Se os jogos esportivos transmitidos pela TV já estão fazendo falta, imagine como se sentem aqueles que têm o costume de torcer presencialmente pelos seus times em estádios, quadras e afins. Ao que parece, isso vai demorar um pouco para voltar a acontecer. A Universidade Federal do Paraná (UFPR) divulgou um estudo que aponta a retomada dessas atividades somente a longo prazo – aconselhando, inclusive, a ação apenas após a criação de uma vacina contra a covid-19.
Quem traz a informação é o Instituto de Pesquisa de Inteligência Esportiva da UFPR, em conjunto com o coordenador da comissão de integridade da Federação Paulista de Futebol (FPF), o advogado Paulo Schimitt.
Baseados em relatórios da Organização Mundial da Saúde e de institutos americanos e australianos, os responsáveis pelo levantamento indicam que competições só devem ser realizadas com a existência de medicamento retroviral eficaz ou de imunização que proteja tanto os praticantes quanto os espectadores.
Infelizmente, torcedores terão de esperar um pouco mais para retornarem aos estádios.Fonte: Pixabay
Quem está ansioso, entretanto, deve esperar ainda mais. Foram definidos quatro cenários, sendo que o primeiro deles, segundo os pesquisadores, é o momento atual do Brasil, em que se recomenda somente atividades esportivas individuais e nenhum tipo de exercício ou prática esportiva coletiva.
A volta dos esportes poderia ocorrer no cenário 2, com treinos presenciais, quando os casos de contaminação diminuíssem. Ainda assim, estádios só seriam liberados no cenário 4, com a volta à “normalidade”.
Fernando Mezzadri, coordenador da pesquisa, explica a necessidade desses cuidados: “Imagine alguém infectado no meio de 10 mil pessoas. O que pode acontecer? Choca sim, mas temos que respeitar o que os estudos estão apontando. Temos acompanhado diariamente a perspectiva para uma vacina, mas isso ainda está em um médio plano”.
É preciso paciência
O país vive um crescimento diário de casos contaminação pelo coronavírus, e isso é realmente preocupante. Já foram registradas mais de 11 mil mortes em número superior a 164 mil infectados. Apesar de os dados do estudo afirmarem ser difícil prever o retorno das atividades, uma análise otimista traz expectativas a partir de agosto.
Tendo como objetivo principal servir de base para diversos cenários dentro da pandemia, o material será encaminhado à Secretaria Nacional de Esporte de Alto Rendimento (SNEAR). “A ideia era ter um documento que pudesse balizar as organizações esportivas em geral na questão dos esportes em tempo de pandemia. Estava faltando. A gente percebeu que tinha muita especulação em torno do tema, e a gente queria trabalhar em um nível de orientações e recomendações gerais”, justifica o pesquisador.
Quem sabe a partir de agosto, se tudo correr bem?Fonte: Pixabay
Por fim, ainda de acordo com o advogado, uma fundamentação é importante para a definição dos próximos passos. “Se não, a gente começa a fazer o que está vendo: uma série de ações descoordenadas, desestruturadas, e cada um fazendo ao seu modo. Isso vai trazer prejuízos para o esporte. Imagine se uma infecção acontece, se uma morte acontecer numa retomada esportiva. Além de a vida não ser recuperável, [as ações não podem] afetar o próprio produto esportivo que estamos querendo preservar. Então tem que ter muito cuidado”, finaliza.
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