Você já deve ter ouvido falar da busca pelo misterioso Planeta X, um objeto que os cientistas acreditam "habitar" nos confins do Sistema Solar. A existência desse mundo hipotético foi proposta para explicar uma série de anomalias e interferências detectadas nas órbitas de Urano e Netuno, e faz mais de 1 século que os astrônomos tentam, em vão, observá-lo diretamente.
O curioso é que as discrepâncias orbitais são bem importantes, indicando que quem quer que seja o responsável por influenciar o comportamento dos dois planetas deve ser algo massivo e, sendo assim, com uma força gravitacional significativa. Considerando que nenhuma observação realizada até agora revelou a presença de um mundão por aquelas bandas, e se no lugar de um planeta as distorções forem causadas por um buraco negro?
Objeto enigmático
Segundo Chris Lee, do site Ars Technica, a caçada pelo Planeta X — ou Planeta 9, como também é conhecido — começou há cerca de 130 anos, depois que anormalidades detectadas na órbita de Urano levaram à descoberta de Netuno. Na verdade, os dois planetas apresentam trajetórias bastante irregulares e posições que poderiam ser mais bem explicadas pela proximidade de um objeto massivo, e o mesmo ocorre com planetas-anões, planetoides e satélites cujo comportamento também parece ser afetado pelo tal corpo enigmático.
Enigma...Fonte: Space Exploration / Reprodução
Existem algumas dificuldades com relação à explicação de que as anomalias são provocadas por um mundo desconhecido. Para começar, estamos falando de um astro situado a uma distância extraordinária do Sol, em uma região onde não há material suficiente para a formação de planetas. Além disso, é pouco provável que se trate de um objeto que surgiu próximo à nossa estrela e migrou até se estabilizar na posição (hipotética) atual, e é bastante difícil que o tal corpo consista em um mundo errante que abandou seu sistema planetário e acabou sendo capturado pela gravidade solar.
Para falar a verdade, de acordo com Lee, a proposta envolvendo o buraco negro também é improvável, mas, na falta de uma explicação definitiva, trata-se de uma opção que não custa explorar. Segundo essa alternativa, o buraco negro em questão não seria um dos que se formam após o colapso de estrelas massivas, e sim um buraco negro primordial, uma classe de objetos que teriam surgido pouco depois do Big Bang.
Hipotético por hipotético...
Esses buracos negros, ao contrário dos que surgem em decorrência de supernovas e eventos do tipo, poderiam ser desde gigantescos a pequeninos e pouco massivos (em comparação aos buracos negros convencionais), e simulações conduzidas pelos cientistas por trás da nova proposta apontaram que a probabilidade de que exista um desses objetos nos confins do Sistema Solar é a mesma de o nosso Sol ter capturado um planeta errante.
Será?Fonte: WallpaperSafari / Reprodução
Uma forma de provar a teoria seria detectar a aniquilação de matéria escura, algo que ninguém conseguiu provar que existe. Ademais, não há provas de que os buracos negros primordiais de fato estejam por aí, o que torna no mínimo complexa a tarefa de demonstrar que um deles resida na nossa vizinhança cósmica. Contudo, é inegável que há algo interferindo nas órbitas e posições dos nossos companheiros planetários, e a busca por explicações é fascinante.
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