Quando os jogos eletrônicos surgiram, há décadas atrás, a única opção que tínhamos era a de mandar uma bolinha de um lado para o outro no famoso “Pong”. Bem, essa era a única interatividade da época. Depois os jogos evoluíram e o famigerado joystick foi se modificando, mas sempre nos mantendo na poltrona (ou na cadeira do computador).
Mas como os games foram deixando de ser convencionais e passaram a ser cada vez mais interativos? Confira nesse artigo uma breve passagem por várias evoluções do joystick, dos sistemas e até jogos que usam tecnologias bastante interativas.
No início
No meio de toda a história dos jogos eletrônicos, a interatividade sempre tentava aparecer e conquistar os jogadores, mas nunca conseguia de forma satisfatória. Ou porque não atraía, ou porque a tecnologia não era tão boa assim.
No Nintendo 8 Bits (ou “Nintendinho”) surgia em 1989 a Power Glove, uma luva que detectava movimentos (semelhante ao recente Nintendo Wii). Entretanto não emplacou por mau funcionamento e desconforto — mas era uma nova ideia.
Até o Mega Drive investiu em interatividade, prometendo que o jogador seria o joystick com o seu Sega Activator. Era uma espécie de “campo infravermelho” em que bastavam gestos para ativar botões do próprio joystick. Assim, o jogador poderia chutar ou socar para determinadas áreas e sentir-se dentro do game. Mas era complicado demais em todos os sentidos.
Uma “nova” ideia: a realidade aumentada
Parece até que virou moda nos últimos meses, mas a realidade aumentada é, definitivamente, uma inovação em vários sentidos. Ela se mostrou uma ferramenta surpreendente, principalmente para a publicidade. Entretanto, para aqueles que não sabem, a realidade aumentada está cada vez mais presente também nos games.
Em outros artigos explicamos o que é a realidade aumentada e também mostramos vários exemplos para você mesmo experimentá-la. O conceito não poderia ser mais simples: misturar a realidade com o virtual. Ou seja, o real aparece no virtual. Bem, agora que a realidade aumentada se faz cada vez mais presente nos jogos, podemos esperar inovações de proporções gigantescas.
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O EyeToy do PlayStation 2
Muito parecido com uma webcam, foi um acessório lançado para o PlayStation 2. Na verdade, ela não se diferencia muito de uma câmera de computador. Com um tamanho pequeno, ela é digital, em cores e traz um microfone embutido para captura não só de imagens, mas de sons também. Geralmente a câmera é posicionada em cima da televisão ou do console e ligada na porta USB.
A câmera, através de uma visão computadorizada, é capaz de processar imagens que sejam capturadas por ela. Assim sendo, é possível interagir com diversos jogos fazendo movimentos na frente dela, pois ela logo detecta as variações de cores e transforma isso em comandos para os jogos.
A partir disso, o jogador realmente passou a participar de uma quantidade enorme de jogos. Em diversos jogos da série SingStar, o jogador pode ver-se dentro do jogo enquanto está cantando. Em outros, como The Urbz, uma foto do jogador é o suficiente para aparecer em cartazes dentro do game. Já Racing Battle: C1 Grand Prix permitia que o jogador criasse texturas para colocar na lataria de seu carro.
Já o EyeToy: Play Sports foi capaz de permitir uma experiência um pouco maior, usando a real movimentação dos jogadores para desempenhar as mais variadas atividades dentro do game — além de muita comédia. Excelente interação. Não se sabe por que a tecnologia não emplacou de fato, já que o PlayStation 2 já oferece uma boa capacidade de processamento, mas foi uma ótima ideia.
Um novo controle, uma nova interação: Nintendo Wii
Quando o Nintendo Wii surgiu, ao final de 2006, todos ficaram boquiabertos com a quantidade de interação que o jogador finalmente teria com os games. Agora, ao invés de simplesmente apertar alguns botões em um joystick preso ao console, a Nintendo faz um convite aos jogadores de levantarem do sofá e experimentarem a liberdade que o seu novo console proporcionava.
Com um controle sem fio, munido de um alto-falante próprio e acelerômetros, a experiência do jogador muda completamente. Agora, ao invés de pressionar um botão para dar um golpe, o próprio jogador precisa fazer o movimento com o controle. Já para rebater uma bola de tênis, precisa imaginar uma raquete em sua mão.
Nem todos os jogos ofereceram tal interatividade com o inovador controle do Wii, mas alguns certamente conseguiram divertir demais. É o caso da série Rayman Raving Rabbids e de Wario Ware Smooth Moves, ambos jogos que usam o controle de várias maneiras diferentes, tirando o máximo de proveito do console.
Projetos criativos feitos com o Wii
Não foram poucos os projetos bizarros que surgiram utilizando o console (ou simplesmente os controles) como ponto de partida. Um rapaz chamado Johnny Chung Lee desenvolveu uma série de projetos utilizando os acessórios.
Um de seus projetos foi o de identificação dos dedos. Basicamente consistia em usar o Wii Remote como sensor para detectar os dedos das mãos movimentando-se pela tela e controlando elementos. Johnny Lee também foi capaz de desenvolver um modo de usar o Wii Remote para detectar um ponteiro infravermelho. Assim, é possível criar uma espécie de caneta mouse a distância (ou um quadro interativo, como o criador chama).
Mas, talvez o seu projeto mais interessante seja um que detecta os seus movimentos em relação ao sensor. Invertendo os papéis, Johnny Lee usa a barra sensora na cabeça e o controle do Wii como receptor. Impressionantemente, a televisão passa a mostrar não uma imagem estática, mas elementos que acompanham o seu movimento, a sua visão. É quase como se a televisão fosse uma janela, um portal virtual, em que o jogador consegue ficar imerso. Um projeto desses para os consoles seria definitivamente fantástico.
Novos joysticks aumentam a experiência. Guitar Hero e Rock Band
Desde os primeiros consoles, joysticks novos surgiam visando aumentar a interatividade do jogador. Não era difícil encontrar, por exemplo, armas para jogos de tiro estilo House of the Dead, em que você passeia por um trajeto enquanto dá tiros apontando o controle para a tela. Também há aqueles joysticks para simuladores de avião, que fazem o jogador se sentir pilotando.
Mas qual não foi a surpresa quando foram lançadas guitarras para os consoles, para jogos musicais. Guitar Hero se tornou um sucesso estrondoso em todas as plataformas, fazendo o jogador se sentir um verdadeiro guitarrista.
Logo depois, Rock Band surge com novos instrumentos: agora a banda está completa. Escolha se você quer ser um baterista, um guitarrista, baixista ou vocalista. É aí que joysticks gigantes (ao menos para o que estávamos acostumados) surgem e invadem as nossas salas de estar. Tudo pela interatividade e inovação. Afinal, é um jogo diferente. Nunca pressionar botões referentes às cores que aparecem na tela foi tão divertido.
Você é o controle: Project Natal - Xbox 360
Sabe aqueles filmes de ficção em que movimentos que você faz com o corpo são captados e enviados para a televisão? Bem, o que era esperado para apenas algumas décadas a frente, de repente apareceu na E3 (Electronic Entertainment Expo, ou conferência de eletrônicos de entretenimento) de 2009.
O Project Natal, um novo acessório (e uma nova tecnologia, também) será lançado para o Xbox 360, mas ainda sem data definida. O conceito de que você é o controle entra de vez em prática, com um acessório dotado de câmeras e sensores infravermelhos que detectam você, seus movimentos e a sua voz.
Quer dirigir em um jogo de corrida? É só estender as suas mãos para frente e fingir que está segurando um volante. Se um adversário convidá-lo para uma luta, basta ficar de pé e preparar-se para dar os golpes. Quer ligar para alguém? É só dizer o nome da pessoa e o videogame logo realiza uma ligação em videoconferência. Quem diria que dizer boa noite e o videogame desligar seria uma revolução tão gigantesca.
Um celular como plataforma de jogos: iPhone
Assim que o iPhone surgiu muitos ficaram impressionados com o aparelho que trazia tela de toque (touchscreen) e acelerômetros. Bem, no começo não havia aplicativos novos para serem colocados e os usuários só tinham o que já vinha no próprio aparelho. Mas assim que jogos começaram a ser lançados, a interatividade do iPhone começou a se mostrar cada vez melhor.
Os jogos de corrida — como Need for Speed — fazem com que o celular seja usado como um volante: basta incliná-lo para os lados para realizar curvas. Outros, como Spore, Monkey Ball e De Blob contam com a movimentação do aparelho para todos os lados para que o personagem se movimente pela tela.
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Os Jogos interativos
ARQuake: um projeto um tanto quanto ousado
Através da tecnologia da realidade aumentada, alguns estudantes se reuniram para levar o mundo real ao Quake. Ou melhor, para trazer o Quake ao mundo real. Para isso, são necessários vários acessórios, como uma tela acoplada na cabeça, um computador portátil e um sistema de GPS para que a movimentação seja enviada para o game como comandos.
Como funciona? Bem, como você pôde perceber, no meio de tantos aparelhos também há uma tela para visualizar o jogo (no caso, Quake). O fato é que, após o sistema mapear o mundo real (as estruturas e distâncias), o game é capaz de colocar os seus próprios elementos. É claro que o funcionamento não é perfeito, já que se trata apenas de um experimento. Mas é muito interessante e pode ser aplicado após ser aperfeiçoado.
Mightier — Você é quem manda no mundo do game
Mightier é um jogo de PC em que, para começar, você controla um boneco que você mesmo pode desenhar: é só fazer a sua “arte” em uma folha de papel e escanear para dentro do jogo. Depois, antes de cada fase, será necessário que você desenhe as plataformas em que o personagem deverá subir. É uma mistura interessante e divertida de um game de terceira pessoa com interatividade. (Baixe aqui.)
Levelhead — Cubos mágicos?
Julian Oliver é um rapaz que desenvolveu um jogo o qual utiliza a realidade aumentada de maneira extremamente interessante. Como já se sabe, a realidade aumentada consiste em capturar através de uma câmera um código bidimensional. Bem, Julian Oliver colocou códigos em todas as faces de três cubos e criou o jogo.
Funciona da seguinte maneira: o objetivo é fazer com que o personagem saia dos cubos. Em cada cubo são encontradas portas e escadas. Para fazer o personagem andar, basta inclinar levemente o cubo para a direção. Caso queira mudar a visão, gire o cubo e o ângulo muda também. Resumindo: o jogo consistirá em passar de um cubo para outro até sair do último. Confira no vídeo abaixo quão interessante é o game:
ARhrrrr — Jogo de tiro em realidade aumentada
Prepare o seu celular ou gadget com câmera (um iPhone ou Zune HD, por exemplo) para acabar com os zumbis de uma cidade. Em ARhrrrr não basta ver o mapa do game na tela — você vai precisar de um impresso. Após colocar o mapa em cima de uma mesa, basta usar a câmera para capturá-lo e transportar o que é realidade para o virtual.
Prédios parecem brotar da mesa e zumbis começam a aparecer e andar pela região. Bem, como essas coisas só serão visíveis em seu celular, basta usar uma arma para acabar com os monstros. Para isso, uma boa mira não é o bastante: você precisará se movimentar muito em volta do mapa de verdade.
Você tem Skittles (ou MMs) por perto? Então posicione uma das bolinhas coloridas dentro do mapa e dê um belo tiro nela para ver o que acontece. A função dependerá da cor: algumas funcionam como portais para salvar os inocentes e outras servem como granadas extremamente poderosas.
Gizmondo — Guerra em realidade aumentada
Já imaginou um jogo de estratégia rolando em cima da mesa do seu computador? A intenção de Gizmondo era justamente essa (já que o jogo nunca foi terminado e lançado). A partir dos papéis com códigos bidimensionais, você poderia criar estruturas de guerra e depois colocá-las em ação, para acabar com as construções do inimigo. Muito bonito e interessante.
Ghostwire — Os fantasmas estão à solta em sua sala de estar
Saia à caça aos fantasmas dentro de sua própria casa. Ghostwire é um jogo (ainda em desenvolvimento) previsto para ser lançado tanto para o Nintendo DSi quanto para celulares, em que você usa a câmera do dispositivo para incluir a realidade no game.
É simples, você aponta a câmera do seu DSi para o sofá da sala e, de repente, aparece um fantasma sentado nele. A sua missão no jogo é fazer com que eles finalmente possam descansar em paz para sempre.
The Eye of Judgement — Um jogo de cartas como você nunca viu
Através da PlayStation Eye (uma câmera que é a evolução da EyeToy citada acima), o jogo é capaz de detectar cartas especiais. Basta que cada jogador pegue o seu deck de cartas (com 30 unidades) e coloque na frente da câmera para detecção. Depois, após a câmera ser mirada para um tabuleiro, basta ir colocando as cartas na mesa para que o jogo crie vida.
Ou seja, você olha para o tabuleiro com as cartas em cima e não vê nada. Mas ao ver o tabuleiro transportado para a tela, é possível ver monstros e efeitos especiais saindo de dentro das cartas. É impressionante.
Invizimals — Bichinhos de estimação que lutam no PSP
Como até o PSP tem um acessório que é uma câmera acoplada, por que não incluir games de realidade aumentada nele também, não é? Em Invizimals basta você capturar um papel com o código apropriado para que o seu bichinho crie vida e saia explorando por toda a sua casa atrás de monstros invisíveis (os chamados Invizimals).
Além da câmera, também são utilizados movimentos do jogador, voz e até sopro, que permitem golpes especiais do monstro. A interatividade é tanta que é possível fazer o seu monstro lutar com o de um amigo que também tenha PSP. Evoluções e variedades de monstros permitem que o jogador passe bastante tempo entretido.
EyePet — O bichinho virtual do século XXI
Dê um toque em sua mesa e pronto, um bichinho de estimação surge em cima dela. E você pode interagir com ele através de movimentos feitos com o corpo, brincando de fazer carinho e cócegas. Além disso, é possível desenhar novos brinquedos para o seu bichinho brincar, como um carro, e depois controlá-lo através do joystick do PlayStation 3.
Quanto à personalização, o jogador conta com estilos novos para o bichinho, além das infinitas interações possíveis.
Por que esses jogos acabam sendo um sucesso e como será daqui para frente?
Os jogos começaram com conceitos e gráficos extremamente simples, mas já conseguiam divertir. E, conforme foram evoluindo, a experiência foi se modificando também. Uma das maiores importâncias foi dada aos gráficos, que hoje em dia beiram à realidade. Mas somente gráficos e jogos com estilos já manjados não são o bastante para divertir os jogadores.
É por isso que inovações são sempre bem vindas. E algo que agrada muito o jogador é o fato de ele se sentir dentro do jogo. Ao perceber que ele faz parte daquele mundo virtual, ele é capaz de deixar para traz o real para se entreter e fazer parte da história do jogo.
Já que a realidade aumentada vem sendo cada vez mais utilizada, jogos baseados nela com certeza vão se mostrar cada vez mais inovadores e interativos. A evolução de acessórios e dos videogames em si, como o Project Natal, revolucionam totalmente o videogame como conhecemos hoje e permitem imersão total nos games.
O que você acha de tudo isso? Como você encara o uso de realidade aumentada e interatividade nos games? Participe e deixe o seu comentário abaixo!
Quando os jogos eletrônicos surgiram, há décadas atrás, a única opção que tínhamos era a de mandar uma bolinha de um lado para o outro no famoso “Pong”. Bem, essa era a única interatividade da época. Depois os jogos evoluíram e o famigerado joystick foi se modificando, mas sempre nos mantendo na poltrona (ou na cadeira do computador).
Mas como os games foram deixando de ser convencionais e passaram a ser cada vez mais interativos? Confira nesse artigo uma breve passagem por várias evoluções do joystick, dos sistemas e até jogos que usam tecnologias bastante interativas.
No início
No meio de toda a história dos jogos eletrônicos, a interatividade sempre tentava aparecer e conquistar os jogadores, mas nunca conseguia de forma satisfatória. Ou porque não atraía, ou porque a tecnologia não era tão boa assim.
No Nintendo 8 Bits (ou “Nintendinho”) surgia em 1989 a Power Glove, uma luva que detectava movimentos (semelhante ao recente Nintendo Wii). Entretanto não emplacou por mal funcionamento e desconforto — mas era uma nova ideia.
Até o Mega Drive investiu em interatividade, prometendo que o jogador seria o joystick com o seu Sega Activator. Era uma espécie de “campo infravermelho” em que bastavam gestos para ativar botões do próprio joystick. Assim, o jogador poderia chutar ou socar para determinadas áreas e sentir-se dentro do game. Mas era complicado demais em todos os sentidos.
Uma “nova” ideia: a realidade aumentada
Parece até que virou moda nos últimos meses, mas a realidade aumentada é, definitivamente, uma inovação em vários sentidos. Ela se mostrou uma ferramenta surpreendente, principalmente para a publicidade. Entretanto, para aqueles que não sabem, a realidade aumentada está cada vez mais presente também nos games.
Em outros artigos explicamos o que é a realidade aumentada e também mostramos vários exemplos para você mesmo experimentá-la. O conceito não poderia ser mais simples: misturar a realidade com o virtual. Ou seja, o real aparece no virtual. Bem, agora que a realidade aumentada se faz cada vez mais presente nos jogos, podemos esperar inovações de proporções gigantescas.
O EyeToy do PlayStation 2
Muito parecido com uma webcam, foi um acessório lançado para o PlayStation 2. Na verdade, ela não se diferencia muito de uma câmera de computador. Com um tamanho pequeno, ela é digital, em cores e traz um microfone embutido para captura não só de imagens, mas de sons também. Geralmente a câmera é posicionada em cima da televisão ou do console e ligada na porta USB.
A câmera, através de uma visão computadorizada é capaz de processar imagens que sejam capturadas por ela. Assim sendo, é possível interagir com diversos jogos fazendo movimentos na frente dela, pois ela logo detecta as variações de cores e transforma isso em comandos para os jogos.
A partir disso, o jogador realmente passou a participar de uma quantidade enorme de jogos. Em diversos jogos da série SingStar, o jogador pode ver-se dentro do jogo enquanto está cantando. Em outros, como The Urbz, uma foto do jogador é o suficiente para aparecer em cartazes dentro do game. Já Racing Battle: C1 Grand Prix permitia que o jogador criasse texturas para colocar na lataria de seu carro.
Já o EyeToy: Play Sports foi capaz de permitir uma experiência um pouco maior, usando a real movimentação dos jogadores para desempenhar as mais variadas atividades dentro do game — além de muita comédia. Excelente interação. Não se sabe por que a tecnologia não emplacou de fato, já que o PlayStation 2 já oferece uma boa capacidade de processamento, mas foi uma ótima ideia.
Um novo controle, uma nova interação: Nintendo Wii
Quando o Nintendo Wii surgiu, ao final de 2006, todos ficaram boquiabertos com a quantidade de interação que o jogador finalmente teria com os games. Agora, ao invés de simplesmente apertar alguns botões em um joystick preso ao console, a Nintendo faz um convite aos jogadores de levantarem do sofá e experimentarem a liberdade que o seu novo console proporcionava.
Com um controle sem fio, munido de um autofalante próprio e acelerômetros, a experiência do jogador muda completamente. Agora, ao invés de pressionar um botão para dar um golpe, o próprio jogador precisa fazer o movimento com o controle. Já para rebater uma bola de tênis, precisa imaginar uma raquete em sua mão.
Nem todos os jogos ofereceram tal interatividade com o inovador controle do Wii, mas alguns certamente conseguiram divertir demais. É o caso da série Rayman Raving Rabbids e de Wario Ware Smooth Moves, ambos jogos que usam o controle de várias maneiras diferentes, tirando o máximo de proveito do console.
Projetos criativos feitos com o Wii
Não foram poucos os projetos bizarros que surgiram utilizando o console (ou simplesmente os controles) como ponto de partida. Um rapaz chamado Johnny Chung Lee desenvolveu uma série de projetos utilizando os acessórios.
Um de seus projetos foi o de identificação dos dedos. Basicamente consistia em usar o Wii Remote como sensor para detectar os dedos das mãos movimentando-se pela tela e controlando elementos. Johnny Lee também foi capaz de desenvolver um modo de usar o Wii Remote para detectar um ponteiro infravermelho. Assim, é possível criar uma espécie de caneta mouse à distância (ou um quadro interativo, como o criador chama).
Mas, talvez o seu projeto mais interessante seja um que detecta os seus movimentos em relação ao sensor. Invertendo os papéis, Johnny Lee usa a barra sensora na cabeça e o controle do Wii como receptor. Impressionantemente, a televisão passa a mostrar não uma imagem estática, mas elementos que acompanham o seu movimento, a sua visão. É quase como se a televisão fosse uma janela, um portal virtual, em que o jogador consegue ficar imerso. Um projeto desses para os consoles seria definitivamente fantástico.
Novos joysticks aumentam a experiência. Guitar Hero e Rock Band
Desde os primeiros consoles, joysticks novos surgiam visando aumentar a interatividade do jogador. Não era difícil encontrar, por exemplo, armas para jogos de tiro estilo House of the Dead, em que você passeia por um trajeto enquanto dá tiros apontando o controle para a tela. Também há aqueles joysticks para simuladores de avião, que fazem o jogador se sentir pilotando.
Mas qual não foi a surpresa quando foram lançadas guitarras para os consoles, para jogos musicais. Guitar Hero se tornou um sucesso estrondoso em todas as plataformas, fazendo o jogador se sentir um verdadeiro guitarrista.
Logo depois, Rock Band surge com novos instrumentos: agora a banda está completa. Escolha se você quer ser um baterista, um guitarrista, baixista ou vocalista. É aí que joysticks gigantes (ao menos para o que estávamos acostumados) surgem e invadem as nossas salas de estar. Tudo pela interatividade e inovação. Afinal, é um jogo diferente. Nunca pressionar botões referentes às cores que aparecem na tela foi tão divertido.
Você é o controle: Project Natal - Xbox 360
Sabe aqueles filmes de ficção em que movimentos que você faz com o corpo são captados e enviados para a televisão? Bem, o que era esperado para apenas algumas décadas para frente de repente apareceu na E3 (Electronic Entertainment Expo, ou conferência de eletrônicos de entretenimento) de 2009.
O Project Natal, um novo acessório (e uma nova tecnologia, também) será lançado para o Xbox 360, mas ainda sem data definida. O conceito de que você é o controle entra de vez em prática, com um acessório dotado de câmeras e sensores infravermelhos que detectam você, seus movimentos e a sua voz.
Quer dirigir em um jogo de corrida? É só estender as suas mãos para frente e fingir que está segurando um volante. Se um adversário convidá-lo para uma luta, basta ficar de pé e preparar-se para dar os golpes. Quer ligar para alguém? É só dizer o nome da pessoa e o videogame logo realiza uma ligação em videoconferência. Quem diria que dizer boa noite e o videogame desligar seria uma revolução tão gigantesca.
Um celular como plataforma de jogos: iPhone
Assim que o iPhone surgiu muitos ficaram impressionados com o aparelho que trazia tela de toque (touchscreen) e acelerômetros. Bem, no começo não havia aplicativos novos para serem colocados e os usuários só tinham o que já vinha no próprio aparelho. Mas assim que jogos começaram a ser lançados, a interatividade do iPhone começou a se mostrar cada vez melhor.
Os jogos de corrida — como Need for Speed — fazem com que o celular seja usado como um volante: basta incliná-lo para os lados para realizar curvas. Outros, como Spore, Monkey Ball e De Blob contam com a movimentação do aparelho para todos os lados para que o personagem se movimente pela tela.
Jogos interativos
ARQuake: um projeto um tanto quanto ousado
Através da tecnologia da realidade aumentada, alguns estudantes se reuniram para levar o mundo real ao Quake. Ou melhor, para trazer o Quake ao mundo real. Para isso, são necessários vários acessórios, como uma tela acoplada na cabeça, um computador portátil e um sistema de GPS para que a movimentação seja enviada para o game como comandos.
Como funciona? Bem, como você pôde perceber, no meio de tantos aparelhos também há uma tela para visualizar o jogo (no caso, Quake). O fato é que, após o sistema mapear o mundo real (as estruturas e distâncias), o game é capaz de colocar os seus próprios elementos. É claro que o funcionamento não é perfeito, já que trata-se apenas de um experimento. Mas é muito interessante e pode ser aplicado após ser aperfeiçoado.
http://wearables.unisa.edu.au/arquake/
https://www.youtube.com/watch?v=MDYv_uLmkEU&feature=channel_page
Mightier — Você é quem manda no mundo do game
Mightier é um jogo de PC em que, para começar, você controla um boneco que você mesmo pode desenhar: é só fazer a sua “arte” em uma folha de papel e escanear para dentro do jogo. Depois, antes de cada fase, será necessário que você desenhe as plataformas em que o personagem deverá subir. É uma mistura interessante e divertida de um game de terceira pessoa com interatividade.
Levelhead — Cubos mágicos?
Julian Oliver é um rapaz que desenvolveu um jogo que utiliza a realidade aumentada de maneira extremamente interessante. Como já se sabe, a realidade aumentada consiste em capturar através de uma câmera um código bidimensional. Bem, Julian Oliver colocou códigos em todas as faces de três cubos e criou o jogo.
Funciona da seguinte maneira: o objetivo é fazer com que o personagem saia dos cubos. Em cada cubo são encontradas portas e escadas. Para fazer o personagem andar, basta inclinar levemente o cubo para a direção. Caso queira mudar a visão, gire o cubo e o ângulo muda também. Resumindo: o jogo consistirá em passar de um cubo para outro até sair do último. Confira no vídeo abaixo quão interessante é o game:
levelHead v1.0, 3 cube speed-run (spoiler!) from Julian Oliver on Vimeo.
http://blog.makezine.com/archive/2008/07/levelhead_augmented_reali.html
ARhrrrr — Jogo de tiro em realidade aumentada
Prepare o seu celular ou gadget com câmera (um iPhone ou Zune HD, por exemplo) para acabar com os zumbis de uma cidade. Em ARhrrrr não basta ver o mapa do game na tela — você vai precisar de um impresso. Após colocar o mapa em cima de uma mesa, basta usar a câmera para capturá-lo e transportar o que é realidade para o virtual.
Prédios parecem brotar da mesa e zumbis começam a aparecer e andar pela região. Bem, como essas coisas só serão visíveis em seu celular, basta usar uma arma para acabar com os monstros. Para isso, uma boa mira não é o bastante: você precisará se movimentar muito em volta do mapa de verdade.
Você tem Skittles (ou MMs) por perto? Então posicione uma das bolinhas coloridas dentro do mapa e dê um belo tiro nela para ver o que acontece. A função dependerá da cor: algumas funcionam como portais para salvar os inocentes e outras servem como granadas extremamente poderosas.
https://www.youtube.com/watch?v=cNu4CluFOcw
Gizmondo — Guerra em realidade aumentada
Já imaginou um jogo de estratégia rolando em cima da mesa do seu computador? A intenção de Gizmondo era justamente essa (já que o jogo nunca foi terminado e lançado). A partir dos papéis com códigos bidimensionais, você poderia criar estruturas de guerra e depois colocá-las em ação, para acabar com as construções do inimigo. Muito bonito e interessante.
https://www.youtube.com/watch?v=Lfp8id6bpDU
Ghostwire — Os fantasmas estão à solta em sua sala de estar
Saia à caça aos fantasmas dentro de sua própria casa. Ghostwire é um jogo (ainda em desenvolvimento) previsto para ser lançado tanto para o Nintendo DSi quanto para celulares, em que você usa a câmera do dispositivo para incluir a realidade no game.
É simples, você aponta a câmera do seu DSi para o sofá da sala e, de repente, aparece um fantasma sentado nele. A sua missão no jogo é fazer com que eles finalmente possam descansar em paz para sempre.
http://www.offworld.com/2009/05/ghostwire-augmented-reality-ga.html
The Eye of Judgement — Um jogo de cartas como você nunca viu
Através da PlayStation Eye (uma câmera que é a evolução da EyeToy citada acima), o jogo é capaz de detectar cartas especiais. Basta que cada jogador pegue o seu deck de cartas (com 30 unidades) e coloque na frente da câmera para detecção. Depois, após a câmera ser mirada para um tabuleiro, basta ir colocando as cartas na mesa para que o jogo crie vida.
Ou seja, você olha para o tabuleiro com as cartas em cima e não vê nada. Mas ao ver o tabuleiro transportado para a tela, é possível ver montros e efeitos especiais saindo de dentro das cartas. É impressionante.
http://arstechnica.com/gaming/reviews/2007/10/eyeofjudgment-ars.ars
Invizimals — Bichinhos de estimação que lutam no PSP
Como até o PSP tem um acessório que é uma câmera acoplada, por que não incluir games de realidade aumentada nele também, não é? Em Invizimals basta você capturar um papel com o código apropriado para que o seu bichinho crie vida e saia explorando por toda a sua casa atrás de monstros invisíveis (os chamados Invizimals).
Além da câmera, também são utilizados movimentos do jogador, voz e até sopro, que permitem golpes especiais do monstro. A interatividade é tanta que é possível enfrentar fazer o seu monstro lutar com o de um amigo que também tenha PSP. Evoluções e variedades de monstros permitem que o jogador passe bastante tempo entretido.
http://www.vizworld.com/2009/06/new-sony-psp-augmented-reality-game-invizimals/
EyePet — O bichinho virtual do século XXI
Dê um toque em sua mesa e pronto, um bichinho de estimação surge em cima dela. E você pode interagir com ele através de movimentos feitos com o corpo, brincando de fazer carinho e cócegas. Além disso, é possível desenhar novos brinquedos para o seu bichinho brincar, como um carro, e depois controlá-lo através do joystick do PlayStation 3.
Quanto à personalização, o jogador conta com estilos novos para o bichinho, além das infinitas interações possíveis.
http://en.wikipedia.org/wiki/EyePet
Por que esses jogos viram um sucesso e como será daqui para frente?
Os jogos começaram com conceitos e gráficos extremamente simples, mas já conseguiam divertir. E, conforme foram evoluindo, a experiência foi se modificando também. Uma das maiores importâncias foi dada aos gráficos, que hoje em dia beiram à realidade. Mas somente gráficos e jogos com estilos já manjados não são o bastante para divertir os jogadores.
É por isso que inovações são sempre bem vindas. E algo que agrada muito o jogador é o fato de ele se sentir dentro do jogo. Ao perceber que ele faz parte daquele mundo virtual, ele é capaz de deixar para traz o real para se entreter e fazer parte da história do jogo.
Já que a realidade aumentada vem sendo cada vez mais utilizada, jogos baseados nela com certeza vão se mostrar cada vez mais inovadores e interativos. A evolução de acessórios e dos videogames em si, como o Project Natal, revolucionam totalmente o videogame como conhecemos hoje e permitem imersão total nos games.
O que você acha de tudo isso? Como você encara o uso de realidade aumentada e interatividade nos games? Participe e deixe o seu comentário abaixo!