Os técnicos e cientistas da NASA estão a menos de seis meses dos chamados “Sete Minutos de Terror”: essa é a janela de tempo mais angustiante, quando um rover da agência espacial americana manobra para descer na superfície de Marte (confira o vídeo abaixo). O Mars 2020 entrou na fase final de testes e ajustes e, para isso, agora vive em um ambiente asséptivo e de condições controladas.
Por ser uma missão astrobiológica, o rover foi transferido para o High Bay 1, um galpão esterilizado (o chamado clean room, ou “câmara limpa”) no Laboratório de Propulsão a Jato (JPL, sigla em inglês) da NASA em Pasadena, na Califórnia. “Imagine descobrir, ao examinar uma amostra: 'Ei, essa está com o meu cabelo!’”, explicou o gerente de Operações de Montagem, David Gruel.
O rover subirá ao espaço de Cabo Canaveral, na Flórida, quando a janela propícia de lançamento se abrir, entre julho e agosto. Depois de uma viagem de sete meses, a chegada em solo marciano está prevista para 8 de fevereiro de 2021, quando o rover descerá sobre a Cratera Jezero, o leito de um lago seco com alto potencial para abrigar vida.
Traços de vida depois de 3,5 bilhões de anos
O Mars 2020 deve percorrer cerca de 20 quilômetros da superfície marciana durante cerca de dois anos, procurando vestígios de vida no delta de 3,5 bilhões de anos do rio que desaguava no antigo lago. Para isso, ele vai perfurar o solo e coletar amostras de rochas, acondicionando-as em tubos estéreis selados, que serão devolvidos à Terra para análise em 2026.
Também serão testadas tecnologias a serem usadas em futuras missões tripuladas ao planeta, como a produção de oxigênio a partir da atmosfera rica em dióxido de carbono do planeta e a identificação de prováveis veios de água subterrânea. O rover levará ainda um pequeno helicóptero movido a energia solar, projetado para voar na gravidade e atmosfera reduzidas do planeta.
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