Ciência

80% dos jovens nos EUA manifestaram depressão durante a pandemia

Abusos de álcool e drogas atingiram níveis alarmantes no país norte-americano, e pesquisadores sugerem ações para reduzir os efeitos devastadores dessas 'novas pandemias'

em 18/11/2020, 12:00
80% dos jovens nos EUA manifestaram depressão durante a pandemia

Fonte:  Unsplash 

Imagem de 80% dos jovens nos EUA manifestaram depressão durante a pandemia no tecmundo

Abusos de álcool e drogas, ansiedade e solidão atingiram níveis alarmantes entre jovens dos Estados Unidos durante a pandemia da covid-19 – o que reforça a ideia de que o novo coronavírus está à frente de problemas que vão muito além das consequências diretamente relacionadas a ele. 

Isso é o que mostra um estudo publicado no periódico Journal of Psychoactive Drugs, baseado em entrevistas anônimas concedidas por mais de mil pessoas entre 18 e 35 anos. Viviana Horigian, professora da Universidade de Miami, faz um alerta: "A convergência da doença com epidemias de vícios e condições mentais nos EUA chegou para ficar."

De acordo com os pesquisadores, quase 80% dos participantes revelaram ter manifestado "sintomas significativos de depressão". Enquanto isso, problemas com bebidas (58%), drogas (56%), ansiedade (76%) e sensação de desconexão (58%) também são preocupantes. "Esses jovens adultos são o futuro do tecido social de nosso país", complementa a cientista. 

"Eles precisam ter acesso à ajuda psicológica, juntamente com o desenvolvimento e disseminação de breves intervenções online baseadas em contato que incentivem estilos de vida saudáveis."

Intervenções devem ser postas em prática, indicam cientistas.Intervenções devem ser postas em prática, indicam cientistas.

Existem caminhos

Com base nos dados levantados, a equipe espera, agora, que intervenções sejam postas em prática – o que depende, diretamente, de ações de todos os agentes. "À medida que investimos no desenvolvimento do senso de coesão e conexão social dessas gerações, podemos abordar a resiliência social e física em nossas comunidades em geral", declara Renae Schmidt, coautora do estudo.

Entre as ações propostas pelos responsáveis pela pesquisa estão: manutenção de entrega de cursos virtuais relevantes, oferecimento de serviços de aconselhamento por meio de telessaúde, maior empenho de médicos de atenção primária para uma triagem efetiva e ampliação do acesso à ajuda psicológica.

"Esses esforços, e outros, podem ajudar a aliviar os problemas da solidão e suas manifestações; no entanto, pode ser necessária uma abordagem integrada, multifacetada e combinada, enraizada e apoiada pela prevenção da saúde mental e promoção do bem-estar, além de impulsionada pelo desenvolvimento da força de trabalho e pela pesquisa sobre desenvolvimento de intervenção, tudo com o objetivo de reeditar essas trajetórias", indica Viviana.

"Isso poderia encorajar o serviço ao próximo, trazendo conforto social e recompensa como resultado da conexão com outras pessoas necessitadas", finaliza.

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