Desde que foi implementado no mercado de games, o sistema de proteção Denuvo foi tido como um dos mecanismos mais avançados de defesa contra a pirataria. Embora a indústria em geral comemorasse a chegada do recurso, a empreitada, como não poderia deixar de ser, foi vista como um verdadeiro desafio para os hackers. Agora, depois de algumas tentativas de “driblar” o software, um grupo italiano conseguiu o que ninguém imaginava ser possível: quebrar um mecanismo que era considerado inquebrável.
Criado em 2014 com o objetivo de substituir o polêmico DRM por um sistema que, ao mesmo tempo que fosse mais amigável ao usuário final, também precisava ser tão ou mais eficiente quanto o seu antecessor na manutenção da propriedade intelectual das desenvolvedoras, o Denuvo fez seu trabalho também que acabou tirando de circulação alguns grupos famosos de crackers. Alguns membros da comunidade pirata, no entanto, não se deram por vencidos e usaram todo tipo de técnica para tentar vencer a disputa.
Rise of the Tomb Raider é a primeira vítima do crack
O início da virada de jogo para os pirateiros parece ter ocorrido no final da semana passada, quando o internauta conhecido como Volski se aproveitou de uma falha na Steam para burlar a proteção e habilitar cópias ilegais de Doom. Na sequência, versões de Tomb Raider, Just Cause 3, Inside e até de Abzû surgiram nos principais sites de torrents, todos com base na mesma estratégia. A Denuvo foi veloz em corrigir o bug junto à Valve, mas o pequeno vazamento contido logo se transformou em uma inundação que pode não ter mais volta.
Isso porque logo depois da correção, uma edição completamente crackeada de Rise of the Tomb Raider surgiu na web, indicando que o grupo CONSPIR4CY tinha acabado de vez com a solução da empresa austríaca – desta vez, sem se apoiar em truques ou recursos temporários. Se apenas no fim de semana passado os games liberados com a técnica utilizada por Volski contabilizaram mais de 650 mil downloads, o projeto encabeçado pelos hackers italianos tem o potencial para ter um efeito ainda mais destruidor na indústria gamer.
E daqui para frente, como fica?
Embora se trate, ainda, de um caso isolado, envolvendo um título que, apesar de recente, já teve seis meses de venda sólida para os consumidores, é fato que a mancha na reputação da Denuvo pode ser demais para que a empresa se mantenha no mesmo patamar em um mercado que tenta se proteger continuamente da pirataria – sob a pena de perder alguns bons milhões de dólares em vendas.
É fato que a mancha na reputação da Denuvo pode ser demais para que a empresa se mantenha no mesmo patamar
Muito do que vai acontecer agora vai depender do modo como a companhia vai lidar com essa situação, de quão rápido a ferramenta será reformulada para tentar combater a ação dos crackers e, claro, da velocidade da proliferação da quebra de segurança nos próximos dias. Afinal, se uma série de lançamentos com o selo Denuvo for oferecida de forma pirata para os internautas no futuro breve, as publishers e desenvolvedoras podem acabar indo atrás deu m nova solução para os seus problemas. Será que há como vencer a pirataria?
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