Cientistas do MIT – Massachusetts Institute of Technology –, nos EUA, desenvolveram um material completamente plano e programável que, dependendo das condições às quais é submetido, é capaz de adotar os mais variados formatos, incluindo o de estruturas complexas, como seria um rosto humano, por exemplo. Criada a partir das mesmas técnicas de produção utilizadas na impressão 3D, a novidade é que a tecnologia pode se deformar de maneira inteligente de acordo com variações no ambiente em que ela se encontra.
Material programável
Na realidade, já faz algum tempo que os cientistas trabalham com materiais capazes de se transformar sozinhos em diferentes estruturas ou adotar formatos distintos aos que tinham originalmente. Entretanto, a tecnologia criada pelo pessoal do MIT tem a habilidade de se deformar e apresentar configurações muito mais intrincadas do que os materiais desenvolvidos até então.
O que os pesquisadores fizeram foi imprimir uma estrutura plana formada por uma espécie de malha entrelaçada feita de um material maleável que se expande quando é aquecido ou submetido a variações de umidade. Além disso, os “fios” que compõem a trama foram projetados para mudar de formato de maneira independente conforme o calor ou outro fator é aplicado sobre eles e, como não se trata de um material “contínuo” – mas sim de um todo vazado e repleto de espacinhos –, é muito mais fácil para que a malha se adapte a modificações na área de superfície, mesmo que essas alterações sejam bastante significativas.
Os cientistas também projetaram um mapa virtual para poder controlar as mudanças sofridas pelos elementos que formam a trama e determinar quanto a “folha” impressa precisa se deformar para criar os padrões desejados – como, no caso dos experimentos, os padrões necessários para produzir um rosto humano, domos e outros objetos. O material impresso foi, então, curado em um forno e, depois, resfriado em uma solução salina mantida em temperatura ambiente, resultando nas “mini máscaras” que você viu na imagem acima e outras peças.
Além dessa malha flexível, os pesquisadores também imprimiram uma trama contendo um líquido metálico condutor com funções de antena – com uma frequência de ressonância que muda conforme o material se deforma. E você ficou imaginando as possíveis aplicações para essa tecnologia? De acordo com os cientistas, além de poder ser usada na produção de componentes robóticos maleáveis, ela pode ser empregada em estruturas para a cultura de tecidos humanos sintéticos, dispositivos médicos moldáveis e lentes dúcteis para telescópios espaciais.
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