Além de incitar a violência e sugar o cérebro das crianças, parece que os videogames também são capazes de deformar as mãos dos infantes. Pelo menos é o que o Dr. Mike Tomich (e alguns outros médicos) acreditam.
Segundo os estudos de Tomich, algumas atividades como jogos de videogames e até brincar com lápis de cores, podem ser prejudiciais para o desenvolvimento dos ossos das crianças.
Por conta dos ossos infantis ainda não estarem devidamente calcificados, tais atividades podem acarretar deformações dos membros. Para o Dr. Mike, o ideal era que nenhuma criança com menos de sete jogasse videogame, sendo que a margem diminui para cinco anos quando o assunto são os livros de colorir.
O livro “Our Silent Epidemic” (Nossa epidemia silenciosa) alerta para o problema, sendo que agora o médico procura — sem sucesso — por financiamento do governo para novas pesquisas.
Na realidade o argumento é valido e é um dos mais sólidos contra os videogames, visto que ultimamente uma série de absurdos é atribuída aos jogos (de assassinatos em massa a boa e velha neurose).
Entretanto basta apenas um pouco de conscientização por parte dos pais, que devem ensinar seus filhos a não esmagarem o controle como quem pretende transformar carvão em diamante, e certamente não haverá nenhum problema com a formação óssea da criancinhas.
Enquanto isso
Se o videogame é culpado por tantos malefícios a sociedade pelo menos um mérito eles apresentam junto a comunidade médica. Difamados como grandes vilões da visão, os jogos eletrônicos parecem que deram a volta por cima.
Segundo um estudo da Universidade de Rochester, os games — especialmente os de ação em primeira pessoa (os bons e velhos FPS, como Halo, Gears of War e Doom) —, ajudam a desenvolver a visão.
A pesquisa avaliou os efeitos secundários dos jogos em seus usuários e comprovou uma melhora na função de sensibilidade ao contraste (CSF, na sigla em inglês), o que significa que os jogos aprimoram a percepção de diferentes tonalidades de cinza — fato bastante relevante, já que até então se acreditava que essa função não poderia ser estimulada.
A ambliopia ou olho preguiçoso (nome dessa disfunção da visão) só podia ser tratada através de cirurgias ou uso de óculos. Entretanto, com a descoberta, os cientistas podem vir a recomendar o uso de videogames para reforçar esse aspecto da visão.
Para chegar às conclusões o estudo avaliou treze pessoas, que foram divididas em dois grupos, sendo que cada um dos grupos jogou por cerca de cinqüenta horas semanais, durante nove semanas. Enquanto um grupo foi exposto a títulos de ação e tiro em primeira pessoa (Call of Duty 2 e Unreal Tournament), o outro teve contato com títulos mais “calmos”, como The Sims.
Os membros do grupo dos jogos de ação registraram uma melhoria de 43% na CSF, enquanto os jogadores do outro grupo apresentaram apenas 11%. O estudo também descobriu ainda que a melhoria na CSF dura por meses, mesmo após as pessoas pararem de jogar.
Vale lembrar que o mesmo grupo de pesquisadores já haviam creditado aos videogames outros benefícios do campo visual, como aprimoramento da visão periférica e acuidade visual.