Paul Krugman, do New York Times, escreveu uma coluna interessante e subversiva nos últimos dias. Chamada de "Apple e o Estado da Autovigilância", o texto toca em pontos interessantes sobre o novo lançamento da Maçã e a nova categoria batizada de wearables.
É claro que, desde o anúncio do Apple Watch, a marca dá ênfase a toda luxúria e riqueza que envolve o seu produto. Tanto, que ele pode ter um preço superior aos R$ 10 mil. Esse é um dos motivos do porquê Krugman acredita que os wearables querem passar a sensação de que eles foram feitos apenas para os ricos.
O colunista ainda nota que estes dispositivos aumentam o "estado de autovigilância". Isso significa que o seu smartwatch também vai enviar as suas informações para outros serviços e empresas — como o smartphone. Unindo ainda com apps de rastreamento corporal e cardíaco, você coloca todo o seu corpo em vigilância.
Krugman também percebe que o Watch, por exemplo, oferece uma abordagem "premium" de conseguir tudo antes das outras pessoas — e com ar blasé. "Ricos não esperam na fila. Eles possuem 'minions' para garantir que há um carro esperando na esquina, que a mesa de comida está arrumada e servida, que as chaves dos carros estão em seus lugares e as malas já estão no quarto", escreveu.
O colunista explica como o smartwatch mimetiza essas ações: "O app de reservas em restaurantes vai te avisar quando a sua mesa está disponível, então você não precisa ficar na fila esperando. Você apenas entra e senta calmamente no seu lugar". Krugman chama isso de experiência "Disney World".
"Na verdade, a falta de privacidade é parte da experiência de ser rico — o chofer, as empregadas e o porteiro sabem tudo, mas são bem pagos para não contar e dar informações, e a mesma coisa vai ser real nas versões digitais da classe média alta. Os ricos já vivem em um tipo de estado de vigilância privada. Agora, a oportunidade de viver dentro de um aquário de ouro está sendo democratizada", finalizou Krugman.
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