“Ei! O novo Call of Duty está em promoção. Vamos pegar? Nós gostamos tanto de jogar online o último que saiu, vai ser legal. A campanha é meio fraca, mas tá bem barato e o que vale é a diversão, não é? A gente combina de jogar com a galera toda semana e upa juntos, o que acha?” Se você costuma jogar bastante online, mas é um gamer comum como qualquer outro e não se dedica para ser um atleta de eSport, certamente já teve esse tipo de conversa, não é mesmo?
Ou talvez ela tenha sido um pouco diferente: “Ei! The Division está para sair, vamos jogar em galera! Ele é meio MMO, vai dar pra gente fazer quests todos os dias e ganhar novos equipamentos, tipo no Destiny”. De uma forma ou de outra, é comum nos empolgarmos em começar um novo título multijogador em grupo.
Contudo, quer você aproveite o game ou não, há um passo a passo que repetimos todas as vezes de forma inconsciente quando damos início a uma nova aventura cooperativa e competitiva online. Este mini, com um tom mais cômico e descontraído, vai passar por todas as etapas que todos nós, jogadores comuns, nos vemos encarando de tempos em tempos.
Primeiros passos: empolgação e frustração pela demora
Ok, o seu jogo está lacradinho e pronto para ser inserido no console. Você abre a embalagem e deixa o jogo instalando enquanto vai buscar um refrigerante bem gelado. Na sua ida à cozinha, você já manda mensagens para os seus amigos e combina a jogatina noturna – que, por vários motivos, é o nosso período predileto para jogar.
Ali está o *insira nome de game online aqui*, pronto para você ligar e se divertir horrores. Todos os seus colegas e membros de equipe do mata-mata já estão online e só falta executar o título no console. Contagem regressiva: 3, 2, 1, e... Pan! Parece que precisa de um update que pesa "míseros" 5 GB. Aí começamos a primeira parte da experiência coletiva: fazer vários “nadas” com os amigos enquanto os arquivos são baixados. Hora de mexer no Facebook e trocar mensagens.
Updates, mesmo de lançamento, costumam ser grandes
A partir daí, temos duas vertentes: na primeira, a conexão com o servidor está ruim, o seu provedor de internet não está nos melhores dias ou o download vai demorar demais, arruinando o “rolê” em galera, que fica para o outro dia; na segunda, tudo dá certo e você parte para a próxima etapa, que você confere abaixo.
E agora? Os eventuais problemas de sempre, mas que valem a pena
Finalmente o jogo está atualizado e pronto para começar. Você cria uma party para conversar com os amigos. Neste momento, novos desafios chegam: o áudio de um dos seus colegas não funciona, outra pessoa não consegue entrar no grupo e por aí vai. Agora é a hora de reenviar convites, reiniciar os videogames e tentar mais uma vez.
Fim dos problemas, certo? Errado. Certamente, algum dos colegas vai cair no time adversário, entrará em outra partida e terá problemas de conexão. Por fim, a coisa toda dá certo e você enfrenta as dificuldades de se adaptar às mecânicas do game: “Ué, agora tem jetpack nisso aqui? Dá pra subir em parede? Como aquele cara conseguiu usar aquela bazuca?”.
Apesar de os pontos negativos se sobressaírem aqui, a aventura homérica para reunir um grupo pequeno online e trocar alguns tiros sempre vale a pena e você começa a entender como funciona o game, nos levando para o próximo passo da experiência.
Dividindo a novidade com o mundo (e perdendo tempo com isso)
Depois de uma sessão online – quase – bem-sucedida e muita coisa para se vangloriar (e muitas outras para esconder, como a sua ingenuidade nas primeiras partidas), você começa a divulgar e vender a ideia do game que está jogando para os seus demais amigos, virando um verdadeiro evangelista das qualidades do título em questão.
Titanfall empolgou muito os fãs no lançamento
Enquanto você estava no trabalho espalhando para todo mundo o quanto eles devem dar uma chance a esta obra, muitos outros jogadores continuaram a upar durante a sua ausência, o que nos leva à segunda noite de gameplay: todo mundo já está melhor e mais bem equipado do que você, que se pergunta: “como eles conseguem jogar tanto sem parar?”.
Neste momento, você começa a reparar nas mecânicas mais avançadas, como snipers que matam com um único tiro, miras personalizadas que o rastreiam pela temperatura do corpo, perks de invisibilidade e por aí vai. Independente de qual título você esteja jogando, sempre tem coisas mais poderosas, que nos leva a reclamar e xingar.
Call of Duty Black Ops 3 tem muitas mecânicas avançadas em relação aos anteriores
“Como pode isso? Será que a desenvolvedora não testa as coisas antes de lançar o jogo? Isso é poderoso e desbalanceado demais, não pode!” ou “Esse matchmaking está horrível, não pode ter esse tipo de gente na mesma sala que eu.. Ei! Consegui um triple kill! Uhul!”. Esse sentimento de satisfação e frustração se mesclam e você dá continuidade, com ou sem os seus amigos – que provavelmente têm compromisso e logo deixarão de jogar com você.
O peso da rotina: devo me adaptar e correr atrás do prejuízo
Uma semana depois de jogar pela primeira vez, você se dá conta que não há como alcançar os top players ou ser o melhor da partida, afinal, você não tem o mesmo tempo de quem se dedica para isso. Talvez, a melhor coisa a se fazer é assumir um papel mais de suporte – como médico –, empunhar uma sniper e ficar mais na sua, pois as suas habilidades como alguém na linha de frente não seja a de quem entra em uma casa, mata dois, explode outro na granada e ainda consegue destruir um tanque de guerra no processo.
Multiplayer de Battlefield 4
Nesse meio tempo, você descobre as suas armas prediletas, o seu mapa favorito, as posições ideais para matar os inimigos e muito mais, além de aprender o fluxo da batalha, ou seja, onde os confrontos acontecem, quais pontos são extrapolados por campers e por aí vai. E, sem dúvidas, ainda reclamamos da bendita arma que não foi nerfada e está estragando as partidas.
Junto a isso, nos aventuramos no modo de personalização para alterar a aparência do personagem, o seu brasão – que vai acabar sendo aquele mesmo escorpião ou estrela de sempre – ou tentar acertar a configuração ideal para as suas armas, miras, acessórios e perks. No final, continuamos a usar a mesma coisa de sempre, porque assim dá certo e não precisamos nos adaptar mais uma vez.
Há luz no fim do jogo?
Agora vem o último cenário, que é quando já se passaram uns meses desde que você adquiriu a cópia do título. Os seus amigos, que animaram de acompanhá-lo na vida multiplayer, já estão mais difíceis de encontrar que o Tom Hanks no filme “O Náufrago”; quem era muito bom ainda está jogando contra você, e quem tinha potencial entrou para os top players e continua te dando trabalho.
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Você, que mal chegou ao level máximo do terceiro ou segundo Prestige ou nem conseguiu metade das patentes, fica sem vontade de entrar em uma partida e ficar abaixo de todos os outros. Os mapas adicionais só sairão via DLC e aqueles gratuitos que você queria foram lançados a 15 dias e todo mundo já o domina, menos você, que o leva a perguntar mais uma vez: “essa galera não trabalha não?”.
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