(Fonte da imagem: Pplware)
Se o seu PC ou notebook for um modelo razoavelmente novo, é quase certo que ele acompanha algumas entradas USB pintadas na cor azul – sinal de que elas são da geração 3.0, mais recente versão desse tão famoso padrão de conectividade entre aparelhos eletrônicos. Apresentada oficialmente em novembro de 2008, essa nova tecnologia foi desenvolvida com foco na velocidade de leitura e gravação de arquivos, possibilitando a transferência de ficheiros em um tempo muito mais curto do que as antigas USBs 2.0.
Na teoria, o USB 3.0 dispõe de 4,8 Gbps de velocidade, enquanto o 2.0 trabalha com apenas 480 Mbps (60 MB/s). Isso quer dizer que o padrão mais recente possui um desempenho dez vezes maior, o que nos impulsiona muito a jogar fora nossos pendrives velhos e adquirir novos que sejam compatíveis com essas portas mais recentes. Mas, no fim das contas, será que realmente vale a pena investir em novos equipamentos?
Portas USB 3.0 são facilmente reconhecíveis pela cor azul (Fonte da imagem: HowToGeek)
Caros e nem sempre tão bons assim
A verdade é que há vários pontos que precisam ser analisados com cuidado. Antes de tudo, pendrives, cabos e HDs externos com conexão USB 3.0 só usarão 100% de sua capacidade caso sejam ligados em uma porta de seu computador que também seja compatível com o padrão 3.0 (conexões azuis).
No caso de máquinas mais antigas e dotadas exclusivamente de portas 2.0, será necessário antes de tudo comprar uma placa PCI USB com novas entradas e instalá-la diretamente na placa-mãe do seu computador. Tal componente custa, em média, de R$ 80 a R$ 150.
Pendrives com USB 3.0 também não são muito baratos: um dispositivo de 32 GB com conexão 2.0 custa cerca de R$ 50, enquanto um equipado com a versão mais recente do padrão não pode ser encontrado por menos de R$ 100 (ou R$ 150, se você quiser um que seja realmente duradouro e resistente). Vale ressaltar aqui, contudo, que nem todo pendrive com USB 3.0 é capaz de atingir a marca de 4,8 Gbps citados anteriormente.
Isso fica bem claro quando observamos o gráfico abaixo, publicado recentemente pela galera do Tom’s Hardware (site especializado em benchmarks de aparelhos eletrônicos). A tabela mostra os pendrives de maior desempenho que estão sendo comercializados no mercado estrangeiro e, como você pode ver, o melhor dispositivo testado atingiu a marca de 286,20 MB/s. O de menor desempenho pontuou 11,40 MB/s, ficando próximo de um simples Patriot Xporter XT de USB 2.0 (9,50 MB/s). Você pode ver o gráfico completo neste link.
Ampliar (Fonte da imagem: Reprodução/Tecmundo)
Analise sua situação
Basicamente, o que queremos dizer é que nem todo aparelho com USB 3.0 terá uma performance tão superior à de um dispositivo com as velhas portas 2.0, mesmo se for usado em conjunto com conexões novas em seu computador ou notebook. Os gadgets com maior desempenho são realmente mais caros e, dessa forma, vale a pena analisar o custo benefício para refletir se você precisa de tanta velocidade assim.
Basta dar uma olhada na Amazon norte-americana, por exemplo, para encontrar relatos de consumidores frustrados com pendrives 3.0 de baixo custo – esses equipamentos, no geral, acabam tendo a mesma velocidade de leitura e escrita de dados de um USB 2.0 comum. Há diversos fatores que influenciam na agilidade de uma conexão USB, inclusive a memória flash de um dispositivo de armazenamento.
No fim das contas, a menos que você tenha dinheiro sobrando para adquirir gadgets top de linha e tenha real necessidade de aumentar a velocidade de transferência de arquivos, não faz sentido substituir seus pendrives e HDs externos para o padrão 3.0 por enquanto. Se seu desejo é somente armazenar alguns poucos ficheiros de vez em quando, uma conexão 2.0 continua sendo o suficiente para você – e nunca é demais lembrar que velhos dispositivos de armazenamento funcionam perfeitamente na nova geração de portas USB.
Fontes