"Imagine que você está em pé no topo de um arranha-céu e, de lá de cima, joga uma bolinha de gude e ela tem que passar entre as grades de um bueiro na rua. O que houve é mais difícil de acontecer do que isso”. Assim o astrônomo Chris Kochanek explicou a detecção, por um satélite da NASA, de um buraco negro despedaçando e engolindo uma estrela. O evento, segundo os astrônomos, acontece em média uma vez a cada 10 mil a 100 mil anos em uma galáxia. Até hoje, só foram observador 40, entre bilhões de galáxias no universo.
A carnificina estelar é chamada de evento de perturbação das marés e foi captada primeiro pelo satélite de pesquisa Transiting Exoplanet Survey (TESS) da NASA. Em 29 de janeiro, quando o All-Sky Automated Survey for Supernovas (ou ASAS-SN), uma rede mundial de 20 telescópios, tomou conhecimento do evento (batizado de ASASSN-19bt), o TESS já estava olhando para a mesma área há pelo menos um ano, o que permitiu aos astrônomos ver a explosão do começo ao fim.
"Os dados que ele coletou nos permitem saber exatamente quando esse evento destrutivo começou, o que nunca fomos capazes de fazer", disse o astrônomo Thomas Holoien.
Monitoramento contínuo de uma região
O TESS monitora grandes faixas do céu por 27 dias a cada vez, mas um pedaço do céu está sempre sob contínua vigilância. Ele captou o ASASSN-19bt em 21 de janeiro, mais de uma semana antes de o evento ser brilhante o suficiente para ser detectado pelo ASAS-SN. Porém, os dados são transmitidos somente uma vez a cada duas semanas. Por isso, as primeiras informações só começaram a aparecer em 13 de março.
O buraco negro supermassivo que gerou o ASASSN-19bt está no centro de uma galáxia a cerca de 375 milhões de anos-luz de distância, na constelação Volans (Peixe voador). A estrela destruída teria o tamanho do Sol.
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