A recente descoberta de um possível sinal de vida em Vênus, anunciada por pesquisadores britânicos, americanos e japoneses, na última segunda-feira (14), já começou a despertar o interesse em relação ao planeta. Um dos países que pode retomar o envio de missões para lá, em breve, é a Rússia.
Durante um evento em Moscou, na terça-feira (15), o chefe da agência espacial russa Dmitry Rogozin chamou Vênus de “planeta russo”, referindo-se às missões lançadas pela então União Soviética (URSS) nas décadas de 1960, 1970 e 1980, com o objetivo de explorar nosso vizinho espacial.
O líder da Roscosmos também revelou que a instituição tem planos de voltar ao planeta, inclusive lançando uma missão independente, sem a participação de qualquer outro país. “Os cientistas estão analisando a viabilidade de uma missão exclusivamente russa”, comentou Rogozin, que ainda não descartou a reativação do projeto Venera D, uma antiga parceria com os Estados Unidos.
Vênus foi chamado de "planeta russo" pelo chefe da Roscosmos.Fonte: Visualhunt
Apesar de animado com essa possível viagem, ele se manteve cético a respeito do anúncio da descoberta de fosfina em nuvens venusianas, que sugere a existência de vida na atmosfera: “A espaçonave russa coletou informações sobre o planeta e é um inferno lá”, contou Rogozin.
Missões a Vênus
No início dos anos 1960, a URSS foi pioneira em lançar uma missão a Vênus. Aconteceram vários lançamentos até 1984, alguns deles com falhas e outros bem sucedidos.
As missões Venera 4 e Venera 7 foram as primeiras a pousar no planeta, em 1967 e 1970, respectivamente. Esta última ficou marcada pelo pouso bem-sucedido e o envio de dados à Terra durante pouco mais de 20 minutos, até não resistir mais ao clima hostil do lugar e parar de funcionar.
A NASA, a Agência Espacial Europeia (ESA) e a Agência Espacial Japonesa (JAXA) também já se aventuraram por lá, mas sem a mesma ênfase dos soviéticos.
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