O astrônomo amador Thomas Lee Jacobs foi o primeiro a perceber uma característica bem peculiar na estrela HD74423: ela pulsa em apenas um de seus hemisférios, o que a faz tomar, ligeiramente, o formato de uma gota ou até mesmo de uma coxinha.
Estrela pulsante em apenas um lado
Depois da descoberta de Jacobs, duas equipes de astrônomos se juntaram para descrever o que ocorre com a estrela e o sistema binário ao qual ela pertence. A HD74423 está localizada na Via Láctea, a cerca de 1.500 anos-luz da Terra, e tem massa 1,7 vezes maior que a do Sol.
O professor Don Kurtz, da Universidade de Lancashire Central, na Grã-Betanha, comemorou a descoberta da estrela que só pulsa em um dos lados. Segundo Kurtz, desde a década de 1980, os cientistas já supunham haver esse tipo de estrela pulsante, mas essa descoberta é a primeira prova de que elas realmente existem.
A descoberta foi possível devido aos novos equipamentos que foram instalados recentemente no Telescópio Europeu do Sul (ESO), no Chile, como parte do Projeto SPECULOOS, que procura exoplanetas habitáveis orbitando estrelas frias. Dados do telescópio espacial caçador de exoplanetas, TESS, também foram usados.
Com a evolução da tecnologia para estudar estrelas pulsantes, os cientistas esperam que outras estrelas como a HD74423 sejam encontradas com mais frequência.
Sistema binário
Embora estrelas pulsantes sejam comuns, os astrônomos observam que essas pulsações costumam ocorrer em todos os lados dos corpos celestes, tanto em astros mais velhos quanto nos mais jovens, e que as razões para esses movimentos superficiais podem ser inúmeras. Até mesmo o Sol entra nessa classificação de pulsações.
O que torna a HD 74423 peculiar, com sua pulsação unilateral, é o sistema binário ao qual ela faz parte. Ela possui uma estrela anã vermelha como companheira, que distorce as oscilações pela ação de sua força gravitacional, fazendo com que a estrela maior assuma um formato quase oval.
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