A atual geração de consoles nem começou a esquentar seu lugar direito e já tem muita gente pensando em como será a próxima encarnação desses aparelhos. Aliás, será que haverá uma próxima encarnação desses aparelhos? De acordo com um figurão desse mercado, a próxima leva de video games – tanto da Microsoft como da Sony – tem tudo para existir, mas as chances são de que eles sejam bem diferentes do que nós estamos acostumados.
As palavras são de Robbie Bach, que liderou a divisão Xbox da empresa de Redmond por mais de dez anos. Em entrevista ao portal Geekwire, o executivo afirmou que a próxima geração de aparelhos pode se aproximar cada vez mais de outros eletrônicos conectados à TV e que muito provavelmente não irão dar mais suporte a mídias físicas. O resultado dessas mudanças? Uma verdadeira incógnita de como esse novo hardware vai se parecer ou se encaixar no mercado.
“É apenas um dispositivo de jogos ou é mais do que isso? Qual é o balanço entre o que uma Apple TV é e o que um Xbox ou PlayStation 4 são? Essas são questões interessantes e as equipes vão ter que lidar com elas. A próxima geração será algo completamente diferente”, acredita. Esse tipo de desafio é uma coisa que as gigantes do setor, aliás, já estão acostumadas, com o próprio Bach lembrando que, um ano antes do lançamento do XOne e do PS4, “todos diziam que o mercado de consoles estava morto”.
Tecnologia e mercado
Olhando do ponto de vista de nova ferramentas o ex-chefão do Xbox acredita que talvez essa corrida desenfreada pela realidade virtual não seja o pote de ouro no fim do arco-íris, como muitos acreditam. “A dúvida principal é quanto a comercialização. Acho que a tecnologia e o conceito são incríveis. Realmente poderosos e não apenas para os games”, analisa. Para ele, o problema é achar um formato viável para que isso seja popularizado entre o público.
“No momento, você tem que andar por aí que nem um idiota usando essa coisa estranha na sua cabeça. Fica parecendo que você deveria estar num filme de Star Wars”, dispara Bach, que cita ainda o problema com usuários ficando enjoados após usarem óculos de realidade virtual. “Há uma série de condições [para a utilização do equipamento] que são complicadas. Eles têm que descobrir exatamente como comercializar isso”, completa.
Olhando por esse lado, nem parece tão idiota, não é?
Para mostrar a diferença entre a tecnologia existir e ser viável, ele lembra que as telas touch já existiam anos antes do lançamento do iPhone, mas eram caras e exigiam uma stylus. O dispositivo da Apple acabou introduzindo uma versão menos precisa, mas muito mais barata e amigável que a original, possibilitando a comercialização em massa do conceito de displays sensíveis ao toque.
Bach ainda aproveitou a deixar para meter o bedelho nos negócios do seu antigo emprego. Mas calma, foi apenas para defender os antigos colegas das pessoas que acreditam que a divisão de games da Microsoft deveria se separar do restante da empresa. Para o executivo, não faz muito sentido que o Xbox se distancie, já que sua tecnologia está bastante ligada a outros produtos da casa e tanto a MS como Phil Spencer estão bastante dedicados ao investimento da companhia no mercado de jogos.
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