Falando nesta quinta durante a Cúpula para Sustentabilidade do Espaço, o administrador da NASA, Jim Bridenstine, anunciou que empresas privadas vão ser contratadas para coletar e entregar regolito lunar (o material que recobre a superfície da Lua, formado basicamente por rocha pulverizada pelo impacto de meteoritos por centenas de milhares de anos) à agência espacial americana.
Amostras do regolito lunar foram trazidas pelas missões Apolo (na foto, o astronauta John Young recolhe a poeira lunar).Fonte: NASA/Divulgação
Segundo ele, a compra entre 50g e meio quilo do solo lunar poderá ser feita no próprio satélite, e a maior parte do pagamento pelo material coletado (80%) será contra-entrega. Os lotes não serão pagos apenas pelo peso – levará em consideração que tipo de material foi coletado e onde. Os valores vão variar entre US$ 15 mil e US$ 25 mil, cada lote (algo entre R$ 80 mil e R$ 132 mil).
A NASA não especificou de quais lugares quer amostras – que podem ser de rochas, poeira lunar ou mesmo gelo – nem exige que a empresa contratada faça análises do que coletou. Porém, será preciso fornecer imagens do regolito lunar e informações sobre o local do qual ele foi recolhido.
Cliente em potencial
A iniciativa está sendo encarada como o primeiro passo para o uso de recursos no próprio local onde uma base for instalada (em inglês, in-situ resource utilization, ou ISRU), indicando que a NASA é um cliente em potencial para empresas que queiram se arriscar no negócio de mineração espacial.
Por isso, uma das questões no ar durante o anúncio foi sobre a aplicação do Tratado do Espaço Exterior, que não fala nada sobre atividades comerciais nem na Lua nem em qualquer outro lugar fora da Terra.
Segundo o administrador da NASA, um dos objetivos da agência espacial ao abrir o pedido por propostas foi também incentivar a criação de normas que viabilizem a exploração de recursos extraterrestres: “Como na Terra, você não é dono do oceano, mas é dono do atum."
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