Um estudo publicado pela Frontiers in Neuroscience revelou a possibilidade de aplicação de uma característica de neurônios humanos a computadores, expandindo a dimensão de processadores. A partir de células simuladas de silício, pesquisadores da Universidade de Washington chegaram a um protocolo de comunicação dinâmico a distância mais robusto e mais eficiente em termos de energia do que os equipamentos tradicionais.
Tudo se trata de fazer “mais com menos”, uma vez que a pesquisa foi realizada a partir de um questionamento aparentemente simples: o que um neurônio faz para armazenar energia que uma máquina não faz? Bem, a verdade é que neurônios fazem menos, já que as configurações de energia em um sistema, juntamente com os neurônios de propriedade intrínseca, precisam passar para a configuração de menor gasto para atingirem a excelência de preservação – ação chamada de restrição de energia.
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Ahana Gangopadhyay, principal autora do artigo, se dedica há algum tempo a investigações para estudar restrições de energia em neurônios criados artificialmente que mostram a mesma dinâmica de comportamento dos presentes em nosso cérebro. Semelhantes às orgânicas, as células biônicas dependem de determinadas condições para serem ativadas – sendo que essas ativações são a base da comunicação e da transmissão de informação.
A partir desse cenário, Ahana e sua equipe analisaram restrições de energia em único exemplar. Depois, outros foram adicionados. Com a combinação certa, chegaram à conclusão de que é possível criar um canal de comunicação virtual, desde que se encontre o ponto certo de eficiência e de semelhança, em que respostas sejam ativadas somente por aqueles que tenham configuração idêntica.
Transmissão em tempo real não linear
A energia de cada neurônio que faça parte de um sistema afeta o sistema como um todo, não apenas os neurônios conectados ao indivíduo, já que a carga é transmitida continuamente. Uma única onda de energia causa perturbações coletivas, pois os membros do conjunto “sabem” o que ocorre com outros. Para manter a eficiência de transmissão, todos se adequam às configurações repassadas. Logo, quanto mais alinhadas, mais efetivas.
Assim, por que não utilizar esses sinais como forma de comunicação efetiva? É aí que a sincronia pode revolucionar a computação, uma vez que informações adicionais podem ser transmitidas através da topologia dinâmica. Com ela, neurônios que estejam em “sintonia” são capazes de receber informação, mesmo quando não fisicamente conectados – criando uma rede em tempo real somente a partir das restrições de energia semelhantes.
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Resumindo, processadores seriam capazes de atingir um novo patamar tecnológico. A transmissão de dados do ponto A para o ponto D não precisaria passar, necessariamente, pelos pontos B e C. Seria ativada somente pelos pontos inicial e final, que estariam em consonância. Assim, programadores poderiam criar camadas adicionais de funcionalidades além da linear.
Entretanto, tudo isso é apenas um projeto distante. Agora, os cientistas pretendem criar um simulador que possa emular bilhões de neurônios. Só depois disso é que chegarão à construção de um chip físico – revolucionário, diga-se de passagem.
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