Chuvas de meteoros sempre são um espetáculo noturno imperdível, assim como a aurora boreal. Muitos são os privilegiados que já viram as duas, mas apenas os astronautas a bordo da Estação Espacial Internacional (ISS) conseguiram ver ambas ao mesmo tempo. Esse espetáculo único foi compartilhado pela engenheira Chistina Koch, da NASA, em sua conta no Twitter.
Can you see shooting starts from space? Turns out, yes! The first meteor shower of the decade and we were lucky enough to catch it from the @Space_Station along with the northern lights. This is a composite image of a few of the #quadrantids as they blazed into the atmosphere. pic.twitter.com/ETdMRK1d86
— Christina H Koch (@Astro_Christina) January 6, 2020
A foto, na verdade, não retrata exatamente o que os astronautas viram lá em cima; é uma composição que uniu imagens da chuva de meteoros conhecida como Quadrântidas com a aurora boreal.
As Quadrântidas propiciam o espetáculo mais curto do calendário astronômico: ele dura apenas seis horas, com um pico de poucos minutos, mas a velocidade com que os fragmentos do asteroide caem sobre a Terra é grande, o que resulta em estrelas cadentes com rastros mais brilhantes.
Asteroide misterioso
Toda chuva de meteoros tem um radiante (o ponto de onde elas parecem vir – uma ilusão por conta da sua trajetória paralela à Terra) que lhe dá nome: as Alfa Centaurídeos (radiante na constelação do Centauro), Eta Aquáridas (radiante na constelação de Aquário) ou as famosas Perseidas (radiante na constelação de Perseus). As Quadrântidas são uma exceção, pois a constelação de onde ela se “origina” não existe mais.
A Quadrans Muralis foi nomeada assim em 1795 pelo astrônomo francês Jérôme Lalande, mas não é mais listada pela União Astronômica Internacional (a figura que suas estrelas formavam não é reconhecida como uma constelação). As Quadrântidas irradiam de um lugar entre as constelações da Ursa Maior e a do Pastor.
Sua singularidade não termina aí: em vez de ter nascido de um cometa, ela se origina de um asteroide misterioso conhecido como EH1 2003, que leva 5,52 anos para dar uma volta completa ao redor do sol. Somente outra chuva de meteoros tem origem igual: as Gemínidas, nascidas do asteroide 3200 Faeonte.
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