Confira as principais diferenças gráficas entre GTA 4 e GTA 5 [vídeo]

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Com toda a promessa de uma geração, Grand Theft Auto IV deixou muita gente boquiaberta na época. O ano era 2008, quando os sistemas atuais ainda engatinhavam e cada passo dado pela indústria era visto como um grande avanço. Tanto que, quando a Rockstar trouxe a aguardada sequência, muitos acreditavam ser impossível ir além em termos de fidelidade visual na hora de trazer um mundo aberto como Liberty City.

Mas o tempo passa, o tempo voa e chegamos a 2013. Cinco anos depois da dita revolução, o estúdio conseguiu surpreender novamente, desta vez com GTA 5. E como era de se esperar, as diferenças gráficas entre os dois títulos é imensa, sendo muito difícil encontrar características em comum entre elas, por mais que estejamos falando do mesmo motor gráfico.

Em meia década, muita coisa mudou — principalmente em uma indústria tão movimentada quanto a dos video games. Então, por que diabos fazer esse tipo de comparação se já sabemos a resposta do que vamos encontrar?

Como mencionado, tanto GTA IV quanto seu sucessor utilizam a mesma engine, a chamada Euphoria. Por se tratar de uma única tecnologia, é possível comparar o salto dado pela atual geração neste período de cinco anos. Afinal, a Rockstar não trouxe nada inédito, apenas melhorou e refinou algo que ela já utilizava — ou tentava utilizar — há cinco anos.

Assim, com a chegada do PS4 e Xbox One, nada melhor do que fazer aquela breve recapitulação dos avanços gráficos que seus antecessores trouxeram. Em tempos em que todos querem fotorrealismo e níveis de detalhes absurdos, nada melhor do que olhar para trás e ver o quanto conquistamos até aqui.

Uma mudança nítida

A maior mudança sentida entre GTA IV e V é a nitidez da imagem. Como o primeiro título foi lançado ainda no início da geração, a Rockstar ainda não conseguia explorar ao máximo o potencial de seu motor gráfico e, para manter o desempenho do game considerável dentro das proporções apresentadas, alguns truques tiveram de ser aplicados.

AmpliarRepare que, em GTA V (à esquerda), a imagem é bem mais nítida (Fonte da imagem: )

O principal deles foi a aplicação de um filtro que, em resumo, desfoca objetos mais distantes a fim de destacar apenas aquilo que está em primeiro plano. Isso faz com que o jogo tenha uma espécie de névoa que maquia todas as possíveis falhas e evita que o console tenha de processar informações de texturas e elementos menos importantes.

O ponto é que isso não é algo discreto, mas presente em toda a imagem, até mesmo sobre o próprio personagem. Em outras palavras, é como se nada em GTA IV fosse totalmente nítido. É como se a resolução nunca fosse a ideal e sempre houvesse uma espécie de camada esbranquiçada por cima que deixa tudo mais opaco. É por isso que, ao visitar Liberty City, você sente que a cidade é tomada pelos tons de cinza, uma vez que a paleta de cores é reduzida a elementos mais sóbrios para combinar com esse recurso.

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Em GTA V, por outro lado, essa “muleta” já é deixada de lado, pois a Rockstar já não via mais a necessidade de recursos que ajudassem a maquiar as falhas gráficas da Euphoria. Depois de cinco anos, a empresa conseguiu otimizar sua engine e criar mundos muito mais claros e nítidos, onde você pode se atentar aos vários detalhes presentes no cenário, seja próximo ao personagem ou muito mais ao fundo.

E para melhor perceber o quanto esse “nevoeiro” faz diferença, vamos a alguns exemplos práticos. Primeiramente, ao elemento principal dos jogos: seus personagens. Ao colocar os protagonistas dos dois últimos GTA lado a lado, você pode perceber o quanto o trio de Los Santos está melhor trabalhado do que o pobre Niko Bellic. Você consegue não apenas ver seus rostos com mais clareza como perceber detalhes menores de expressão facial, visto que a animação também melhorou consideravelmente neste meio tempo.

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Outra maneira muito boa de perceber o efeito de blur usado em GTA IV é no horizonte. Em Liberty City, não é possível enxergar com nitidez elementos mais distantes, visto que essa névoa oculta a maioria dos detalhes, deixando apenas a estrutura básica visível.

Isso fica claro quando você pega um helicóptero e sobrevoa o local. Em GTA V, Los Santos é enorme e você consegue perceber isso muito bem, pois é possível ver todos os prédios bem definidos até o horizonte — e todos eles bem detalhados. Já em GTA IV, por outro lado, é possível ver o ponto em que o jogo deixa de processar essas informações menores, como texturas e iluminação, para mostrar a cidade como um todo. O resultado é uma vasta cidade, mas completamente chapada, como se fossem pequenas caixas de plásticos dispostas em quadras.

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Por outro lado, o truque da névoa também tem seus benefícios. Como o horizonte é pouco nítido, o limite da tela na qual as imagens começam a serem desenhadas passa a ser igualmente confuso. Ao avançar com seu carro, você não consegue ver os veículos surgindo à sua frente de repente, mas aparecendo gradualmente, como acontece na realidade. Já em GTA V, isso é um pouco mais chamativo, pois é possível ver cada automóvel brotando à determinada distância.

Questão de texturas

E já que falamos da névoa que maquia GTA IV, vamos comentar sobre o nível de texturas existentes nos dois jogos. Afinal, há realmente uma diferença significativa entre Liberty City e Los Santos?

A resposta é sim — como você bem podia imaginar. Como citado, o game de 2008 usava o efeito de desfoque para diminuir a quantidade de detalhes no cenário para que o jogo não ficasse pesado demais. Isso não significa, no entanto, que o mundo ao seu redor era liso e chapado.

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Quando lançado, GTA IV impressionou exatamente pela quantidade de texturas apresentadas. O asfalto não era mais apenas uma placa cinza desenhada, mas repleto de deformidades e pedregulhos que davam a impressão de que aquilo era feito do mesmo material que as ruas pelas quais passamos todos os dias.

O ponto é que GTA V levou essa característica a um novo nível. Enquanto seu antecessor se destacou pela existência desse efeito visual, o jogo lançado este ano trouxe uma variedade de detalhes muito maior, deixando a coisa bem menos uniforme, dando a impressão de que cada pedaço é realmente único.

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Na praia de Liberty City, por exemplo, era fácil perceber o padrão no desenho da areia. Era como se tivéssemos uma repetição dos mesmos blocos infinitas vezes, criando um efeito de uniformidade em toda a costa. Em Los Santos isso também acontece, mas com uma frequência muito menor. É como se não houvesse esse padrão, deixando a distribuição das diferentes texturas de maneira quase aleatória, criando uma variedade muito mais realista.

As diferentes águas

Ainda na praia, a água também foi parte importante da evolução feita pela Rockstar em seus dois games. Além da possibilidade de fazer o personagem mergulhar, os efeitos aplicados sobre o mar mostram o quanto a empresa conseguiu aprimorar sua engine.

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Em GTA IV, o mar é quase um grande espelho-d’água. Por mais que ele tivesse movimento, a única alteração evidente era na altura e de maneira totalmente uniforme. Tudo o que víamos era um sobe e desce lento e sincronizado, como se aquilo fosse uma enorme bacia. O mesmo acontecia nas extremidades, em que o vai e vem da maré era uma linha nítida que acompanhava essa variação programada.

Mas isso muda de figura em GTA V. Primeiramente porque temos a introdução das ondas, fazendo com que o movimento fique completamente aleatório e disforme. Além disso, as áreas onde isso acontece são preenchidas com um efeito esbranquiçado que simula a espuma do mar, deixando tudo ainda mais crível.

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E como a variação na altura da água passou a ser variada, a limitação na costa seguiu o mesmo raciocínio. Lembra-se da última vez que você foi à praia? As ondas que quebravam na areia não recuavam de maneira igual e essa irregularidade conseguiu ser muito bem reproduzida por aqui.

Deixando o mar de lado, vamos falar um pouco da chuva. O que chama a atenção aqui é que o efeito de precipitação é muito melhor em GTA IV do que no recente lançamento. Isso porque, em Liberty City, os pingos caem de formas variadas, sofrendo sempre com a ação do vento. Sabe aquela chuva maldita que cai na diagonal e faz você se questionar se fechou ou não a janela do quarto? Pois ela também aterroriza a vida do pobre Niko.

Por outro lado, GTA V compensa isso ao fazer com que a água que cai do céu se acumule no chão. Após uma tempestade, é comum encontrar poças pelas ruas e o próprio choque das gotas no chão é mais nítido. Mais do que isso, pisar sobre esses acúmulos gera efeitos de movimentação e o próprio personagem fica molhado se permanecer tempo demais ao relento.

Quando a luz dos olhos seus

Já a luz é o tipo de elemento que mudou bastante nesses últimos cinco anos. Como já foi explicado, o jogo de 2008 é bem mais escuro e a constante névoa faz com que você não perceba a iluminação de maneira mais ativa. Tanto que o próprio sol é uma figura quase alegórica, podendo ser visto apenas em raras ocasiões.

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Por mais que tenhamos sombras e reflexos em GTA IV, eles não tão marcantes quanto em GTA V. Basta olhar as ruas à noite e perceber que tanto os faróis dos carros quanto a iluminação pública fazem um serviço tímido na hora de clarear o caminho do protagonista.

E Los Santos representa muito bem o espírito californiano ao trazer a luz do sol em todo seu esplendor ao jogo. Os focos de luz realmente iluminam e você consegue perceber muito bem o ângulo de incidência, assim como as áreas clareadas, de sombra e zonas de penumbra. Isso fica ainda mais evidente quando você sobrevoa a cidade e vê todos esses tons de iluminação espalhados pelos prédios de acordo com a posição do sol.

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Isso também pode ser visto nos reflexos em determinadas superfícies, como nos carros. Enquanto os veículos de GTA IV são quase completamente foscos, trazendo um ou outro espelhamento mínimo, em GTA V isso é bem mais perceptível. Você consegue ver o cenário sendo refletido na lataria do automóvel e, dependendo do local e da condição do tempo, as nuvens passando no céu.

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Modelando o mundo

Por fim, temos a modelagem do jogo como um todo. Ao longo desses últimos cinco anos, a Rockstar conseguiu aprimorar a criação de personagens e estruturas a um nível impressionante, fazendo com que seja difícil de acreditar que GTA IV e V fazem parte da mesma geração e que são derivações de um único motor gráfico.

Essa diferenciação é sentida em vários momentos. A principal é na própria construção dos personagens. Além de muito mais nítidos, a quantidade de pequenos detalhes é bem maior. Você consegue perceber as marcas no rosto de Trevor e as variações de expressões de Michael a cada momento, o que deixa tudo bem mais próximo do real, além de ajudar na criação da empatia pelo jogador.

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Niko Bellic, por outro lado, traz uma construção bem mais simplificada. Logo na cena inicial de GTA IV, por exemplo, você percebe que os detalhes faciais do personagem são bem menos destacados — chegando ao ponto de, em alguns momentos, ser apenas um borrão.

Essa modelagem também afeta a apresentação das roupas. No jogo de 2008, casacos, calças e demais vestimentas faziam parte do modelo do protagonista, ou seja, você não sentia que existia um corpo ali embaixo e todo o movimento era bastante engessado. Em GTA V, por outro lado, é possível ver as blusas se dobrando quando você corre ou ficando amassadas quando o personagem sofre algum tipo de impacto, criando a sensação de que aquelas peças foram colocadas sobre o modelo do personagem em si.

Que venha a nova geração

Como citado anteriormente, a evolução existente entre GTA IV e seu sucessor é absurda e não representa apenas o salto dado pela Rockstar na última meia década, mas de toda a indústria ao longo dessa geração. E se, em apenas cinco anos, as produtoras conseguiram aprimorar suas engines nesse ponto, fica ainda mais difícil imaginar o que esperar dos títulos do Xbox One e PS4 em 2018. Mas seja lá o que for que vamos encontrar, sabemos que será coisa boa.

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