(Fonte da imagem: Thinkstock)
No final de 2011 e início de 2012, todas as previsões sobre o mundo da tecnologia tinham uma opinião em comum: o ano seria decisivo para a entrada definitiva dos ultrabooks no pensamento do consumidor.
Já nos aproximamos do último trimestre do ano – e chegou a hora de avaliar novamente os impactos desses produtos. Ainda caros, com poucos modelos portáteis e muitas promessas, há quem duvide que os ultrabooks consigam um lugar ao sol no mercado.
São dois extremos possíveis: ser uma verdadeira revolução na maneira com que você usa o computador ou só mais um produto ambicioso que será esquecido em pouco tempo. Mas será mesmo que o ultrabook se encaixa em uma dessas categorias? Ou pior: será que não estamos dando atenção demais para ele?
Quanto mais novo, melhor
No mundo da tecnologia, o pensamento acima é quase unânime entre a maioria dos consumidores. Claro que os produtos mais novos tendem a apresentar um maior número de novidades e configurações técnicas mais avançadas (é só tomar o iPhone 5 como referência mais recente), mas é preciso ter cuidado ao aceitar essas tecnologias sem julgá-las.
Anúncios cheios de glamour contribuem para a fama do produto. (Fonte da imagem: Baixaki/Tecmundo)
São as chamadas “modinhas” – e assim como tipos de roupa, alimentos ou programas de TV, os gadgets também passam por ondas repentinas de sucesso, especialmente durante a época de lançamento, até voltarem a ser apenas mais um produto nas prateleiras.
Criadas pela superexposição da mídia (e também por méritos próprios, como serem novos, bonitos, poderosos e caros), essas modinhas podem ser perigosas: o produto pode dar errado, as vendas podem não decolar e quem saiu correndo para adquirir um pode se arrepender da compra antecipada. E aceitar um aparelho mais novo como melhor é perigoso, já que são muitas as variáveis que devem ser envolvidas nesse julgamento.
Ultrabons, mas ultracaros
Seja sincero: quanto você pagaria em um computador novinho e com algumas das configurações mais avançadas do mercado? Digamos que sua resposta seja até R$ 2 mil – muito dinheiro, que poderia ser facilmente gasto com consoles ou melhorando seu PC desktop.
Isso porque esses mesmos R$ 2 mil não são suficientes, no Brasil, para comprar os ultrabooks mais “ultra” que existem por aqui. Máquinas com processador Ivy Bridge i5 ou i7 e mais de 4 GB de RAM encarecem o aparelho e, nos casos mais otimistas, fazem você gastar quase R$ 3 mil.
O processador é bom, mas encarece as coisas. (Fonte da imagem: Divulgação/Intel)
É só ver alguns exemplos recentes: a Série T, da Sony, vai de R$ 2.899 a R$ 3.199, enquanto o primeiro modelo da Dell pode chegar a R$ 6 mil. Para os consumidores médios brasileiros, alguns economizando para comprar os primeiros eletrônicos de qualidade, ainda é totalmente inviável gastar tanto em uma só máquina. E os impostos, sempre eles, contribuem de forma negativa e encarecem ainda mais os aparelhos.
Isso sem falar nos concorrentes: apesar dos preços astronômicos dos novos MacBooks Pro, os modelos mais antigos e até os MacBooks Air têm a simpatia de muita gente, principalmente por levar o selo de qualidade da Maçã.
Vai comprar um ultrabook? Haja porquinho. (Fonte da imagem: Thinkstock)
Já os tablets parecem ganhar a simpatia de quem torcia o nariz para os primeiros modelos. Isso sem falar no Microsoft Surface, que pode ser o pesadelo de muitas empresas, e no fato de muita gente acreditar que o computador está morrendo.
O futuro não é tão ruim
O mercado de laptops em geral está em alta no Brasil, mas isso não significa que o ultrabook também esteja, já que as vendas em quantidade não vão tão bem assim. Mas são várias as boas notícias que mostram que a luz no fim do túnel é bem mais brilhante.
A Intel já deu várias pistas de que deseja baratear a produção (e, consequentemente, o preço) de seus ultrabooks para até US$ 699, tudo para conseguir competir no mercado com os diferentes MacBooks.
Produtos nacionais ou fabricados aqui podem custar menos. (Fonte da imagem: Divulgação/Positivo)
Além disso, eles já estão mais finos e leves, sendo capazes de serem carregados por aí sem muita dificuldade. E o visual não precisa de alterações, já que esse sempre foi um dos fortes dos ultrabooks.
Por último, o que mais agrada é a promessa de que os aparelhos podem receber isenção fiscal pela chamada Lei da Informática, caso sejam fabricados por aqui. E um alívio no bolso, por menor que seja, é sempre bem-vindo.
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Os ultrabooks têm um enorme potencial, configurações invejáveis e serão muito bem-vindos por quem gosta de computadores portáteis, seja para se divertir com games mais pesados ou lidar com programas de edição de foto, áudio ou vídeo que exigem mais de uma máquina.
Mas eles ainda esbarram em alguns obstáculos, como o fator preço, determinante para definir o sucesso ou não desses aparelhos. Por enquanto, o saldo parece levemente favorável, pendendo para “revolucionário” – mas nem tanto – em vez de “modinha”. E é grande a torcida para que eles não caiam no mesmo limbo dos quase finados netbooks.
Fontes: PCWorld, eWeek, Electric Pig