A tecnologia de foguetes com propulsão nuclear pode ser a peça que faltava para levar a humanidade a voos mais longínquos no espaço, como a sonhada viagem tripulada a Marte. Quem defende esta ideia é o professor de Engenharia Aerospacial da Universidade do Colorado Boulder Iain Boyd.
De acordo com ele, os foguetes movidos a energia nuclear oferecem muitas vantagens em relação aos movidos a combustão e a energia solar. Um dos principais benefícios está na velocidade proporcionada, tornando as viagens espaciais muito mais rápidas, trazendo menos riscos para os astronautas.
Há dois sistemas de foguetes nucleares para viagens espaciais, segundo Boyd. Um deles é o de propulsão térmica nuclear, que usa um pequeno reator de fissão nuclear para gerar impulso. Ele faria com que a viagem a Marte fosse de 20% a 25% mais rápida se comparada à missão impulsionada por foguetes tradicionais, conforme estimativas da NASA.
Os foguetes convencionais ainda dominam os lançamentos espaciais.Fonte: Pixabay
O outro, de propulsão elétrica nuclear, utiliza um reator de fissão de alta potência para gerar a eletricidade que alimenta um sistema de propulsão elétrica. Ainda não foi construído um modelo como este, mas o professor acredita que ele apresentaria uma eficiência três vezes superior ao primeiro sistema. Com isso, se tornaria a melhor escolha para missões ainda mais longas.
Dificuldades para desenvolver a tecnologia
Mesmo com todas as vantagens oferecidas, incluindo a diminuição da exposição dos astronautas à radiação durante as viagens, aconteceram apenas oito lançamentos espaciais carregando reatores nucleares nos últimos 40 anos, nos Estados Unidos.
Isso se deve a uma série de normas do governo americano ao longo do tempo, dificultando o desenvolvimento da tecnologia, de acordo com Boyd. A situação só começou a mudar em agosto de 2019, quando a administração de Donald Trump emitiu um memorando defendendo a utilização dos foguetes nucleares.
Para o acadêmico, esta atitude pode significar o início de “uma nova era de exploração espacial”, depois de 60 anos de estagnação.
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