Uma equipe de cientistas do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) desenvolveu um experimento para descobrir as razões de as atmosferas de “Super Terras” apresentarem um aspecto brilhante e metálico. O trabalho foi apontado no artigo Low-albedo Surfaces of Lava Worlds, de Zahra Essack, Sara Seager e Mihkel Pajusalu, e recentemente publicado no The Astrophysical Journal — periódico científico de astronomia e astrofísica.
De início, havia a hipótese de que os “oceanos de lava”, nesses locais, eram responsáveis por refletir uma alta luminosidade que caracteriza esses exoplanetas. Contudo, ao buscar replicar as características de lava derretida e vidro temperado (produto de lava rapidamente resfriada) em laboratório, os autores chegaram à conclusão de que esse não é um fator determinante para a condição visualmente interessante.
No caso, a descoberta sugere que as Super Terras possuem outras características surpreendentes que contribuem para o seu brilho. A explicação mais provável seria da composição de nuvens altamente reflexivas formadas em uma atmosfera rica em metais.
“Ainda temos muito a entender sobre esses planetas de ‘oceano de lava’. Nós pensamos neles apenas como bolas de rocha brilhantes, mas esses podem ter sistemas complexos de processos superficiais e atmosféricos bastante exóticos, nada parecido com o que já vimos”, disse Essack em comunicado do MIT.
Equipe simulou o ambiente de um exoplaneta através do derretimento de rochas para verificar a quantidade de luz refletida.Fonte: MIT News/Reprodução
Apesar de não fornecer nenhuma prova suficiente para validar a teoria, o trabalho sugere o grande papel das atmosferas por trás da luminosidade dos exoplanetas e incentiva mais estudos a partir dessa observação. “Não temos 100% de certeza do que esses planetas são feitos. Então nosso objetivo é estreitar o espaço dos parâmetros e orientar futuros estudos para todas essas outras opções em potencial”, completou Essack.
Mas, afinal, o que são Super Terras?
A origem do nome do planeta fora do Sistema Solar é uma referência à sua massa, que pode superar em até 10 vezes à da Terra. Por apresentar períodos orbitais extremamente curtos, circulando sua estrela hospedeira em até 10 dias, cientistas acreditam que essa proximidade entre os corpos é responsável pelo alto aquecimento de temperatura interna.
Logo, enormes quantidades de lava, tanto em estado líquido quanto em sólido, dominavam a superfície dos planetas por causa do derretimento de rochas. Com essa predominância, era de certa forma um consenso no meio acadêmico que esse material poderia ser a principal fonte de luminosidade dos planetas, embora não existisse uma prova clara a esse respeito vinda de observações ou experimentos.
“Então, como parte do MIT, decidimos que deveríamos fazer lava e ver se o brilho é originário disso ou não”, revelou Seager. Para simular o ambiente, a equipe derreteu rochas de basalto e feldspato em um forno, medindo a quantidade de luz refletida para apresentar a conclusão do trabalho.
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