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Ciência

Foguetes nucleares podem ser o futuro da exploração espacial

A tecnologia tornaria as viagens rumo ao espaço mais rápidas e seguras

Avatar do(a) autor(a): André Luiz Dias Gonçalves

schedule21/05/2020, às 19:00

Foguetes nucleares podem ser o futuro da exploração espacialFonte:  Pixabay 

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A tecnologia de foguetes com propulsão nuclear pode ser a peça que faltava para levar a humanidade a voos mais longínquos no espaço, como a sonhada viagem tripulada a Marte. Quem defende esta ideia é o professor de Engenharia Aerospacial da Universidade do Colorado Boulder Iain Boyd.

De acordo com ele, os foguetes movidos a energia nuclear oferecem muitas vantagens em relação aos movidos a combustão e a energia solar. Um dos principais benefícios está na velocidade proporcionada, tornando as viagens espaciais muito mais rápidas, trazendo menos riscos para os astronautas.

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Há dois sistemas de foguetes nucleares para viagens espaciais, segundo Boyd. Um deles é o de propulsão térmica nuclear, que usa um pequeno reator de fissão nuclear para gerar impulso. Ele faria com que a viagem a Marte fosse de 20% a 25% mais rápida se comparada à missão impulsionada por foguetes tradicionais, conforme estimativas da NASA.

Os foguetes convencionais ainda dominam os lançamentos espaciais.Os foguetes convencionais ainda dominam os lançamentos espaciais.

O outro, de propulsão elétrica nuclear, utiliza um reator de fissão de alta potência para gerar a eletricidade que alimenta um sistema de propulsão elétrica. Ainda não foi construído um modelo como este, mas o professor acredita que ele apresentaria uma eficiência três vezes superior ao primeiro sistema. Com isso, se tornaria a melhor escolha para missões ainda mais longas.

Dificuldades para desenvolver a tecnologia

Mesmo com todas as vantagens oferecidas, incluindo a diminuição da exposição dos astronautas à radiação durante as viagens, aconteceram apenas oito lançamentos espaciais carregando reatores nucleares nos últimos 40 anos, nos Estados Unidos.

Isso se deve a uma série de normas do governo americano ao longo do tempo, dificultando o desenvolvimento da tecnologia, de acordo com Boyd. A situação só começou a mudar em agosto de 2019, quando a administração de Donald Trump emitiu um memorando defendendo a utilização dos foguetes nucleares.

Para o acadêmico, esta atitude pode significar o início de “uma nova era de exploração espacial”, depois de 60 anos de estagnação.