Como você conecta MP3 players, HDs externos ou câmeras digitais em seu computador? Utilizando um cabo USB, muito provavelmente. Mas você conhece a tecnologia FireWire, um tipo de conexão semelhante a USB, mas que atinge velocidades muito superiores?
O FireWire é uma porta de barramento serial criada pela Apple em 1986. Com a intenção de ser uma porta universal, eliminando uma ampla diversidade de cabos e conectores existentes que até então deixavam os usuários bastante confusos.
Em 1995, o FireWire foi padronizado pela norma IEEE1395, o que resultou em um aumento do número de produtos que ofereciam esta porta, já que, até então, a Apple exigia royalties para que outros fabricantes utilizassem esta tecnologia.
Se você costuma trabalhar com edição de vídeos ou possui uma câmera de vídeo digital, é muito provável que ela possua uma entrada FireWire (marca registrada da Apple), i.Link (marca registrada da Sony) ou simplesmente IEEE1394. Os três nomes se referem à mesma tecnologia.
USB X FireWire
O padrão USB, criado em 1995, conseguiu um amplo sucesso logo de cara, integrando-se a dispositivos dos mais diversos tipos, computadores PC e Mac. A USB 1.1 conseguia uma transferência de, no máximo, 12Mbps, equivalentes a 1,5 MB/s, o que era suficiente para a comunicação de um PC a impressoras, por exemplo.
Enquanto as portas USB ganharam espaço nos computadores e dispositivos de todo o mundo, o FireWire lutava por um reconhecimento, afinal, já em sua primeira versão, o FireWire 400, era possível obter taxas de transferência de até 480 Mbps, ou 50 MB/s, valores visivelmente superiores à USB.
Hoje, o padrão USB adotado é o 2.0, que permite uma velocidade de transmissão muito maior. Mesmo assim, o FireWire vem conquistando usuários de um nicho de mercado específico: o de câmeras de vídeo digitais.
Na tabela abaixo, você pode conferir quais são as principais diferenças entre o USB e o FireWire e suas versões.
Peer-to-Peer
Além de sua alta velocidade, o FireWire traz benefícios quanto ao seu modo de funcionamento. Enquanto uma conexão USB funciona em um regime de senhor e escravo, em que o computador rege o periférico conectado, o FireWire trabalha de um modo Peer-to-Peer.
Esta arquitetura de funcionamento permite, por exemplo, que duas câmeras de vídeo digital conectadas por um cabo FireWire troquem informações entre si sem que um computador precise intermediar a troca.
Criador e criatura
Como criadora da tecnologia, não é de se surpreender que toda a linha de computadores e notebooks da Apple tragam portas FireWire (a única exceção acaba sendo o Macbook Air). No início, os próprios iPods eram conectados por meio de um cabo FireWire, o que foi alterado devido a falta de portas Firewire na grande maioria dos PCs.
Mac mini, um dos computadores da Apple, com portas FireWire 400 e 800
Alguns outros fabricantes de computadores e notebooks, como a própria Sony, já estão começando a incluir o FireWire em seus hardwares, no entanto, o processo é lento e apenas os computadores mais poderosos – voltados para a edição de vídeos, por exemplo – é que ganham portas FireWire.
Qual escolher, então?
A vantagem do FireWire sobre o USB é visível: conexão muito mais rápida. No entanto, os propósitos de ambas as portas acabam se diferindo. Portanto, o FireWire é uma opção interessante para câmeras de vídeo digital, DVD players e HDs externos, em que os dados transmitidos são, geralmente, mais pesados.
E a conexão USB, já velha conhecida, continua dando conta de câmeras fotográficas digitais, MP3 players, impressoras e todos os outros periféricos mais simples que não exigem grande velocidade de transferência.
O que vem por aí...
A organização de padrões IEEE já anunciou o FireWire 3200, padrão que alcança uma transferência de até 3,2Gbps (ou 400 MB/s). Este formato seria escalável, o que significa que os fabricantes estão livres para inserir especificações intermediárias como o FireWire 1600, com até 200 MB/s de velocidade.
Do lado USB, os fabricantes não perderam tempo e já anunciaram, para 2010, o USB 3.0, com uma surpreendente transferência de até 4,8 Gbps (ou 600 MB/s). Enquanto estas incríveis velocidades não fazem parte de nosso dia a dia, cabe a você escolher sempre a melhor tecnologia disponível para fazer a conexão entre dispositivos e seu computador – seja ele Mac ou PC.
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