Mudanças drásticas pela frente. Confira! (Fonte da imagem: Canonical Ltd.)
Quem acompanha a trajetória do Linux há alguns anos deve ficar surpreso com as últimas versões do sistema. Embora alguns digam que o Linux no desktop está em crise, não há como negar a grande evolução que o sistema fez até então. Do processo de instalação ao uso diário, o Linux tem se mostrado cada vez mais como um sistema competente e estável, sem deixar de lado a capacidade de inovar.
Com o Ubuntu, o cenário não é diferente. A distribuição Linux financiada pela Canonical Ltd. se aperfeiçoa e traz novos recursos a cada lançamento. Com a versão 11.04, conhecida como Natty Narwhal, o sistema deve apresentar mudanças drásticas, tanto no visual quanto nos recursos mais críticos do sistema.
O primeiro Beta da distro, lançado na semana passada, já traz boa parte das novidades. Confira a lista do que mudou e saiba o que esperar do próximo release do Ubuntu!
Instalação mais intuitiva
Para começar, a instalação do Natty Narwhal está ainda mais fácil e intuitiva. Se antes o usuário podia ficar em dúvida ao se deparar com termos mais técnicos, como “particionamento” e “swap”, agora ele sabe exatamente qual opção escolher, já que o texto está mais simples e direto.
Além disso, é possível optar pela instalação de softwares de terceiros (ex: MP3, Flash Player etc.), e realizar configurações básicas durante o processo de cópia dos arquivos para o disco rígido.
Nova interface: Unity
O ambiente gráfico desenvolvido para netbooks, chamado de Unity, agora também é o padrão no desktop. Existem algumas razões que sustentam essa mudança, mas a principal foi a divergência entre os desenvolvedores do Ubuntu e do GNOME Shell, tanto nas questões relacionadas à aparência visual quanto operacional.
Apesar disso, Mark Shuttleworth, fundador da Canonical Ltd., fez questão de deixar claro que o Ubuntu continua sendo uma distribuição baseada no GNOME, com aplicativos e otimizações feitos para esse ambiente gráfico: a adoção da Unity como padrão não impossibilita a mudança para o GNOME Shell, caso o usuário deseje.
O novo visual traz mudanças significativas. Aqueles que preferem usar a barra de tarefas ou o dock do sistema na lateral certamente aprovarão a aparência do Unity. A principal vantagem é o melhor aproveitamento da tela, especialmente em monitores widescreen.
Agora, é dessa barra que o usuário passa a executar aplicativos, abrir pastas e até pesquisar arquivos. Além disso, a Unity Bar também abriga o ícone dos programas em execução. Um detalhe interessante é a auto-ocultação da barra quando uma janela é maximizada. Para acessá-la novamente, basta mover o cursor do mouse para o canto esquerdo superior da tela.
A interface Unity padrão exige uma placa de vídeo com aceleração 3D para funcionar corretamente. Porém, notebooks e outros computadores com recursos mais modestos também podem usar o novo ambiente gráfico. Para isso, basta instalar os pacotes da versão 2D da Unity, por meio do Centro de Software do Ubuntu ou do apt-get.
Pinguim ao molho de maçã
Ainda com o propósito de economia de espaço em tela, o Ubuntu adotou o estilo do Mac OS X, eliminando as barras de menus das janelas. Agora, os menus ficam todos em uma única barra, localizada no topo da tela. Basta clicar sobre a janela de uma aplicação para que as opções relacionadas a ela estejam disponíveis.
Outra mudança que lembra o sistema da Apple é o novo campo de buscas, parecido com o Spotlight, do Mac OS X. Basta pressionar a tecla Windows para habilitar a nova função e executar programas e arquivos de maneira mais prática.
Uma distro, diferentes plataformas
Agora que o Ubuntu adotou o Unity para o desktop, não há mais a necessidade de manter uma versão da distro para netbooks. A partir deste primeiro Beta, a mesma imagem ISO pode ser instalada tanto em computadores de mesa quanto em portáteis, o que deve eliminar possíveis dúvidas de usuários na hora de fazer o download do sistema. Vale a pena notar que a versão para servidores continua existindo.
E uma notícia um pouco triste: quem já teve a alegria de receber via correio um pacote com CDs oficiais do Ubuntu, sem custo algum, agora pode querer guardar um dos discos de lembrança. Na última terça-feira (5 de abril), a Canonical anunciou o cancelamento da distribuição gratuita de CDs.
Teste antes de instalar
Realmente, o Linux evoluiu muito. Se antes era necessário digitar comandos enormes em uma tela preta para instalar programas adicionais, agora o usuário pode testar um software antes de instalá-lo. O “test drive” fica por conta do QtNX, software que permite a execução do aplicativo em um servidor remoto, e do Weblive, que permite a criação de máquinas virtuais acessíveis remotamente.
Portanto, lembre-se de estar conectado à internet antes de testar essa função. Note também que o recurso não funciona com qualquer pacote. Cerca de 30 pacotes estão disponíveis para serem usados dessa forma, mas pode ser que o número aumente quando o Natty Narwhal atingir a sua versão final.
Novas escolhas de softwares
Mudanças também ocorreram nos softwares definidos como padrões. Para começar, o de player de músicas Rhythmbox foi substituído pelo Banshee, que foi remodelado para não causar muito estranhamento ao usuário.
A suíte de escritório OpenOffice acabou sendo trocada pelo LibreOffice, enquanto o navegador web padrão, como era de se esperar, passou a ser o Mozilla Firefox 4. Além disso, outros softwares foram atualizados para versões mais recentes e a distro também ganhou uma integração maior com o Ubuntu One.
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Quem gostou das novidades pode testar o novo Ubuntu sem precisar reparticionar o HD ou instalá-lo em seu disco rígido. Basta fazer o download da imagem ISO do Natty Narwhal Beta 1, gravar o CD e, em seguida, inicializar o computador a partir dele. Se preferir, você também pode instalá-lo em uma máquina virtual, por meio do VirtualBox, por exemplo. Faça o teste e conte nos comentários as suas impressões sobre o lançamento!