Você deve saber que mensagens “terráqueas” já foram enviadas pelo cosmos para o caso de que alguma civilização alienígena as encontre e decida retornar a gentileza. Além disso, existem grupos de cientistas que – embora nem todo mundo aprove – transmitem sinais em direção a sistemas planetários distantes e exoplanetas potencialmente habitáveis por se algum ET acaba captando o recado e mande um “alô”. Mas você sabe em que consistem essas mensagens e, se chegarem a ser recebidas, como se espera que elas sejam decodificadas?
Correio elegante
De acordo com Daniel Oberhaus, do site Wired, na década de 60, o matemático holandês Hans Freudenthal desenvolveu uma linguagem para a potencial comunicação com seres extraterrestres que ele batizou de Lingua Cosmica – ou Lincos, como é mais conhecida hoje em dia –, idioma que foi atualizado pelos físicos Yvan Dutil e Stephane Dumas e voltou a ser usado para a criação de “conteúdos interestelares” há alguns anos.
A Lincos consiste em um sistema simbólico em constante evolução que inspirou a criação de linguagens parecidas e cuja introdução é iniciada pela apresentação dos numerais e de noções básicas de aritmética – e progride gradualmente a temas mais complexos, como seriam a nossa biologia e a composição do Sistema Solar, por exemplo. No entanto, mais recentemente, pesquisas em neurolinguística apontaram que talvez devamos usar uma abordagem diferente para a potencial comunicação com seres extraterrestres.
Não restam dúvidas de que a matemática é indispensável para que possamos explicar o Universo e as leis que o regem – e até faz sentido desenvolver uma linguagem inspirada nessa ciência, uma vez que, presumivelmente, os integrantes de uma civilização alienígena inteligente seriam capazes de decodificar os sinais que compõem as mensagens e compreender o que elas querem dizer. Ademais, partindo do pressuposto de que os ETs pensam mais ou menos como nós, terráqueos, podemos assumir que eles não teriam muitas dificuldades em traduzir os códigos. Mas, pode que exista uma solução melhor.
Neurobiologia
Se existirem civilizações inteligentes pelo cosmos, é bastante provável que seus integrantes tenham desenvolvido alguma forma de se comunicar. Contudo, para criar uma linguagem que possa ser compreendida pelos aliens, o ideal seria descobrir se a que eles usam guarda alguma semelhança com nossa – no que diz respeito à estrutura gramatical.
Veja, mesmo que no nosso planeta se fale centenas de línguas e dialetos, todos eles apresentam uma estrutura hierárquica recorrente. Nesse sentido, estudos envolvendo a exposição a diferentes idiomas – reais e inventados – apontaram que o cérebro reage de forma diferente quando em contato com línguas verdadeiras, mesmo que a pessoa não compreenda o que está sendo dito, o que sugere que a capacidade processar a linguagem é algo inerente da mente humana.
Voltando aos aliens, mesmo que eles sejam muito diferentes de nós – e provavelmente serão mesmo! –, se eles tiverem desenvolvido um tipo de comunicação semelhante ao nosso, podemos deduzir que a sua neurobiologia deveria ser equivalente à nossa também. E, se esse for mesmo o caso, em vez de sinais e códigos, talvez fosse mais produtivo enviar informações na forma de textos. Uma grande quantidade deles – como uma enciclopédia da civilização humana.
Os ETs certamente teriam dificuldades para compreender o conteúdo de início, mas, se seus cérebros processarem as informações linguísticas de forma parecida aos nossos, eles eventualmente encontrariam formas de conectar a língua deles à nossa para traduzir as mensagens. Além disso, se os alienígenas fizerem parte de uma civilização avançada, eles provavelmente terão desenvolvido uma IA ou algoritmos para processar dados linguísticos, tal como nós aqui na Terra, o que significa que seria apenas uma questão de tempo até que eles conseguissem nos entender.
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