Esqueletos perdidos, sementes roubadas e erros de cálculo espacial. Independente das causas, há muitos itens preciosos que a ciência perdeu nos últimos séculos. Mais do que isso, há ainda alguns mistérios que até hoje permanecem sem qualquer explicação. Vamos conhecer alguns dos maiores tesouros e mistérios da ciência.
O esqueleto do Archaeopteryx
Você já ouviu falar no dinossauro Archaeopteryx? Trata-se de um dos mais importantes – e misteriosos – espécimes já descobertos até hoje. Em 1956, foi encontrado um esqueleto dele, sendo que vários ossos estavam quebrados. E isso foi de extrema importância para a ciência, pois naquele momento foi descoberto que os Archaeopteryx tinham ossos ocos, assim como as aves.
Modelo de um Archaeopteryx, exposto na Universidade de Oxford (Fonte da imagem: Reprodução/Wikimedia Commons)
Esse foi um dos principais motivos que levaram os cientistas a acreditarem que a grande maioria dos dinossauros originou as aves, não os répteis. Há ainda uma série de outras informações muito importantes que poderiam ser retiradas dos esqueletos do dinossauro. O problema é que não se sabe onde estão os ossos.
Eduard Opitsch, o último dono do esqueleto, quis vendê-lo, mas ninguém quis pagar os preços que ele pediu. Depois que Opitsch morreu, nunca mais foram vistos os ossos do dinossauro. Há rumores de que ele os vendeu pouco antes da morte, mas nada foi confirmado – nem mesmo possíveis compradores. Muitas outras dúvidas que temos até hoje poderiam ser respondidas, se os fósseis fossem encontrados, mas parece que isso está longe de acontecer.
Sondas perdidas em Marte
Enviada para desvendar alguns mistérios sobre o planeta vermelho, uma sonda da NASA deveria desembarcar em Marte, no ano de 1999. Ela foi programada para explorar as condições climáticas e a presença de gelo e água no solo, o que poderia ser muito útil para conclusões diversas sobre a possibilidade de existir ou ter existido vida por lá.
Marte, sem sinais da sonda perdida. (Fonte da imagem: Reprodução/Wikimedia Commons)
O problema é que, em vez de passar algum tempo enviando dados para os engenheiros da agência espacial da NASA, a sonda deixou de responder às comunicações antes mesmo de ser ativada para a locomoção no solo. Os cientistas aceitaram a hipótese de que os propulsores foram desativados antes do momento que era considerado seguro, o que causou a “morte” da sonda.
Em 2008, pesquisadores da Universidade do Arizona decidiram recrutar pessoas para localizar, em imagens de alta definição do solo marciano, possíveis traços do impacto da sonda. Ninguém, até hoje, se manifestou para participar do projeto que poderia dar um fim ao mistério e, talvez, facilitar a localização para recuperação do material.
Biopirataria nazista
Durante a Segunda Guerra Mundial, Adolf Hitler ordenou um ataque à União Soviética para roubar algo que poucos imaginam. Não eram armas ou planos militares, mas sim sementes. A variedade e o volume de material existente em 18 institutos de pesquisas soviéticos seriam suficientes para alimentar a população alemã durante todo o período esperado para a guerra.
Nikolai Vavilov, anos de trabalho perdidos pelos roubos (Fonte da imagem: Reprodução/Wikimedia Commons)
Os ataques foram responsáveis pelo desaparecimento de 40 mil sementes e amostras de plantas, coletadas por Nikolai Vavilov durante a década de 1930. Há muitos vegetais que até hoje permanecem sem identificação. Especula-se que muitos foram levados para outros países depois que a guerra terminou, mas não temos conclusões documentadas do que pode ter acontecido em um dos maiores casos de biopirataria da história.
Monstros marinhos
Você deve ter visto, nas aulas de história, mapas de séculos passados que mostram imensos monstros marinhos bloqueando os oceanos. Muitos deles eram imaginados, porque havia uma infinidade de intempéries atrapalhando as viagens. Isso ia desde tempestades até redemoinhos, que causavam muitos naufrágios.
Mapa criado em 1601, mostra vários monstros no oceano (Fonte da imagem: Reprodução/Wikimedia Commons)
Nos tempos modernos, começaram a pensar que todos os monstros narrados pelos historiadores eram invenções, pois não seria possível que houvesse algo naqueles moldes. Porém, em 1892, o zoólogo Anthonie Cornelis Oudemans disse que havia identificado espécies de focas com o pescoço muito alongado, que poderiam representar as criaturas assustadoras do passado.
Em 2009, o biólogo Michael Wooley chegou à conclusão de que há cerca de 15 espécies de pinípedes (definição que engloba leões-marinhos e focas) não descobertas. Entre elas, poderia estar a citada por Oudemans, mas ainda não se sabe o quanto é possível acreditar nisso. Por enquanto, este permanece sendo um dos grandes mistérios da ciência.
O Homem de Pequim
Imagine o valor científico de um esqueleto humanoide que não faz parte de nenhuma espécie conhecida. Nem Homo erectus, Homo sapiens ou sapiens sapiens. Os ossos dos quais estamos falando são do Homo erectus pekinensis, também conhecido como “O Homem de Pequim”. Há muitos cientistas que defendem a hipótese de que ele tenha sido o precursor dos humanos que atualmente habitam a China.
Réplica do esqueleto de um Homo erectus pekinensis (Fonte da imagem: Reprodução/Wikimedia Commons)
Mas é impossível ter certeza em relação a essa afirmação. O motivo? Os crânios do Homo erectus pekinensis estão perdidos desde o ano de 1941. Em setembro daquele ano, crânios da espécie foram enviados para os Estados Unidos, pois os chineses tinham medo de que a guerra com o Japão os destruísse. O problema é que eles nunca chegaram à América.
Novas tentativas de encontrar os esqueletos do Homem de Pequim foram realizadas nos últimos anos, mas nenhum crânio inteiro foi encontrado até agora. Quando isso acontecer, provavelmente teremos respostas para algumas das dúvidas referentes ao tema. Descobriremos, inclusive, se os boatos de que eles eram canibais ou se tinham alguma forma manifestação vocal parecida com idiomas eram verdade.
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Será que um dia os cientistas conseguirão encontrar os esqueletos perdidos de espécies que originaram o ser humano — e decifrar segredos importantes sobre a evolução? E as sementes perdidas, quando será que vamos tê-las novamente? Infelizmente, a resposta pode ser “nunca”.