovem.
Fonte: Anadolu Agency/Getty Images/ReproduçãoFonte: Anadolu Agency/Getty Images
De que forma a Sputnik V imuniza o corpo?
Em nota à imprensa o RDIF, fundo de investimentos russo que financiou a vacina, falou sobre a imunidade celular produzida pelos linfócitos T (matadores), e a imunidade humoral produzida pelos linfócitos B maduros presentes na corrente sanguínea.
Os resultados mostraram que, “entre os casos analisados, mais de 98% dos voluntários desenvolveram uma resposta imune humoral e 100%, uma resposta celular. O nível de anticorpos neutralizantes do vírus nos voluntários vacinados com Sputnik V é 1,3 a 1,5 vezes maior do que o nível de anticorpos dos pacientes que se recuperaram da covid-19”.
Em complemento aos bons resultados, nenhum efeito colateral sério foi associado à vacinação, resumindo-se a sintomas semelhantes aos da gripe, dor local e fraqueza. De qualquer forma, o ensaio continua em andamento para atingir seu objetivo de abranger 40 mil participantes. O monitoramento da segurança e eficácia permanece.
Fontes
Categorias