Abusos de álcool e drogas, ansiedade e solidão atingiram níveis alarmantes entre jovens dos Estados Unidos durante a pandemia da covid-19 – o que reforça a ideia de que o novo coronavírus está à frente de problemas que vão muito além das consequências diretamente relacionadas a ele.
Isso é o que mostra um estudo publicado no periódico Journal of Psychoactive Drugs, baseado em entrevistas anônimas concedidas por mais de mil pessoas entre 18 e 35 anos. Viviana Horigian, professora da Universidade de Miami, faz um alerta: "A convergência da doença com epidemias de vícios e condições mentais nos EUA chegou para ficar."
De acordo com os pesquisadores, quase 80% dos participantes revelaram ter manifestado "sintomas significativos de depressão". Enquanto isso, problemas com bebidas (58%), drogas (56%), ansiedade (76%) e sensação de desconexão (58%) também são preocupantes. "Esses jovens adultos são o futuro do tecido social de nosso país", complementa a cientista.
"Eles precisam ter acesso à ajuda psicológica, juntamente com o desenvolvimento e disseminação de breves intervenções online baseadas em contato que incentivem estilos de vida saudáveis."
Intervenções devem ser postas em prática, indicam cientistas.Fonte: Unsplash
Existem caminhos
Com base nos dados levantados, a equipe espera, agora, que intervenções sejam postas em prática – o que depende, diretamente, de ações de todos os agentes. "À medida que investimos no desenvolvimento do senso de coesão e conexão social dessas gerações, podemos abordar a resiliência social e física em nossas comunidades em geral", declara Renae Schmidt, coautora do estudo.
Entre as ações propostas pelos responsáveis pela pesquisa estão: manutenção de entrega de cursos virtuais relevantes, oferecimento de serviços de aconselhamento por meio de telessaúde, maior empenho de médicos de atenção primária para uma triagem efetiva e ampliação do acesso à ajuda psicológica.
"Esses esforços, e outros, podem ajudar a aliviar os problemas da solidão e suas manifestações; no entanto, pode ser necessária uma abordagem integrada, multifacetada e combinada, enraizada e apoiada pela prevenção da saúde mental e promoção do bem-estar, além de impulsionada pelo desenvolvimento da força de trabalho e pela pesquisa sobre desenvolvimento de intervenção, tudo com o objetivo de reeditar essas trajetórias", indica Viviana.
"Isso poderia encorajar o serviço ao próximo, trazendo conforto social e recompensa como resultado da conexão com outras pessoas necessitadas", finaliza.
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