(Fonte da imagem: Divulgação/Microsoft)
O anúncio do Xbox One foi cercado de muita polêmica. Por mais que muita gente tenha se empolgado com as novidades apresentadas pela Microsoft, a empresa conseguiu deixar os fãs cheios de dúvidas sobre o que está por vir. Perguntas não respondidas, recursos sem explicação e rumores ainda em aberto serviram para frear um pouco a animação e deixar toda a indústria com um pé atrás quanto aos planos da companhia para a próxima geração.
E boa parte da “culpa” dessa situação foi o pouco tempo que a empresa utilizou para apresentar seu novo sistema. Como boa parte do evento foi utilizada para mostrar a conectividade do aparelho com as inéditas funções de TV, muito daquilo que realmente importa para a maioria dos jogadores acabou ficando em segundo plano — ou melhor, para a E3 —, o que levantou algumas incertezas.
(Fonte da imagem: Divulgação/Microsoft)
Para deixar a situação ainda mais complicada, a própria Microsoft não colaborou, trazendo informações conflitantes ou prometendo explicar o funcionamento de alguns recursos em breve — e deixando todo mundo no vácuo. Essa falta de detalhes é terreno fértil para rumores, o que é muito perigoso a essa altura do campeonato. Prova disso é que já tivemos valores de ações despencando e dezenas de críticas a um console que mal demonstrou seu verdadeiro potencial.
É exatamente para tentar tirar um pouco dessa má impressão deixada pelo anúncio do Xbox One que decidimos trazer as perguntas mais recorrentes sobre o sucessor do Xbox 360 na tentativa de entender um pouco das estratégias da companhia e ter uma ideia do que está por vir.
1. O Xbox One vai rodar jogos usados?
Talvez a maior polêmica relacionada ao Xbox One seja exatamente a questão de uso de jogos usados. Por mais que a Microsoft não tenha tocado no assunto durante sua conferência, a discussão veio à tona em entrevistas logo após a apresentação do aparelho, ganhando volume graças às explicações pouco claras e às informações desencontradas. Como resultado, o desespero tomou conta dos jogadores.
(Fonte da imagem: Reprodução/Cinemablend)
E mesmo em meio a tanta confusão, uma coisa é certa: o novo Xbox vai realmente trazer uma nova política de jogos usados. O gerente de comunidade da empresa, Larry “Major Nelson” Hryb, até tentou deixar a questão em aberto, afirmando que ainda estamos a meses do lançamento e que essas políticas ainda não foram finalizadas, mas outras declarações já deixam bem claro o que podemos esperar.
Tudo começou com uma resposta evasiva do próprio Hryb. Quando questionado sobre um possível bloqueio do One a games seminovos, ele explicou que o console foi feito para permitir que os consumidores possam trocar e revender seus títulos, mas não entrou em detalhes sobre isso. O problema é que essa explicação ficou bastante evasiva e as "investigações" surgiram.
Quando questionado sobre a necessidade de pagarmos alguma taxa para ter acesso a esses jogos usados, Major Nelson explicou que você não precisa se preocupar com uma cobrança extra ao levar seu disco para a casa de um amigo e jogar conectado em sua conta. No entanto, e se eu tentar entrar em outro perfil?
A resposta definitiva veio do vice-presidente corporativo da Microsoft, Phil Harrison. Em entrevista ao site Eurogamer, ele explicou que os jogos do Xbox One contarão com um código de uso único que será associado à sua conta na Live e que é por isso que o aparelho precisa se conectar à internet pelo menos uma vez por dia.
(Fonte da imagem: Reprodução/Kotaku)
Por conta disso, qualquer outra pessoa que tente usar aquele jogo em outro aparelho vai encontrar um pequeno bloqueio que só é eliminado mediante pagamento — a famigerada taxa que despertou o ódio de toda a comunidade. Em outras palavras, é como se você tivesse de comprar a licença para ter acesso ao conteúdo daquele jogo, mesmo com o disco dentro do console.
E isso fez com que muita gente desse como certo o fim da venda e troca de jogos — o chamado mercado cinza, que há tempos vem incomodando a indústria de games. No entanto, a Microsoft fez questão de acalmar os ânimos e dizer que não é bem assim e que haverá um sistema próprio que vai viabilizar isso. Alguns rumores chegaram a detalhar como isso vai funcionar, mas, até agora, não há nenhum comentário oficial sobre o assunto.
Para finalizar a novela que se formou, Major Nelson fez uma publicação em seu blog oficial para acabar de uma vez por todas as suposições criadas em torno do assunto. Em seu texto, ele confirma que o Xbox One terá suporte à troca e revenda de jogos, pois se trata de algo importante para os jogadores. Contudo, ele afirma que os rumores sobre as políticas relacionadas a isso são imprecisas e incompletas e que mais detalhes serão revelados em breve.
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No fim das contas, ele apenas falou que nada disso é verdade, mas saiu pela tangente sem esclarecer nada. A impressão que temos é que a Microsoft percebeu que os consumidores não receberam tão bem a novidade e, por conta disso, está tentando redefinir sua estratégia enquanto há tempo.
2. Meu Xbox One vai precisar estar sempre conectado?
A polêmica sobre a exigência de uma conexão à internet surgiu antes mesmo de a Microsoft apresentar o Xbox One. E se os rumores já deixavam muita gente preocupada, a coisa ganhou proporções inimagináveis após um funcionário da empresa decidir dar sua opinião sobre o assunto. Quando Adam Orth veio defender a política do “sempre online”, a ira dos fãs mostrou que eles não querem nada disso e ainda fez com que o rapaz perdesse seu emprego.
Skype é um dos vários serviços online do One (Fonte da imagem: Reprodução/Microsoft)
E por mais que a companhia não tenha comentado nada sobre o assunto, a explicação foi dada em entrevistas seguintes. O problema é que, mais uma vez, tivemos respostas vagas que explicam menos do que deveriam e que abrem brechas para novos rumores e especulações.
A versão oficial, detalhada por Major Nelson, é que o Xbox One não precisa estar sempre conectado, embora ele precise estar em uma rede para funcionar. Por mais confuso que isso pareça ser, a razão para essa “pseudoexigência” é o uso de serviços nas nuvens, que vão trazer novas possibilidades e melhorar o desempenho do sistema.
Além disso, muitos dos recursos exclusivos — como os relacionados à TV e ao novo sistema operacional, como a própria autenticação de usuário — têm uma base online e isso faz com que o aparelho precise se conectar uma vez a cada 24 horas. Tanto que Phil Harrison comentou que, se você estiver em uma base militar ou qualquer outro lugar sem conexão, você não será capaz de usar o Xbox One. O mesmo acontece com os jogos, já que o tal código está associado à sua conta na Live.
E ao contrário dos primeiros modelos do 360, ele já vem com suporte a conexão Ethernet e a redes WiFi.
3. O Kinect precisa estar sempre conectado para o video game funcionar?
Sim. Como apresentado pela Microsoft em seu evento de anúncio do Xbox One, o novo Kinect agora é considerado uma parte integrada do sistema e, por conta disso, ele precisa estar conectado ao aparelho para que tudo funcione normalmente. A boa notícia é que ele já vem incluso no pacote, então você não precisará pagar a mais para adquirir o acessório.
(Fonte da imagem: Divulgação/Microsoft)
Além de ser muito mais preciso que a primeira versão do sensor de movimento, ele é responsável por boa parte da interação entre o jogador e o console. Isso inclui desde a autenticação visual — o One vai se conectar à Live automaticamente ao reconhecer seu rosto — até novos tipos de experiência, como o total controle da interface a partir de gestos.
Por outro lado, isso não significa que todo jogo vai exigir o periférico em sua jogabilidade. Como Phil Harrison explicou ao site Eurogamer, são os desenvolvedores que vão determinar quando o sensor deve ou não ser necessário, uma vez que o importante é que ele acrescente algo relevante à mecânica.
4. Como vai funcionar o sistema de TV no Xbox One?
Por mais que muita gente tenha torcido o nariz para a novidade, a principal arma da Microsoft para esta nova geração é a integração que o sistema terá com serviços de TV. A ideia é que o console seja, na verdade, uma central tudo em um — por isso o nome “One” — de entretenimento, unificando todas as mídias de sua sala de estar.
No entanto, isso não significa que a Microsoft criou um receptor para sua televisão. Por mais que o design do video game lembre muito um dispositivo do gênero, você ainda precisará ter um contrato com uma operadora de TV a cabo para que o sinal chegue na sua casa. O que o Xbox One vai fazer é transmitir o conteúdo enviado por esse receiver a partir de uma entrada HDMI presente no console.
(Fonte da imagem: Divulgação/Microsoft)
Você deve estar se perguntando por que diabos você vai usar um segundo recurso para fazer algo que o primeiro já faz, não é mesmo? Como a empresa não quer que você desligue o console em momento algum, ela trouxe alguns incentivos para que você assista à sua novela pelo One sem cogitar ir para o “serviço tradicional”. Exemplo disso é a grande variedade de conteúdos exclusivos que o sistema oferece a partir de sua conexão à internet, além de muito material nativo.
Rumores ainda apontam que os próprios comerciais devem ser repensados, criando conquistas que obriguem o espectador a estar atento à publicidade.
5. E cadê os jogos?
De fato, a conferência da Microsoft deixou bastante a desejar em termos de anúncios de jogos. No entanto, não é porque os games tiveram pouco destaque durante evento que eles serão deixados de lado em todo o console.
A empresa já prometeu trazer muitas novidades durante a próxima E3 — que começa em exatas duas semanas —, com direito a muitos anúncios e revelações surpreendentes. Isso sem falar que o One deve receber 15 títulos exclusivos só em seu primeiro ano de mercado, o que já é um ótimo incentivo para os fãs da marca. E levando em consideração que o Xbox 360 teve poucas séries para chamar de suas, saber que a situação está mudando é uma ótima notícia.
Para saber um pouco mais sobre os futuros lançamentos do Xbox One, você pode conferir nosso artigo sobre seus primeiros anúncios.
6. Vou poder aproveitar minha biblioteca do Xbox 360?
Infelizmente, não — o que significa que você já pode procurar um novo lugar para guardar sua coleção. Segundo a Microsoft, o Xbox One foi feito para rodar uma nova geração de games e que, por conta disso, não faz sentido trazer aquilo que os jogadores já viram.
(Fonte da imagem: Divulgação/Microsoft)
O vice-presidente da Xbox Live, Marc Whitten, explicou que a “culpa” disso é a nova arquitetura usada no console. Como a tecnologia usada no aparelho é completamente diferente de seu antecessor não haveria como trazer esse recurso na nova geração.
E para finalizar as esperanças de uma vez por todas, o presidente da divisão Xbox da empresa, Don Mattrick, comentou que “quem pensa na geração passada, vive na geração passada”.
7. Posso trocar o HD do meu video game?
O Xbox One virá com um disco rígido de 500 GB pré-instalado de fábrica, o que significa que você terá espaço o suficiente para instalar dados jogos por um bom tempo sem se preocupar com trocas. No entanto, no dia em que isso acontecer, você não poderá substituí-lo, já que a empresa garantiu que esse recurso não estará disponível.
Para compensar isso, o console reconhecerá qualquer tipo de HD externo que você conectar. E se lembrarmos que o aparelho já conta com entradas USB 3.0, podemos contar com uma boa taxa de transferência de dados.
8. O que mudou no controle?
O novo joystick mudou pouquíssima coisa. Seu visual foi levemente redesenhado para que sua pegada fosse melhorada — diga adeus àquele calombo na parte traseira —, suas alavancas analógicas receberam uma textura que deve tornar seu uso mais firme e o D-Pad deixou de ter os “braços diagonais” e vai finalmente favorecer os jogos de luta.
(Fonte da imagem: Divulgação/Microsoft)
Talvez a maior novidade tenha ficado por conta do novo sistema de vibração. De acordo com os relatos de quem já testou o controle, ele agora possui um sistema de resposta direto nos gatilhos, o que deve trazer uma experiência diferenciada nos comandos.
Além disso, ele substitui os clássicos Start e Select pelas teclas Menu e View — uma mudança que, na prática, não fará muita diferença. Por mais que a Microsoft tenha se dado ao trabalho de explicar as funções de cada um dos botões, eles continuam funcionando exatamente como suas predecessoras.
E sim, as pilhas voltaram.
9. E os meus periféricos do 360?
Talvez a única parte ruim desta nova geração em relação aos joysticks é que ela não terá suporte aos acessórios do Xbox 360, incluindo controles, headsets e toda a quinquilharia que você acumulou nos últimos anos.
10. Qual a mídia usada?
Conforme anunciado, o Xbox One vai finalmente adotar o Blu-ray como mídia padrão, o que significa um ganho considerável em relação ao DVD do 360. Por outro lado, a Microsoft já confirmou que os jogos da nova geração terão trava de região, acabando com o sonho de muita gente de importar seus jogos da Europa ou da Ásia — uma prática bem comum atualmente.
11. O que vai mudar na Live?
Para o jogador, pouca coisa. Sua Gamertag e seu Gamersocre serão levados para a nova geração, assim como suas conquistas, e você não precisará refazer sua assinatura ou pagar alguma taxa extra. Todos os dados já utilizados na Live atual serão reutilizados na nova geração, fazendo com que a transição seja o mais tranquila possível.
(Fonte da imagem: Divulgação/Microsoft)
Por outro lado, a loja deve receber algumas mudanças. As divisões entre Xbox Live Arcade e a área destinada para Games Indies deixarão de existir e farão parte de uma única área para jogos.
12. Como ficam os indies?
Outra polêmica. A Microsoft anunciou que, para um título ser distribuído na Live, ele precisa ser publicado por alguma empresa — o que, em teoria, mata o conceito de desenvolvimento independente. Isso gerou revolta entre os desenvolvedores, que criticaram a decisão por considerarem-na burocrática e restritiva. Segundo eles, a medida vai impedir que muitos bons jogos cheguem à loja por não ser possível a autopublicação.
13. Quando ele vai ser lançado? E por quanto?
A promessa é que o Xbox One chegue ao mercado ainda no final deste ano. A data exata ainda não foi revelada, mas podemos esperar algo próximo da metade de novembro, já que a ideia é bater de frente com o PS4 e, de quebra, pegar carona nas compras de Natal.
Além disso, a Microsoft comentou que essa previsão é para todo o mundo, então podemos esperar algo próximo disso também no Brasil.
O preço, por outro lado, não foi comentado.
Via Baixaki Jogos
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