Em "O Guia do Mochileiro das Galáxias", de Douglas Adams, o planeta Magrathea gira em torno das estrelas Soulianis e Rahm – duas anãs brancas. Sondar ondas gravitacionais tem sido a maneira de cientistas acharem estas estrelas usando detectores como a missão Laser Interferometer Space Antenna (ou LISA) da Agência Espacial Europeia. O LISA, ao ser lançado em 2034, terá por missão identificar exoplanetas como o Magrathea, orbitando anãs brancas.
O LISA foi projetado para identificar ondas gravitacionais produzidas por pares compactos de objetos, como duplas de anãs brancas – estrelas de tamanho médio como o sol que, depois de queimar todo o seu combustível, acabam por expelir suas camadas externas. Como não são maciças o suficiente para fundirem seu núcleo, elas esfriam e morrem.
Estas estrelas frias são difíceis de detectar usando-se luz e outras técnicas baseadas no espectro eletromagnético. Encontrar os planetas que as orbitam é ainda mais complicado. Até agora, somente um planeta foi achado em órbita de uma anã branca. Se tais sistemas existem, o LISA deverá ser capaz de detectar algumas centenas de novos exoplanetas.
Detecção de exoplanetas em outras galáxias
Cerca de quatro mil planetas já foram detectados nos últimos 30 anos, graças ao telescópio espacial Kepler, da NASA, e o "método de trânsito": ao ficar entre sua estrela e a Terra, o planeta produz uma sombra – e é essa diferença de luz que o Kepler mede.
Conforme a pesquisa publicada no último dia 8 de julho na revista Nature Astronomy, as ondas gravitacionais de exoplanetas funcionariam de maneira semelhante. Duas anãs brancas cujo planeta orbita ambas teria uma assinatura de onda gravitacional diferente de um par de estrelas sem planetas.
O LISA poderá ver através do centro da galáxia, buscando mundos do outro lado da Via Láctea - até mesmo em galáxias próximas, como a Grande Nuvem de Magalhães.
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