O lançamento de mais 60 satélites da rede Starlink não foi apenas mais um êxito para a SpaceX: a empresa de Elon Musk também recuperou intacto o corpo principal do Falcon minutos depois do lançamento a partir da Estação da Força Aérea de Cabo Canaveral (Flórida). A missão é a primeira da Força Espacial dos EUA, recém-criado ramo militar do programa espacial americano.
Depois de um voo de oito minutos, o primeiro estágio do foguete se desprendeu para voltar à Terra, enquanto o segundo estágio seguia em direção ao ponto de lançamento dos satélites.
Aos 11 minutos da missão, o primeiro estágio pousou no navio-drone Of Course I Still Love You (“É claro que eu ainda te amo”), a 870 quilômetros da costa leste dos EUA. Não foi a primeira vez em que o estágio foi recuperado, mas sim, fora da fase de testes da SpaceX.
Mais de uma hora depois, os satélites de despreenderam do segundo estágio.
Tinta para acalmar a comunidade de astronomia
Com este lançamento, a SpaceX detém a maior frota de satélites em operação. Os 180 agora em órbita são fonte de crescente preocupação da comunidade de astronomia. "Se houver muitos objetos brilhantes em movimento no céu, isso vai complicar tremendamente nosso trabalho e ameaçar a própria astronomia", disse o astrônomo do Smith College James Lowenthal ao jornal New York Times.
Para contornar o problema, um dos satélites subiu revestido com tinta escura para reduzir o reflexo da luz solar. Se der certo, os próximos também ganharão o revestimento.
A SpaceX espera lançar em órbita ao menos 30 mil dispositivos de acesso a banda larga de internet. Amazon, Telesat e OneWeb, também planejam suas próprias constelações. Para o astrônomo do Centro de Astrofísica Harvard-Smithsonian Jonathan McDowell, "haverá um ponto, daqui a dez anos, em que a astronomia terrestre será impraticável, com mais e mais megaconstelações. Temos que falar sobre isso agora."
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