O carregamento de gadgets via wireless está prestes a se tornar algo comum – além de estar presente no Nokia Lumia 920, por exemplo, uma patente de carregador indutivo foi registrada pela Microsoft há algum tempo. Mas quando a tecnologia eletrônica será capaz de fazer televisores funcionarem à base desse tipo de sistema? Se depender das pesquisas feitas pelo Instituto de Ciências Avançadas e Tecnologia da Coreia (KAIST), eletrodomésticos poderão alimentar-se via WiFi dentro de alguns anos.
E o transporte de energia elétrica sem fio desenvolvido pela instituição fugiu às tradicionais técnicas usadas por cientistas da área. Conforme explica Ghun Rim, professor de engenharia nuclear do KAIST, um sistema até então inédito (e mais simples) precisou ser desenvolvido.
Chamado de “Dipole Coil Resonant System (DCRS)”, o mecanismo trata de apresentar soluções aos problemas relacionados aos sistemas acoplados à ressonância magnética (CMRS) para a transmissão de energia via wireless – método desenvolvido em 2007 que, na época, mostrou-se pouco eficiente por transportar energia por pouco mais de 2 metros.
Isso significa que o novo sistema criado pelo KAIST conta com um transmissor e receptor em forma de bobinas (esquema até então não aperfeiçoado pelos cientistas). Também conforme informam os estudiosos, o DCRS funciona por meio da presença de dois dipolos magnéticos: o dipolo primário faz a indução de campo magnético; o segundo o “recebe em forma de energia elétrica”.
O protótipo
Conforme demonstrado pelo vídeo postado logo acima deste texto, o DCRS de dois dipolos é somente um protótipo (o sistema possui três metros de comprimento e 10 centímetros de espessura) – ainda um certo tempo deverá ser gasto para a devida adaptação do mecanismo a dimensões menores capazes, por exemplo, de integrar parte de aparelhos mobiles.
AmpliarA eficiência do sistema depende da distância entre as bobinas. (Fonte da imagem: Reprodução/ExtremeTech)
Naturalmente, a quantidade de energia que o DCRS é capaz de transmitir depende da distância entre as bobinas. O pico acontece aos três metros – distanciamento ideal entre ambos os dipolos. Nessa faixa, até 1.403 watts podem ser transmitidos (a eficiência do sistema foi estimada em 36,9%). Importante dizer que esta quantidade de energia é suficiente para alimentar vários computadores de alto desempenho, desktops ou TVs LED, segundo informam também os pesquisadores do KAIST.
Sistema viável mesmo a baixa potência
Ao ficarem cinco metros distantes uma da outra, as bobinas atingiram a potência máxima de 209 watts (eficiência estimada em 9,2%). Para demonstrar a viabilidade do projeto à incorporação por sistemas domésticos, o professor Rim fez a demonstração do DCRS à baixa potência: uma TV de LCD e três ventiladores conseguiram ser devidamente alimentados pelo experimento (vídeo acima).
Nikola Tesla foi um dos idealizadores dos conceitos hoje explorados. (Fonte da imagem: Reprodução/Crazyfaceman)
O futuro
Os cientistas do KAIST pensam no projeto como um “WiFi de energia”. Isso significa que, ao entrar em um recinto, seu smartphone poderia começar a carregar de forma automática, por exemplo. As promessas e possibilidades são certamente auspiciosas – já imaginou dizer adeus aos furos para tomadas ou, ainda, poder carregar um eletrônico a qualquer parte da casa sem se preocupar com fios e mais fios? É claro que o projeto está ainda em fase de desenvolvimento. Fato é que há planos de fazê-lo palatável aos consumidores “comuns”.
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