Sabe a polêmica que envolve os taxistas e o Uber? Pois algo bem parecido está chegando ao mundo das companhias telefônicas, por causa de funcionalidades presentes no app WhatsApp. Nesta semana, Amos Genish (presidente da Telefônica) revelou durante um fórum no ABTA 2015 que o aplicativo é responsável por pirataria no mercado internacional.
Ele não se refere aos serviços de mensagens instantâneas, mas sim a um recurso mais recente: as chamadas por voz. Utilizando conexões WiFi ou franquias de dados, esta funcionalidade permite que os consumidores conversem com seus contatos sem utilizar planos de voz ou créditos pré-pagos.
De acordo com o TeleSíntese, Genish disse: "Não é admissível uma empresa prover serviço de voz sem licença do regulador, usando os números das operadoras e sem pagar impostos.". Ele ainda diz que a competição é desleal, uma vez que o WhatsApp "não tem encargos fiscais, regulatórios e nem legais". Tudo isso deve gerar queda nas receitas das operadoras, de acordo com Genish.
"Não é admissível uma empresa prover serviço de voz sem licença do regulador"
Durante o evento, o presidente da Telefônica afirma que não é possível medir exatamente o quanto as ligações por voz do WhatsApp já interferiram na receita das operadoras — e nem o impacto nas franquias de dados —, mas é inegável que isso estaria acontecendo. Ainda não é sabido se a Anatel ou outros órgãos irão se manifestar sobre o assunto.
O site Info ainda citou José Felix, presidente da América Móvil (Claro) no Brasil. Ele não foi tão incisivo quando Genish, mas concordou que falta uma "isonomia regulatória" para fazer com a concorrência com o WhatsApp não seja tão desleal. Ele também não citou números, mas disse que a falta de equilíbrio é preocupante.
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