A Rússia divulgou nesta segunda-feira (28) uma revisão abrangente de seus dados sobre os impactos da covid-19 na população do país, na qual revela um número de mortes três vezes maior do que o originalmente relatado. Foram 186 mil mortos, mais do que o triplo dos 55 mil registrados até o momento.
Os novos dados do órgão de estatística Rosstat foram divulgados pela agência France Presse, e colocam a Rússia como o terceiro país no mundo em número de mortes pela covid-19, atrás apenas dos Estados Unidos com 335 mil e do Brasil com quase 192 mil. A contagem feita pela universidade Johns Hopkins ainda mostra a Rússia na oitava posição.
A revisão das informações contradiz o discurso otimista do presidente russo Vladimir Putin, que apregoava ter controlado a pandemia de forma mais efetiva do que o Ocidente. O Rosstat chegou aos novos valores ao comparar o excesso de mortalidade verificado entre o número total de mortes no país entre janeiro e novembro deste ano em comparação com o mesmo período de mortes no ano passado.
Mortes "a mais"
Fonte: Anton Vaganov/Reuters/ReproduçãoFonte: Anton Vaganov/Reuters
Com a estatística revisada, a vice-primeira-ministra russa Tatiana Golikova concluiu que "mais de 81% da alta da mortalidade neste período se deve à covid-19, ou às consequências da doença".
As autoridades de saúde da Rússia registraram oficialmente mais de 3,07 milhões de casos. No entanto, utilizavam apenas mortes confirmadas por autópsias para atestar como causa o coronavírus, e confirmar a sua “boa gestão”. No entanto, somente no mês de novembro, 26.788 cidadãos russos morreram pelo vírus, segundo o Rosstat.
A Rússia agora deposita suas esperanças na vacinação em massa com sua Sputnik V, cujo programa, lançado no início de dezembro, já imunizou trabalhadores de alto risco com idades entre 18 e 60 anos sem doenças crônicas. A vacina russa também chegou à Argentina, onde o processo de vacinação teve início nesta terça-feira (29).
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