Na pressa de divulgar uma nova coletânea de emails relacionados ao partido político turco AKP, o WikiLeaks distribui aproximadamente 80 variações de malwares. Segundo o expert de segurança Vasselin Bontchev explicou no Github, a falta de apuração do serviço fez com que, em meio ao material divulgado estejam dezenas de mensagens com links de phishing e spams.
Embora o WikiLeaks afirme que o material ajuda a revelar a corrupção interna da Turquia, veículos como o New York Times (através do repórter Zeynep Tufekci) apontam que a lista tem pouco a ver com política, se parecendo mais com uma seleção de emails e spams. Em julho deste ano, o site comandado por Julian Assange também foi alvo de críticas por divulgar informações privadas e sensíveis de votantes mulheres de 79 das 81 províncias da Turquia.
Segundo Tufekci, o serviço atua de forma descuidada tanto com dados governamentais quanto com informações privadas de cidadãos comuns. Recentemente, a conta do Twitter do WikiLeaks afirmou ter 1,4 mil emails relacionados a Fethullah Gülen, figura religiosa acusada de ser a responsável pela tentativa de golpe recente no país, ignorando que o termo “gülen” significa “sorriso” — com isso, a grande maioria das mensagens coletadas se tratava de propagandas de pontos turísticos da região do Mediterrâneo.
Entre os críticos recentes do serviço está Edward Snowden, que acredita que a falta de uma análise mais aprofundada dos dados divulgados pode comprometer a segurança de pessoas comuns. Lançado há aproximadamente 10 anos por Assange, o site afirma ter o compromisso com uma era de “vazamentos seguros”, algo que suas ações recentes parecem contradizer.
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