Apesar da crise que atinge a pesquisa científica no país, o Brasil atingiu sua segunda melhor marca de impacto na pesquisa científica em 30 anos, alcançando 0,89 (seu melhor resultado foi de 0,92, em 2016), segundo o anúncio feito pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC) na segunda-feira (20).
O Brasil, porém, ainda está longe de alcançar a média global, que é de 1 ponto. A pontuação é estabelecida usando-se as informações sobre a pesquisa científica de cada país, armazenadas no Web of Science. A plataforma cruza os dados dos estudos indexados e analisa sua relevância (o quanto ele é citado, consultado e usado como base para outros trabalhos), aferindo um valor dentro da comunidade científica global.
Falta de verba para a ciência
A notícia sobre o resultado divulgado pela Web of Science dificilmente vai ser comemorada pela comunidade científica: sem resposta do governo federal sobre o possível crédito suplementar de R$ 330 milhões para cobrir o déficit do orçamento de 2019, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) avisou, no último dia 15 de agosto, que suspendeu a assinatura de novos contratos de bolsas de estudo e pesquisa.
Sem dinheiro, o CNPq espera conseguir chegar ao fim do ano com dinheiro o suficiente para pagar os pesquisadores que têm bolsa vigente, o que não parece ser possível: com quatro meses ainda pela frente, o órgão só tem 12% da verba prevista.
O problema se complica porque as bolsas concedidas exigem vínculo de exclusividade, ou seja, os estudantes não podem ter outros empregos remunerados; o valor mensal pago é sua única fonte de renda. Até mês passado o CNPq tinha 84 mil bolsistas, número que agora caiu para 80 mil e que deve encolher ainda mais, já que mais nenhum contrato será assinado.