O que um bêbado, um anão dançarino, uma faxineira e um pastor evangélico têm em comum? A primeira vista pode soar estranha a pergunta, mas se você é um daqueles usuários que navega bastante pela internet já deve ter se deparado com vídeos de algumas dessas “personalidades”.
O bêbado Jeremias, Sônia do Youtube a dança do quadrado e o pastor pilão são apenas alguns dos exemplares da vasta criatividade dos usuários do YouTube que, seja por meio da edição intencional ou da ingenuidade de outros, acabaram por consagrar certas pessoas como personalidades da web.
São os famosos webhits, vídeos espontâneos que acabam por se tornar virais, lançando ao sucesso seus protagonistas. Mas toda essa visibilidade, que muitas vezes passa dos milhões de visualizações é boa ou ruim para os envolvidos? Quais as características comuns responsáveis por todo esse sucesso? Existe uma regra ou essas são grandes exceções?
O poder da imagem
Na década de 60 o mundo pela primeira vez se deu conta do poder da televisão. Nos Estados Unidos John Kennedy e Richard Nixon, então candidatos à presidência do país, pela primeira vez travaram um debate político diante das câmeras. O visual jovial e alegre do primeiro foi um contraponto à figura carrancuda e de poucos amigos de Nixon e, nas urnas, Kennedy venceu e entrou para a história como o primeiro presidente da era da TV.
De lá para cá o domínio sempre foi da televisão e, ainda para muitos, a TV é o principal meio de informação, comportando-se verdadeiramente como uma espécie de janela para o mundo. Esse panorama persistiu até a metade desta década, quando a internet, já em pleno desenvolvimento começou a tomar aos poucos uma fatia do bolo da televisão.
O auge, mais uma vez, de deu contra eleição de um presidente norte-americano. Desta vez foi o democrata Barack Obama quem soube utilizar melhor os recursos da web e derrotou o republicano John McCain. O fato colocou em evidência o poder da web em criar novos “mitos” virtuais e sustentá-los na vida real.
Regras ou exceções
Mas se ações de sucesso requerem um uso consciente das ferramentas, como explicar o fato de ilustres “desconhecidos” caírem na boca do povo pelas suas atuações na web. Podemos apontar algumas características em comum à maioria dos vídeos. Saiba quais são elas:
Espontaneidade – na maioria dos casos tanto os protagonistas quanto os autores do vídeo não tinham a idéia de se transformar em um webhit. Não foi algo, premeditado, mas sim espontâneo. Ou seja, muito cuidado com o que você vai fazer diante de uma câmera.
Ridicularização – com raras exceções, os vídeos de maior sucesso são aqueles em que alguém é ridicularizado ou está fazendo algo muito fora dos padrões normais. Aqui, não só vale a espontaneidade como também a interpretação do espectador (ou a maneira como a edição do vídeo irá conduzir a isso).
Referencias à própria web – muitos dos vídeos de sucesso fazem referência direta a ações ou termos que surgiram na própria internet. Assim, vídeos como o do Pastor Pilão ou mesmo da Sônia Youtube podem não fazer tanto sentido assim quando visto por um público mais amplo, como das emissoras de TV, que nem sempre terá as mesmas referências.
Pós-fama – os 15 minutos de fama na internet nem sempre são sinônimos de algum benefício no futuro. Um dos casos mais clássicos é o de Jeremias José. Embora o programa em que a matéria foi veiculada tenha ganhado destaque nacional, seu protagonista seguiu um caminho inverso, tornando-se cada vez mais motivo de chacota.
Confira um Top 5 com alguns dos webhits mais marcantes da rede
Uma matéria de um grupo de estudantes de Jornalismo sobre doação de sangue. Até aí tudo bem. Até um dos entrevistados declarar que a doação de sangue era tranqüila e que todos podiam vir sem medo. E ficar espantado com o tamanho da agulha. Também virou webhit e ganhou diversas outras paródias na rede.
Era pra ser apenas um curioso vídeo sobre um pastor girando em uma performance durante um culto. Mas algum engraçadinho decidiu colocar uma música tema do jogo Street Fighter. Estava criado o clima de algo engraçado e, é claro, mais um webhit. O pastor girando já ganhou mais de uma dezena de versões, entre elas Michael Jackson, ballet, Pião da Casa Própria, La Bamba, e He-Man.
Um grupo de atores protagonizando uma dança divertida parodiando o ritmo e as letras do funk. A dança do quadrado virou webhit e fez tanto sucesso que foi parar na televisão. O grupo foi premiado pela MTV como webhit do ano. Embora tenha sido concebida para ser uma peça divertida, não se imaginava o tamanho do sucesso que ela poderia atingir. Ponto positivo para uma boa idéia.
A faxineira Sônia ganhou fama pelo país ao tentar pronunciar (e não conseguir) o endereço www.youtube.com. Sua dificuldade em pronuncia foi gravada por um dos seus “colegas” de trabalho e jogada na rede. O vídeo recebeu mais de um milhão de acessos e Sônia virou webhit. O sucesso foi tanto que chegou a gerar uma loja virtual, chamada Loja da Sônia, vendendo produtos alusivos ao vídeo.
Era para ser apenas mais uma matéria para um programa policial sobre a prisão de alguém embriagado. Mas este alguém era ninguém menos que Jeremias José. Na prisão, por dirigir sua moto embriagado, soltou pérolas como “eu matava até o delegado” e “foi o cão quem botou pra nóis (sic) beber”.
O vídeo ganhou dezenas de outras versões e até funk. Jeremias José seria preso ainda outras duas vezes. Infelizmente ficou famoso da pior maneira possível e não colheu fruto algum do seu sucesso.
E você, quais outros webhits recomenda? Deixe as suas indicações de vídeos do Youtube nos comentários e participe conosco.