Cientistas conseguiram criar um diamante puro utilizando composto presente em combustíveis fósseis. Apesar de diamantes desenvolvidos em laboratórios não serem novidade para a ciência, o novo método apresenta mais vantagens do que os demais já testados.
Pesquisadores do SLAC (Centro de Aceleração Linear) e da Universidade de Stanford inicialmente colheram amostras de diamantóides, estruturas compostas por carbono e hidrogênio, que se formam naturalmente em reservas combustíveis fósseis como poços de petróleo e gás natural.
De acordo com uma notícia publicada no Stanford News nesta terça-feira (25), os cientistas coletaram três formas diferentes de diamantóides para fazerem os testes. Vale dizer que não é de hoje que esses compostos são utilizados para entender a formação e comportamento dos diamantes.
Apesar de adquirirem o aspecto de pó após serem isolados em laboratório, esses compostos conseguem se aproximar da composição dos diamantes em nível molecular. Sabendo disso, cientistas colocaram amostras de diamantóides sob alta pressão e, em seguida, utilizaram um laser para aquecê-las.
Sob essas condições, ligações de carbono reorientam-se para a estrutura padrão de diamantes e os átomos de hidrogênio caem. Após os testes, foi constatado que dentre os três tipos de diamantóides, o chamado trimantano apresentou o melhor desempenho.
De acordo com o estudo, foram necessários 20 GPa de pressão e 626 ºC para transformar o pó de trimantano em diamante puro. Esse método é mais barato e rápido do que os demais, que requerem muita energia e tempo, além de um catalisador que retire impurezas do produto final.
A nova técnica, contudo, enfrenta um grande desafio: a escala. Cientistas possuem recursos limitados e, até o momento, só é possível fazer a compressão de amostras muito pequenas de diamantóides. Por consequência, os diamantes produzidos acabam sendo microscópicos. Até que se encontre uma solução para esse problema, a descoberta pode ajudar pesquisadores a entenderem melhores formas de criar diamantes em laboratório.
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