As linhas de Nazca (imagens impressas na areia do deserto de mesmo nome ao sul do Peru) ganharam mais um desenho: um gato na encosta da colina Mirante Natural estava quase desaparecendo quando foi desenterrado e restaurado por uma equipe de arqueólogos peruanos que trabalhavam na manutenção do conjunto de desenhos que hoje é Patrimônio da Humanidade.
"A figura mal era visível e estava prestes a desaparecer porque está situada em uma encosta bastante íngreme e sujeita aos efeitos da erosão natural", disse o Ministério da Cultura peruano em um comunicado.
Com cerca de 2 mil anos, o gato de orelhas pontudas, olhos esbugalhados, longa cauda listrada deitado sobre a colina se estende por 40 metros. Acredita-se que ele seja obra do fim da era Paracas (500 a.C. a 200), anterior ao povo Nazca, autor da maior parte dos desenhos.
O gato agora é a última das figuras encontradas no deserto, a cerca de 400 quilômetros a sudeste da capital do país, Lima. Há 2 anos, pesquisadores japoneses usaram imagens de satélite para reconstruir e localizar mais de 140 dos chamados geoglifos na região.
Milenares e intactos
"É surpreendente que ainda estejamos encontrando novos desenhos, mesmo sabendo que há mais a ser descoberto", disse o arqueólogo-chefe para as linhas de Nazca, Johny Isla, à agência de notícias Efe.
Para a colina onde o gato foi achado convergem numerosos geoglifos que podem ser vistos do alto do morro. Entre as centenas de figuras existentes no solo, há desde linhas simples a figuras elaboradas de beija-flores, aranhas, macacos, peixes, orcas, lhamas e lagartos. Os desenhos, rasos, eram feitos removendo-se as pedras avermelhadas comuns na região e deixando à mostra o solo esbranquiçado.
Sua sobrevivência se deve tanto ao clima estável, seco e sem ventos, como ao isolamento da região. Qualquer mudança climática pode ameaçar a integridade dos desenhos.
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