Não é preciso muito para se deparar com um pôr do sol de tirar o fôlego. Às vezes, mesmo que não possamos ver um fenômeno multicolorido de nossa janela de casa, basta dar uma olhada no Instagram para apreciar a vista deslumbrante de alguém em alguma parte do mundo. Mas você sabe por que isso acontece?
“O que vemos com nossos olhos humanos é uma pequena parte de radiação eletromagnética emitida pelo Sol. Essa radiação contém um espectro variado de comprimentos de ondas, mas nossos olhos são sensíveis a apenas pedaços específicos dessas ondas: as ondas visíveis. Ou seja, cores diferentes são associadas a comprimentos de ondas diferentes”, explica Stephen Corfidi, meteorologista da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica, nos EUA.
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Segundo o cientista, um belo pôr do sol depende, claro, da perspectiva de quem vê. Acontece que eles são lindos e apresentam cores vívidas todas as noites, variando, apenas, de acordo com a quantidade de moléculas que encontram pela atmosfera até chegar a nós. Quando se chocam com essas moléculas é que apresentam outros resultados.
“É possível notar quando se decola com um avião no fim da tarde. O pôr do sol pode nem ser grande coisa do chão, apenas rosa esbranquiçado, mas isso porque você ainda está ‘preso’ na camada limite da atmosfera, que concentra partículas como poeira e poluição. Agora, assim que o avião ultrapassa essa camada e mergulha no ar limpo, de repente tudo fica vívido”, explica.
Obstáculos do pôr do sol perfeito
Falamos muito de moléculas, mas o que elas realmente causam nas ondas visíveis? Quando um raio de luz se choca com esses elementos, ocorre um fenômeno chamado dispersão, conta Stephen. Ou seja, algumas das ondas são desviadas para diferentes direções – processo que se repete milhares de vezes até que a luz chegue aos nossos olhos.
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“As duas moléculas principais no ar são oxigênio e nitrogênio, chegando a ser muito menores que outras. Assim, elas desviam apenas as ondas mais curtas, as azuis e violetas. Isso explica o porquê de o céu ser normalmente azul durante o dia. Pareceria roxo se a sensibilidade de nossos olhos fosse mais inclinada a outro espectro”.
Como o caminho percorrido é muito mais “pedregoso” quando o sol se põe – e ele encontra muito mais que apenas pequenas partículas pela frente –, as coisas mudam de figura. Se o astro nasceu no Leste e está se pondo no Oeste – o que nem sempre acontece –, a distância para chegar à nossa casa é bem maior; logo, dependendo dos obstáculos, algumas ondas simplesmente não chegam até nós, sendo absorvidas e filtradas por eles.
“Então, realmente há um belo pôr do sol toda noite. A gente só não vê do chão”.
Cores do vento
Nunca é demais lembrar: o Sol é o mesmo para todos. Por isso, as luzes do fim da tarde para você são as mesmas de outra tarde menos avançada em outro lugar. “Tudo está conectado. Como humanos, tendemos a achar que a cor é algo concreto, mas as cores que você vê dependem do caminho percorrido pela luz antes de chegar até você, assim como dependem de como os objetos refletem essa luz e de quão sensíveis são seus olhos. Não existem afirmações absolutas na percepção das cores. É realmente inquietante quando se começa a pensar nisso”.
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Ao contrário de algumas teorias, segundo o meteorologista, poluição não necessariamente deixa tudo mais dramático. Há chances maiores de que as cores fiquem mais pálidas. Além disso, as estações do ano também exercem seu papel, dada a variação de umidade do ar.
O fato é que, quando você finalmente se encanta com o pôr do sol, ele, na verdade, já se pôs. O que se testemunha é uma espécie de miragem – a luz refletida no horizonte pela refração. Entretanto, a parte mais bonita de tudo é que outros animais enxergam cores completamente diferentes das nossas, já que seus olhos captam ondas que não captamos. É possível que o mundo deles seja muito mais colorido.
“Quanto mais você pensa, mais você entende que sua experiência é realmente única como um ser humano neste exato momento, em um lugar específico de um determinado planeta”, finaliza.
Como já dizia uma música bem conhecida da Disney, cada planta, pedra ou criatura está viva e tem alma: é um ser!
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