Pacientes infectados pelo novo coronavírus não podem infectar outras pessoas a partir do 11º dia depois de ficarem doentes, mesmo alguns deles ainda testando positivo para a doença. Essa é a conclusão de um novo estudo realizado em Singapura publicado no último sábado (23).
A pesquisa foi feita em conjunto pelo Centro Nacional de Doenças Infecciosas de Singapura e pela Academia de Medicina da região. Nela, foram analisados diversos parâmetros em relação a 73 pacientes com a covid-19 que estavam internados em hospitais localizados na cidade-estado.
Segundo os autores, a maioria dos doentes já não podia mais transmitir a covid-19 após 11 dias do início dos sintomas. No relatório, eles afirmam que a detecção do RNA viral pode persistir em alguns pacientes, mas isso “não equivale à infecciosidade ou a vírus viável”, não trazendo riscos de contágio.
O espirro pode espalhar gotículas contaminadas pelo novo coronavírus por vários metros.Fonte: Pixabay
Artigos publicados em outros países já haviam sugerido resultados parecidos. Um exemplo é um estudo realizado na Alemanha em abril, no qual foi descoberto que os pacientes eram altamente infecciosos nos 7 primeiros dias depois do aparecimento dos sintomas. Porém, após o 8º dia, eles não tinham mais a capacidade de contagiar os outros, apesar das altas cargas virais detectadas no teste PCR.
Mudanças na política de alta dos pacientes
Os resultados obtidos na pesquisa podem contribuir para mudar a política de alta de pacientes adotada atualmente em Singapura. No momento, a liberação deles apenas ocorre no momento em que eles testarem negativo para a doença, e não para a infecciosidade.
Caso os critérios de alta sejam revistos, levando em conta os dados do estudo, o tempo de internação nos hospitais pode ser reduzido consideravelmente no país. É importante ressaltar que o estudo não aborda a infecciosidade dos assintomáticos e pré-sintomáticos, mas sugere que as pessoas infectadas sem a presença de sintomas possam ter padrões virais semelhantes aos descritos.
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