A vacina da Novavax, empresa apoiada pelo governo norte-americano, afirmou ontem (28) que a sua vacina contra a covid-19 oferece uma proteção robusta contra o vírus (a eficácia foi avaliada em 90% na Grã-Bretanha). No entanto, a fabricante reconheceu que o imunizante é menos eficaz contra a variante de rápida disseminação descoberta na África do Sul.
Esse pode ser mais um revés na corrida para acabar com a pandemia, principalmente nos Estados Unidos, que relataram os dois primeiros casos da variante do vírus naquele país, apenas algumas horas antes do anúncio da Novavax. Também a Moderna e a Pfizer reconheceram há poucos dias que suas respectivas vacinas também se mostraram menos eficazes contra essa nova cepa do vírus.
Uma das seis vacinas a receber apoio da iniciativa Operação Warp Speed, a Novavax realizou testes na Grã-Bretanha, África do Sul, Estados Unidos e México. Segundo a empresa, no teste feito em 15 mil voluntários na Grã-Bretanha, a vacina de duas doses obteve uma eficácia de quase 90%. Porém, em um pequeno ensaio na África do Sul, essa taxa caiu para menos de 50%.
Novas variantes altamente contagiosas
Fonte: Phil Noble/Reuters/ReproduçãoFonte: Phil Noble/Reuters
Observar que três vacinas com eficácia testada não tiveram o mesmo desempenho contra a variante conhecida como B.1.351 é um elemento desencorajador na luta contra o coronavírus, principalmente quando se leva em conta que muitos dos participantes do ensaio na África do Sul foram infectados mesmos após já terem contraído a covid-19 anteriormente.
Com esses anúncios, todos os olhos do mundo se voltam para a Johnson & Johnson, que deveria ter anunciado os seus resultados já na semana passada. Há quem especule que o atraso deve-se à descoberta de que a eficácia da vacina também tenha sido inferior em seus testes na África do Sul. Mas o diretor da empresa, Alex Gorsky, disse que está ansioso para compartilhar os resultados.
Em meio a essas decepções, muitos especialistas ressaltam que há motivos para otimismo, visto que as vacinas continuam eficazes. Segundo essas autoridades de saúde, a melhor maneira de combater novas variantes contagiosas é acelerar a vacinação para diminuir a capacidade do vírus de infectar mais pessoas e produzir mais mutações.
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