(Fonte da imagem: Reprodução/WikimediaCommons)
Estamos às portas dos lançamentos de dois consoles sumamente importantes para o que deve ser a oitava geração de video games. Entretanto, mesmo as campanhas de marketing mais megalômanas tem tido dificuldade para espantar certo clima de indiferença em relação ao próprio formato “console”, conforme deixou claro uma pesquisa realizada pelo grupo Superdata e lançada pela Digital River.
A mensagem é razoavelmente clara: o mercado de consoles encontra-se saturado. Ao entrevistar 1.105 pessoas, o Superdata descobriu que, atualmente, 79% dos jogadores já possuem um console, sendo que, em média, cada um desses jogadores já possui 2,6 consoles ocupando espaços na estante.
(Fonte da imagem: Divulgação/Sony)
“Os veteranos da indústria devem se lembrar do crash de 1983, quando o mercado de jogos estava saturado de aparelhos de hardware”, afirma o documento, trazendo de volta um dos maiores fantasmas em pixels da década de 1980. “Hoje, a indústria passa um risco semelhante. Com uma base de consoles maior do que nunca, os consumidores tendem a ser mais relutantes na hora de acrescentar um novo aparato às suas salas de estar.”
Novos jogadores com novos hábitos
Talvez pareça um tanto curioso imaginar um crash dos consoles quando há uma base instalada que seria impensável há coisa de uma década. A razão para tanto é tão complexa quanto superficialmente óbvia. O jogador atual tem comportamentos diferentes daquele de alguns anos atrás.
Conforme levantou a pesquisa, boa parte dos gamers de hoje prefere aparelhos multifacetados, capazes de executar várias tarefas diferentes — muitas vezes de forma simultânea. Isso explicaria por que um aumento no número de jogadores pode não se traduzir em uma demanda maior por consoles.
Para colocar em números, em 2008 os consoles assumiram a ponta do mercado, representando a principal plataforma de jogo para 48% dos jogadores, em comparação com os 37% que preferiam o PC e os 5% que utilizavam majoritariamente plataformas mobile (celulares e afins).
Há uma mudança drástica, de fato. Em 2012 apenas 30% dos consumidores consideravam o console sua plataforma principal de jogo, com o PC saltando para 51% da preferência e os aparelhos mobile registrando um crescimento considerável, com 13% da preferência.
Mais vendas digitais
O mesmo estudo registrou também um crescimento na aquisição de jogos por vias exclusivamente digitais (sem mídia física). Os lucros obtidos pelo formato saltaram de US$ 1 em 2000 para US$ 14 em 2012 (já com os ajustes inflacionários). Isso, sem dúvida, reflete bem o crescimento da própria indústria de games durante o período — com gastos, por jogador, saltando de US$ 33 para US$ 50.
A reinvenção ainda deve ser uma saída
Ao que parece, portanto, o que se tem é a ameaça de uma crise na aparência bastante semelhante à de 1983 — embora diversas particularidades saltem à vista após uma apreciação mais cuidadosa. De fato, em outras épocas tratava-se apenas do excesso do novo formato, o qual se oferecia a um nicho ainda não totalmente acostumado.
(Fonte da imagem: Reprodução/Microsoft)
Hoje o formato não é mais novo, e a profusão de jogos descartáveis é uma constante há tanto tempo que nem sequer vale apena acrescentar a variável à equação — embora, hoje, se pareça muito pouco com a “terra de ninguém” da época de Nolan Bushnell. Evitar a queda, entretanto, pode demandar uma manobra bastante semelhante: a reinvenção. Isso enquanto alguém ainda consegue distinguir consoles de portáteis, e estes de plataformas mobile.
PlayStation 4 e Xbox One devem aparecer deste lado do globo nos dias 14 e 22 de novembro, respectivamente.
Via BJ
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