Durante as semanas que se passaram, fui desafiado a trabalhar única e exclusivamente com o HP 2133 Mini-Note PC — um SubNotebook com apenas 9 polegadas, extremamente pequeno —, experiência que rendeu um diário contendo todas as minhas frustrações e alegrias decorrentes do tempo gasto nele.
Hoje, é com muito prazer que trago a vocês a primeira análise oficial do Baixaki, contendo na íntegra todos os dados técnicos deste pequeno companheiro de guerra para a estrada e para o dia a dia.
Para facilitar a visualização das informações, o texto foi dividido em diversas subcategorias. No primeiro tópico, logo abaixo, você encontrará todas as especificações da máquina (processador, memória e outros itens específicos) seguidas de prós, contras e um breve resumo da opinião final da análise.
O assunto despertou seu interesse? Então não tenha medo: siga em frente para conferir todos os detalhes, pontos fortes, reclamações, curiosidades e uma imsensa galeria de fotos desta "quase" obra-prima da Hewlett Packard!
Processador | VIA C7-M ULV (1.6 GHz, 128 KB L2 cache, 800 MHz FSB) |
Chipset | VIA 896 |
Memória | 2 GB 667 MHz DDR2 SDRAM |
Disco Rígido (HD) | 120 GB 7200 rpm SATA |
Tela | 8.9 Polegadas (WXGA, 1280x720 pixels) |
Placa de vídeo | Integrada (VIA Chrome 9) |
Sistema Operacional | Windows Vista Business Edition (no HD) |
USB | Sim (duas portas) |
Saída de vídeo | Sim (VGA) |
Wireless | Adaptador Broadcom 4311AG WiFi; Adaptador WiFi Integrado Broadcom 4311BG; Módulo integrado HP - Bluetooth 2.0 |
Rede | Controlador Ethernet PCI Integrado Broadcom NetLink Gigabit (10/100/1000 NIC) |
Leitor de cartão | 1 Slot para SD (Secure Digital) |
Slot de Expansão | 1 Express Card/54 |
Fone/Microfone | Sim |
Peso | 1.19 Kg |
Dimensões (cm) | 25,5 x 16,5 x 2,7 |
Bateria | Li-ion de três células (28 Whr) |
Alimentação | 65W HP Smart AC Adapter, HP Fast Charge |
Preço para o dia 21/03/09: de R$2199,00 a R$2556,00.
- Leve, pequeno, prático
- Teclado grande, extremamente confortável
- Esteticamente, é o mais atraente da categoria
- Acabamento em alumínio escovado não fica “marcado” pelos dedos
- Sistema inteligente de proteção para o HD
- Tela reflete demais
- Exterior fica muito quente depois de algum tempo
- Preço muito alto – próximo de notebooks mais potentes
- Baixa performance do processador invalida os 2 GB de RAM
- Windows Vista é pesado demais para ele
O HP 2133 Mini-Note PC reúne conforto, leveza e praticidade de uso em uma máquina com acabamento perfeito e repleta de recursos, tais como câmera e microfone embutidos, antena de Wi-Fi e Bluetooth, saída de vídeo e leitor de cartões SD. Não fosse o processador fraquíssimo e o preço "salgado", este Netbook seria um companheiro perfeito para o dia a dia, superando os EEEPCS da ASUS.
A versão recebida da HP — contida na caixa mostrada abaixo — inclui apenas os manuais básicos de procedência, contato e instalação (quase sem informações de uso, as quais ficam no próprio computador), uma bateria de três células, um cabo de alimentação com fonte externa e um tecido de limpeza, além da própria máquina.
Antes de ligá-lo, foi necessário carregar completamente a bateria. Depois disso, o sistema nos guiou pela instalação do Windows Vista Business Edition, realizada diretamente dos arquivos pré-carregados no disco rígido. Atenção pessoal: um drive de DVD não caberia nesta máquina, portanto prepare um drive externo ou conviva apenas com suas memórias em cartão ou USB.
Todo o procedimento girou em torno de 35 minutos. Depois disso, fui apresentado à interface do sistema sem o recurso de transparência na janela (AeroGlass). Outra coisa, o navegador padrão (Internet Explorer) vem carregado com algumas barras da AOL. Não raros foram os momentos em que elas pularam pela tela.
Já de cara você ficará vidrado no visual: com um acabamento externo em alumínio escovado, chassi de liga de magnésio (um dos componentes mais leves para a finalidade) e interior que acompanha o padrão de cores, o resultado é fenomenal, e muito superior ao do EEEPC da ASUS.
Acompanhando a tendência de outros modelos mais modernos, o 2133 também dispensa a presença de travas para a tela, basta puxá-la para cima para revelar o teclado. Logo abaixo da linha que separa o monitor da base ficam duas chaves, uma responsável por ligar o Netbook e outra por ativar ou desativar o sinal Wi-Fi.
As portas conectoras e os slots de expansão se encontram nas duas laterais (não há nada atrás, nem no topo ou embaixo). Na esquerda estão a saída de vídeo (1), a saída de ar (2), a primeira porta USB (3), a entrada de microfone (4) e a saída para fones de ouvido (5).
No lado oposto temos a entrada para cartões de expansão (6), leitor de cartões SD (7), a segunda porta USB (8), a entrada de rede (9) e o conector de enrgia (10).
Olhando o aparelho por baixo, pecebemos as duas presilhas da bateria e um sistema proprietario da HP, chamado de 3D Safe Guard. Ele é, na verdade, um acelerômetro (similar ao sistema utilizado em iPhones) que detecta quando há uma queda ou batida muito forte. Se for o caso, ele protege seu disco rígido desligando-o imediatamente. Finalmente você pode jogar um Netbook no chão com segurança (É BRINCADEIRA GENTE!).
Já na parte interna, acima da tela, ficam os dois furos para a captação do áudio (microfones embutidos) e ao centro a webcam, com resolução VGA (640x480 pixels, mas com uma qualidade muito boa). Por fim, nesta mesma região — mas por fora, onde o acabamento é emborrachado — estão as antenas de BLuetooth e Wi-Fi, para você navegar e se comunicar com outros dispositivos.
Apesar de ter tamanho portátil, o HP Mini possui em seu interior um teclado com 92% do tamanho de um padrão, um verdadeiro feito que se traduz em muito espaço e conforto para a digitação. As teclas também são lisas e chatas, não exigindo esforço para que você digite seus textos com velocidade e sem errar. Acredite, ele é uma das melhores coisas que este PC pode oferecer a você.
Em contrapartida, por aproveitar tanto do espaço para as letras e números, outras — como as setas direcionais e a própria barra de espaço — sofreram uma ligeira redução, o que pode desagradar a alguns.
Logo abaixo do teclado está o Touchpad. Ele difere dos tradicionais por três motivos:
• É muito mais largo do que alto (“qual é, a nova onda agora é o formato Widescreen!”)
• Seus botões (esquerdo e direito) estão ao lado, não abaixo.
• Há um botão para desligá-lo, evitando que a digitação seja prejudicada por toques involuntários.
Enquanto o segundo e o terceiro itens são saídas bem criativas para a falta de espaço físico disponível (e de fácil adaptação para o usuário), o formato, conforme colocado acima muitas vezes atrapalha a navegação. Ao percorrer páginas com a função de rolagem seu dedo simplesmente escapará, pedindo mais espaço para baixo e para cima.
Mesmo com este contratempo, ele é extremamente sensível ao toque, preciso e em momento algum necessitou de força em excesso.
Novamente, mais um aspecto em que o 2133 deixa o seu rival EEEPC para trás. A tela de 8.9 polegadas não causa a mesma impressão de que seus olhos foram espremidos por uma prensa, produzindo níveis bem altos de contraste e brilho, além de imagens claras e com saturação adequada. A resolução também é maior, em padrão WXGA (1280x768 pixels). Analisando bem de perto as beiradas, não encontrei quaisquer falhas, nem pixels queimados ou ainda vazamentos luminosos (efeito conhecido como bleeding edges, realmente desconfortáveis aos olhos).
Há, entretanto, dois problemas com a tela. Em primeiro lugar, a camada de proteção (para evitar danos e riscos, algo necessário em uma máquina que será carregada para todos os cantos) é muito brilhante e reflete tudo o que estiver voltado contra ela (não só você, mas também a sua janela, o reflexo dela, as árvores e o que mais estiver no alcance da luz). Em ambientes mais escuros e com a tela ligada isso não é tão perceptível, mas basta uma fresta na janela ou uma lâmpada acima da sua cabeça para a leitura ficar mais complicada. Confira as imagens para comprovar:
Já outra complicação afetará apenas pessoas mais altas. Pelo fato da dobradiça não permitir que a tela desça até ficar no mesmo plano do teclado (vide abaixo), alguns terão que buscar posições alternativas para manterem um bom ângulo de visão.
Com praticamente a mesma altura da tela, os alto-falantes foram, junto com o teclado, as surpresas mais agradáveis que o Netbook HP me trouxe. O som é bem alto, cristalino, e serve para qualquer propósito (perfeito para um som ambiente no escritório). Mesmo em nossos testes absurdos, relatados neste outro artigo, apenas um pequeno nível de ruído foi observado.
Se optar por mais privacidade, qualidade e concentração, utilize os conectores para saída de fones de ouvido e microfone, ambos de alta definição. Você também não ouvirá nenhum ruído com elas.
O computador funciona muito bem para tarefas cotidianas, como uma pesquisa rápida na web ou edição de documentos com o pacote Office, mas já de cara é possível perceber que o Windows Vista prende muito do desempenho e que processamento intenso não é bem-vindo. Bastaram algumas páginas com Flash e jogos simples (que droga!) para que as lentidões dessem as caras. Antivírus junto? Boa sorte!
O principal fator para isso, como mostrado em detalhes mais abaixo, é o processador C7-M Via. Uma pena que a HP o tenha escolhido para alimentar uma máquina que tinha tudo para ser brilhante, ainda mais com alternativas tão próximas do lançamento (na data em que foi construído) como o Atom, da Intel, voltado para a mesma aplicabilidade.
Mas de nada adianta eu apenas comentar sobre esta decepção sem compartilhar nenhum tipo de dado com vocês, portanto aqui vão alguns dos testes que passaram pelo Mini:
Índice de experiência do Windows
A maioria deve conhecê-lo, uma vez que ele é ativado já quando o sistema é instalado. Seu objetivo é rodar uma bateria de testes (para placas gráficas, processador, memória, entre outros) para medir o quão apto seu computador está a rodar o Vista e aplicativos. Confira no que deu:
2.0?!?! Pois é, e por culpa do principal suspeito. Outro componente com baixo desempenho foi o chipset gráfico. No restante, ele obteve ótimas marcas, em especial com o disco rígido e com a memória. Vamos então à próxima etapa.
O programa, para a minha surpresa, começou bem, mostrando os gráficos tridimensionais — não tão complexos, mas já lentos — e realizando todas as etapas do teste (inclusive de processamento para diversas tarefas). Entretanto, depois de cerca de 30 minutos e já na última fase, foi apresentado um erro de execução (frustrado é pouco para descrever como fiquei).
Por esta razão, não foi possível obter nenhum parâmetro de comparação direto com as máquinas concorrentes. Nos outros dois testes subsequentes, o mesmo resultado foi reproduzido. Sim, eu não fiquei feliz.
Ao que parece, o Mini tem uma rejeição aos programas da FutureMark. Não tentei reconfigurá-los por falta de tempo para descobrir exatamente qual elemento estava o prendendo, mas ambas as tentativas de teste resultaram em falhas. Ao menos agora o aviso veio logo de cara.
Para quem não conhece, este programa calcula o número PI com uma precisão de 16 mil dígitos a 32 milhões deles (e olha que fazer os primeiros quinhentos na mão já é sofrido!), forçando o seu processador a trabalhar na velocidade máxima. Levando em conta o baixo desempenho nos outros testes e a “falta de feijão” do VIA C7-M, fui conservador e escolhi o cálculo para 1 milhão de dígitos.
O resultado é desanimador (5 minutos e 22 segundos), e ainda demorou para sair. Para você ter idéia, processadores como os Core 2 Duo levam menos de dois minutos para calcularem o DOBRO de dígitos (dois milhões). Depois do SuperPI e das duas falhas nos testes anteriores, realmente não havia mais porque continuar com a bateria de benchmarks pesados. Já sabemos que ele não foi feito para isso, então vamos para o que restou testarmos.
Depois de tentar vencer todo este pelotão de testes, o ultraportátil passou a “cantar alto” com a sua ventoinha. Nunca o suficiente para ser um incômodo, mas dá para perceber que ela é muito exigida para manter a ordem dentro do casco.
Já a temperatura externa do aparelho é um incômodo. Depois de um tempo prolongado de uso fica desconfortável segurar ele no colo, ou mesmo com as mãos, principalmente nas regiões mais centrais. Nunca aconteceram problemas de estabilidade (com exceção de dois congelamentos do Windows, mas não por este motivo), mas é uma ótima idéia deixar as laterais bem livres.
Bateria carregada a 100%, hora de testá-la. Na primeira rodada mantive o sinal de Wi-Fi ativo e o brilho de tela no máximo. 1 hora e 37 minutos depois o aparelho se desligou. Considerando que este 2133 está com uma bateria de três células, o resultado foi aceitável. No segundo teste, ao desligar o cabo de energia, mantive exatamente as configurações padrão de economia da HP, mas desta vez sem navegar pela web e sem Wi-Fi. A duração foi para 2 horas e 12 minutos.
Há, pelo site da Hewlett, opção para baterias de seis células, que promete o dobro da durabilidade. A principal diferença é que esta é um pouco maior, ficando a sua parte inferior saliente.
Não há como negar que o 2133 é um belíssimo equipamento. Ele abrange o melhor de dois mundos (conforto e acessibilidade de seus irmãos maiores com a extrema portabilidade), oferecendo a você um pacote sólido, ideal para ser carregado nas viagens de fim de semana, para a faculdade ou no caminho.
Infelizmente tudo isso é praticamente atirado pela janela com uma faixa de preço pesada (mesmo as configurações menos robustas são caras se comparadas ao concorrente EEEPC, da ASUS), que o coloca próximo de Laptops mais fortes de 12 polegadas, e com a péssima escolha do processador VIA. Com ele os 2 GB de memória se tornam praticamente inúteis.
Se adquirir uma máquina destas, considere seriamente a troca de sistema pelo Windows XP, utilizando um drive externo se disponível. Enquanto isso, não deixe de conferir a nossa galeria de imagens.
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